Julgamento Lula
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23 de janeiro de 2018
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19:39

‘Quero Lula de volta porque ele mostrou que um país mais solidário é possível’

Por
Luís Gomes
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Luiz Carlos e Márcia vieram de Caxias para o ato de apoio a Lula | Foto: Fernanda Canofre/Sul21

Fernanda Canofre

Milhares de pessoas já se encontram no Centro de Porto para acompanhar, no final da tarde desta terça-feira (23), o ato político em apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que antecede o julgamento a ser realizado pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região, na quarta-feira. Por volta das 15h, integrantes de movimentos sociais e militantes de esquerda que estavam acampados no Anfiteatro Pôr do Sol partiram em marcha para o Centro de Porto Alegre. Muitos deles vindo do interior e de fora do Estado.

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Luiz Carlos e Márcia vieram com um grupo de 40 pessoas de Caxias do Sul, especialmente para o ato de hoje. Viriam com ou sem a presença de Lula. Ele, metalúrgico como o ex-presidente, disse que foi morar na Serra devido à crise de empregos na Capital nos anos 1990. Foi lá que se envolveu com a luta sindical. “Quero Lula de volta porque ele mostrou que um país mais solidário, para as massas, para a periferia é possível”, diz.

Professor de história veio de SP para o ato | Foto: Fernanda Canofre/Sul21

Márcia, que é tatuadora e está desempregada, acredita que ter o nome de Lula nas urnas é a chance de contornar a agenda do governo atual. “A gente está aqui lutando pelo direito do Lula ser candidato. É a segunda parte do golpe. O Lula é povo, é igualdade, inclusão. Só ele para dar um jeito no que o Brasil está. As reformas estão acabando com o povo”, analisa.

Gabriel, professor de História em Assis (SP), diz que não é apoiador de Lula, mas veio a Porto Alegre mesmo assim para expressar sua contrariedade pela maneira como o processo e o Brasil vêm sendo conduzidos. “Não apoiamos o Lula, mas chegamos à conclusão que ele é a maior liderança popular do país. Quem quer atacar ele é a direita que tem agenda de privatização. Se prende ele, é abrir a porteira para perseguir toda a esquerda depois”

O ator Paulo Flores veio para o ato com um boneco de Antônio Conselheiro, líder de Canudos na virada do século XIX. “Antônio Conselheiro foi uma das maiores lideranças camponesas que esse país já teve. Um dos grandes problemas continua sendo a luta pela terra”, diz o ator.

Ele explica que o boneco é parte de um espetáculo do grupo “Ói Nóis Aqui Traveiz”, que viajou por assentamentos do país, entre 2000 e 2007, e o grupo decidiu trazê-lo ao ato em uma referência ao tio trisavô do presidente do TRF-4, a quem Lula se referiu em uma fala recente como o responsável por matar Antônio Conselheiro. “Estamos aqui em defesa da democracia e contra o fascismo que está tomando conta do país. É uma farsa judiciária, que consagra o golpe de 2016”, afirma.

Grupo teatral trouxe boneco de Antônio Conselheiro para o ato  | Foto: Fernanda Canofre/Sul21

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