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11 de novembro de 2011
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15:57

STJ nega habeas a condenado pela morte de Dorothy Stang

Por
Sul 21
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Da Redação

O fazendeiro Regivaldo Pereira Galvão, o Taradão, condenado a 30 anos de reclusão pela morte da missionária Dorothy Stang, continuará preso. O desembargador convocado Adilson Macabu, do STJ, negou liminar em habeas corpus pedida pela defesa. O crime foi cometido em Anapu (PA) em 2005. O mérito do habeas corpus ainda será julgado pela 5ª Turma do STJ.

Em setembro, a 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Pará determinara a prisão preventiva de Regivaldo. Ele havia obtido um habeas corpus anteriormente para recorrer da sentença em liberdade provisória.

A defesa do fazendeiro alegou ao STJ que, como respondeu ao processo em liberdade e compareceu a todos os atos processuais, o Tribunal de Justiça do Pará não poderia ter decretado sua prisão, sob os fundamentos da garantia da ordem pública e da aplicação da lei penal. A defesa afirma que a ordem de prisão não está fundamentada e que não haveria “fato novo” a justificá-la.

O desembargador Macabu ressaltou que, no habeas corpus, não se examina a culpa ou a inocência do fazendeiro, em face da conclusão do Tribunal do Júri, em respeito ao princípio da soberania dos veredictos. O magistrado constatou que, na hipótese, não estão presentes os requisitos para concessão da liminar, como a coação ilegal e o abuso de poder evidente, ou a plausibilidade do direito invocado e risco da demora.

O magistrado disse ainda que a forma como o crime foi cometido merece atenção: “O condenado, de forma premeditada, em concurso de agentes com unidade de desígnios, mandou executar a vítima, mediante promessa de pagamento, pois ela incomodava e contrariava seus interesses de fazendeiro, fato este confirmado por um dos denunciados na sessão de julgamento no Tribunal do Júri.” O fazendeiro teria contribuído com R$ 50 mil para a execução da missionária.

O TJ-PA ao ordenar a prisão havia destacado a periculosidade do condenado e sua condição financeira para fugir. Concluiu que a conduta praticada, na forma como ocorreu, evidencia a personalidade distorcida do fazendeiro, “na medida em que adotou uma atitude covarde e egoísta, empreendida sem que houvesse, a justificar o seu agir, qualquer excludente de criminalidade, de sorte a motivar o gesto extremo de ceifar a vida de um ser humano”.


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