Da Redação
O presidente do Conselho Nacional de Transição (CNT), Mustafa Abdeljalil, anunciou neste domingo (23) em Benghazi que a Constituição da Líbia vai se basear na Sharia, a lei islâmica com base no Alcorão. A declaração ampliou as dúvidas sobre o grau de influência que as correntes radicais que participam do CNT terão na elaboração da futura base legal do país.
“Nós, como nação muçulmana, teremos a Sharia islâmica como fonte de nossa legislação. Daqui para a frente, toda lei que entrar em conflito com os princípios do Islã será declarada legalmente nula”, disse Abdeljalil, que até o levante era ministro da Justiça de Muamar Kadafi.
Um dos diretores do CNT, Abdul Hafiz Ghoga, apressou-se a esclarecer que o fato de a Sharia orientar a Carta não significará a criação de um Estado fundamentalista. “O povo líbio assegura ao mundo que a Líbia respeitará às convenções internacionais”, destacou.
A hipótese de criação de um Estado que terá como religião oficial o Islã é amplamente aceita no país. No entanto, estima-se que a maior parte da população líbia seja vinculada a correntes muçulmanas liberais, o que impediria a formação de um governo radical.
Com informações de O Estado de S. Paulo