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18 de junho de 2012
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16:53

Mudança no PV de Porto Alegre busca manter aliança com Villaverde

Por
Sul 21
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O pré-candidato do PT em Porto Alegre, deputado Adão Villaverde participou da Rio +20 no sábado (16). Na oportunidade, reforçou os laços de amizade e simpatia da ambientalista Marina Silva, ex-senadora pelo PV./Foto: Eduardo Quadros

Rachel Duarte

Uma reviravolta ocorrida na direção do PV de Porto Alegre neste final de semana causou movimentação no cenário eleitoral em Porto Alegre. Depois de buscar o aval da executiva nacional do PV, o diretório estadual se reuniu neste sábado (16) para pactuar uma limpa na executiva municipal. O motivo oficial é a reestruturação que a sigla vem passando desde o último processo eleitoral que afastou os simpatizantes de Marina Silva. “Já estava acontecendo na Região Metropolitana e no interior do estado, agora foi em Porto Alegre. As comissões estavam comandando os diretórios de forma provisória e optamos em dissolver a comissão atual do PV de Porto Alegre para eleger uma nova comissão até o dia 30 de junho”, diz o secretário executivo do PV gaúcho, Cláudio Ávila.

No entanto, segundo dirigentes verdes que preferiram não se identificar, o dirigente Giovani Carminati, que comandava a sigla em Porto Alegre, não tinha posição estável sobre as coligações e poderia colocar em risco a aliança verde com Adão Villaverde na capital gaúcha. A acusação é de que Carminati pensava em José Fortunati no começo das negociações e já ensaiava uma guinada em prol do PCdoB, caso o cargo de vice fosse destinado a outro aliado. “Eu não sei por que me tiraram. Fui informado ontem. Não sei porque me colocaram no cargo e nem porque saio agora. Mas sigo sendo verde”, falou Carminati ao Sul21.

A atuação de Carminati vinha irritando de forma recorrente parte dos demais integrantes do partido. Giovani Carminati exerce cargo em comissão (CC) na Procuradoria Geral do Município há sete anos, admitido pelo governo do então prefeito José Fogaça. Alguns verdes também teriam críticas à postura de Carminati em não trazer o PV para o governo. “Não podíamos também ser oposição do governo municipal por causa do CC dele no governo. Então, não estávamos nem como situação, nem como oposição”, falou um dos verdes, que preferiu o sigilo.

Em acordo com a presidente do PV/RS, Marivaini Alencastro, a atual executiva foi destituída e informada oficialmente da decisão no domingo (17). Até a eleição dos novos integrantes, o vereador recém integrado ao PV, Elias Vidal, será o articulador do processo eleitoral da capital gaúcha. “Ele fará as conversas com os aliados. Acredito que será muito difícil mudarmos a nossa posição em Porto Alegre. Mas a partir desta mudança na executiva, o jogo está zerado”, alerta Ávila.

No PT, a convicção na aliança com o PV segue intacta. “O que nós temos conversado com o PV, com segurança, é que a nossa coalizão está firme. As alterações da executiva não têm relação com as eleições em Porto Alegre, até onde sabemos. É questão interna do PV, sem incidência nossa. A nossa relação com a executiva estadual é sólida e foi ela que trabalhou pela nossa aliança”, fala Gerson Almeida.

Como a nova executiva será eleita no dia 30 e a convenção do PT e seus aliados está marcada para o dia 23, “a posição do PV na convenção deverá ser soberana”, garante Cláudio Ávila. Sendo assim, há possibilidades de os verdes partirem para negociação com o considerado futuro aliado do PT. “Poderíamos buscar o PR, que já declarou apoio ao deputado Marco Alba (PMDB) em Gravataí, para aliar-se a nossa candidatura de apoio ao PSB, da vereadora Anabel Lorenzi”, diz Ávila.

PV pode abrir mão do vice para garantir PR em aliança

Ainda que oficialmente o PR não tenha decidido entre o PT, o PDT do prefeito José Fortunati ou PCdoB da deputada federal Manuela D´Ávila, nos bastidores dirigentes petistas e verdes já tem a convicção da preferência pelo PT. Nas conversas entre PT e PR, o coordenador da campanha petista, Gerson Almeida, confirma que o cargo de vice está sendo um argumento. Mas não acredita que será motivo de discórdia com o PV. “Acordamos com os partidos que estão conosco e os que vierem a integrar nossa candidatura que a indicação será feita em comum acordo”, garante.

Apesar da agenda verde adotada pelos petistas para posicionar a pré-candidatura de Adão Villaverde no tema do desenvolvimento sustentável em Porto Alegre, a presença do Partido Verde na aliança pode voltar à mesa de negociação. Dado como certo até a convenção do PT e aliados, no dia 23 de junho, o apoio dos verdes a Villaverde pode sofrer alterações com a possível entrada do Partido da República. O anúncio do PR deve ocorrer ainda nesta segunda-feira (18), mas oficialmente o PT aguarda a decisão até a véspera da convenção, nesta quinta-feira (21).


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