Marco Weissheimer
O município de Canoas sediará, de 3 a 5 de junho, a 14ª Conferência do Observatório Internacional de Democracia Participativa. O evento, que ocorrerá no Centro Universitário La Salle, será aberto no dia 3, às 20 horas, pelo cientista político italiano Antonio Negri, que falará sobre “O comum: para além do público e do privado”. Também participará dessa conferência inaugural o sociólogo brasileiro Giuseppe Cocco, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que assina junto com Antonio Negri o livro “Glob(AL): Biopoder e Luta em uma América Latina Globalizada”.
Durante três dias, o encontro reunirá 80 painelistas, de quatro continentes (África, Europa, Ásia e América), que compartilharão e debaterão experiências em democracia participativa.
Outro destaque do primeiro dia da conferência será o lançamento do Programa Bairro Melhor, pela prefeitura de Canoas. Os 25 anos do Orçamento Participativo, implantado em Porto Alegre em 1989, também serão lembrados, com a presença de alguns dos principais protagonistas desta experiência, como Olívio Dutra, ex-governador do Rio Grande do Sul e ex-prefeito da capital.
Segundo dados do Observatório Internacional de Democracia Participativa, a experiência do Orçamento Participativo já foi implantada em governos de mais de 1.500 cidades na América Latina, América do Norte, Ásia, África e Europa. Nos Estados Unidos e Canadá o Orçamento Participativo está implantado nas cidades de Toronto, Montreal, Guelph, Chicago, Nova York e Cidade de Vallejo.
A conferência terá como tema geral “A Radicalização da Democracia e o Protagonismo Cidadão”. Os debates serão estruturados em torno de seis eixos temáticos: Gestão focada no cidadão; transparência e informação; redes sociais e novas ferramentas de participação; inovação e processos criativos na democracia; cidades colaborativas, participação e desenvolvimento econômico; conexões internacionais, a expansão global da democracia participativa. As informações sobre inscrições e a programação completa podem ser acessadas na página oficial do encontro.
A Prefeitura de Canoas tem como parceiros na promoção da conferência o Observatório Internacional de Democracia Participativa, a Rede Brasileira de Orçamento Participativo, a Rede Mercocidades, a Rede FALP para Cidades Solidárias e o Centro Universitário La Salle.
Cresce Mais RS: programa de governo em debate
Representantes do PT e os demais partidos que já confirmaram participação na Unidade Popular pelo Rio Grande (PCdoB, PTB e PPL) participaram na noite de ontem, no City Hotel, (29) do lançamento do movimento Cresce Mais RS, uma plataforma colaborativa destinada a receber sugestões e debater temas para a construção do programa de governo da pré-candidatura de Tarso Genro ao governo do Estado.
O movimento se apresenta como um grupo de “cidadãos gaúchos que acreditam que o Rio Grande do Sul está melhor graças aos resultados concretos das políticas adotadas pelo governador Tarso Genro e à parceria e apoio da presidenta Dilma Rousseff e do ex-presidente Lula”. Todas as atividades são abertas aos cidadãos que, independente de filiação partidária, queiram apresentar e debater propostas para o Estado do Rio Grande Sul.
O assessor especial da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia, participou do lançamento e fez uma análise da conjuntura nacional tendo em vista as eleições deste ano. Formulador de uma proposta de diretrizes gerais para o programa de governo de Dilma Rousseff, Garcia defendeu que o que está em jogo nas eleições deste ano é “a continuidade, a renovação e o aprofundamento da grande transformação que está em curso no país desde 2002”.
O dirigente petista caracterizou a candidatura de Aécio Neves, principal nome da oposição, segundo as pesquisas mais recentes, representa uma ameaça de retrocesso para o país e para conquistas como o pleno emprego e o aumento do salário mínimo. O senador mineiro, observou Marco Aurélio Garcia, já falou abertamente da necessidade do que definiu como “medidas amargas” que implicariam, entre outras coisas, desemprego e o fim da atual política de valorização do salário mínimo.
Ele reconheceu a existência de um sentimento de “bronca geral” no Brasil e no mundo de modo geral, dirigida principalmente aos políticos e aos partidos. “A racionalidade política anda um pouquinho complicada e a esquerda não vive um bom momento no mundo”, resumiu. O PT, defendeu García, não deve temer a voz das ruas pois o partido nasceu nas ruas, mas deve ter claro que, daqui em diante, é preciso fazer coisas qualitativamente distintas.
No plano do governo, citou em especial as áreas da educação, saúde, mobilidade urbana, saneamento e infraestrutura, como setores que necessitam de um salto qualitativo, ressaltando que somente o atual projeto representado pela presidenta Dilma Rousseff pode materializar esses avanços. “Nossa responsabilidade é enorme. O PT precisa mudar profundamente e oferecer exemplos do que pode, do que deve e do que não deve ser feito”.
