Da Redação
Na semana do julgamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o entorno do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) estará completamente interditado pela Brigada Militar. O perímetro de segurança inclui o Parque Harmonia (Parque Maurício Sitotsky Sobrinho) em sua totalidade, assim como parte da Orla do Guaíba e prédios públicos como a Câmara Municipal de Vereadores, o Incra, a Justiça Federal, o Ministério da Fazenda, o Ministério Público Federal e o IBGE.
O policiamento será realizado pela Brigada Militar e alguns efetivos da Força Nacional – restritos aos prédios federais. O número exato de oficiais não foi divulgado, porém, o secretário de Segurança do Estado, Cezar Schirmer, confirmou a presença de atiradores de elite. “Mas qual a diferença entre um policial armado no chão de um no alto de um prédio?”, questionou o secretário afirmando preferir trocar o termo ‘atirador de elite’ por ‘observador privilegiado’. Segundo Schirmer, os oficiais também seriam responsáveis por fotografar e filmar manifestações e o entorno do Tribunal. “Não vai ter tiro, só em último caso”, definiu o secretário.
Bloqueios
Em coletiva realizada no final da manhã desta segunda-feira (22), Schirmer também afirmou que o acesso na quarta-feira (24), dia do julgamento, se dará exclusivamente pela entrada entre as avenidas Loureiro da Silva e Augusto de Carvalho em horários pré-determinados e apenas para pessoas já credenciadas pelo TRF-4. Assim, a partir das 12h da terça-feira (23), o entorno do Parque Harmonia – incluindo a Avenida Edvaldo Pereira Paiva e a Rua Otávio Francisco Caruso da Rocha – estará cercado por bloqueio, com acesso apenas aos veículos da BM. Às 17h do mesmo dia, o bloqueio será completado no perímetro de segurança.
A partir da meia-noite de quarta-feira (24), a Avenida Mauá será parcialmente interditada para permitir a circulação de manifestantes. Os desvios ocorrerão pelo viaduto da Conceição. 18 linhas de ônibus serão afetadas, seus desvios serão realizados no sentido Cidade Baixa.
Schirmer afirmou que a área da Rótula das Cuias, na Avenida Aureliano de Figueiredo Pinto, será considerada ‘terreno neutro’, sem manifestações. Na última sexta-feira (19), um acordo foi fechado entre a Secretaria de Segurança Pública e os movimentos sociais ligados à Frente Brasil Popular para definir um plano de segurança que proporcionasse a livre manifestação dentro de uma área que não interfira no perímetro definido pela BM.
Assim, estabeleceu-se que o acampamento dos movimentos ficaria nas imediações do Anfiteatro Por do Sol. O secretário definiu o período de negociações afirmando que a “democracia pressupõe a livre manifestação de qualquer corrente de pensamento no limite da lei e do estado de direito”. As manifestações irão ocorrer na extensão livre da Avenida Edvaldo Pereira Paiva.
Questionado sobre atos no bairro Moinhos de Vento, Schirmer escolheu trocar a palavra ‘bloqueio’ por ‘segurança’. Segundo ele, o Movimento Brasil Livre (MBL) teria enviado uma solicitação para interdição das ruas Mostardeiro, Dona Laura e da Avenida Goethe. “Nosso propósito é proteger manifestações contra ou a favor”, disse o secretário.
O bloqueio ao perímetro definido pela Brigada Militar não tem dia ou hora certa para acabar. “Ocorrerá até que seja necessário, conforme as manifestações”, informou o comandante-geral da BM, coronel Andreis Silvio Dal’Lago. O comandante ainda esclareceu que alguns efetivos estão organizados em “pontos sensíveis” da cidade, como a Esquina Democrática.
A coletiva pode ser conferida na íntegra no Facebook da SSP:
