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22 de julho de 2011
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14:18

Após explosões na sede do governo, atirador ataca em ilha da Noruega

Por
Sul 21
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Autoridades da Noruega não confirmam se explosão é fruto de atentado | Foto: Reprodução

Da Redação
Atualizada às 17h26

Um homem usando roupas de policial atirou em várias pessoas na ilha de Utoya, na Noruega, no começo da tarde de sexta-feira (22). Os disparos ocorreram em um acampamento de jovens ligado ao Partido Trabalhista do país. Pelo menos dez pessoas foram mortas, segundo a polícia. Uma testemunha garante ter visto “mais de 20 corpos” no local, de acordo com a rede NRK.

Ao celular, pessoas que estão no local afirmam que alguns jovens tentaram fugir a nado da ilha onde o acampamento está localizado, como medida desesperada de escapar dos disparos. Um homem armado foi preso; segundo relatos, tem aparência nórdica. A área está cercada por policiais noruegueses, mas não há, até o momento, informação oficial sobre vítimas ou sobre a prisão do atirador. A rede Reuters noticiou há poucos minutos que a polícia teme que explosivos estejam escondidos no acampamento.

O primeiro-ministro do país, Jens Stoltenberg, participaria amanhã de uma conferência do Partido Trabalhista em Utoya. Gro Harlem Brundtland, ex-primeira-ministra da Noruega, fez uma palestra no mesmo evento nesta quinta. Atendendo a imprensa norueguesa por telefone, Jens Stoltenberg disse que está bem, mas que foi recomendado por sua equipe de segurança a não dar detalhes de onde se encontra. Segundo o primeiro-ministro, a situação é “séria e crítica”. Uma reunião de emergência com ministros foi convocada pelo primeiro-ministro para a noite de sexta-feira (22).

Trata-se de um novo desdobramento dos incidentes que sacodem a Noruega, onde uma bomba explodiu nas proximidades da sede do governo, em Oslo, matando ao menos sete pessoas e ferindo pelo menos quinze. Segundo o Hospital Universitário de Oslo, o número final de atingidos pode ultrapassar as 100 pessoas.

A explosão ocorreu nas proximidades da sede do governo, atingindo prédios próximos e forçando a evacuação. A polícia norueguesa já admitiu que os dois casos “são possivelmente relacionados”, diz a rede BBC.

Alguns prédios, como o do Ministério da Energia, incendiaram após a detonação. Testemunhas teriam visto a explosão de ao menos um carro bomba, hipótese admitida a instantes por alguns membros das forças policiais. Segundo a rede NRK, teriam ocorrido ao menos duas explosões no local.

A sede do governo norueguês foi bastante atingida pela explosão. Mesmo assim, um funcionário teria comunicado a repórteres que o primeiro-ministro está “a salvo”, sem dar detalhes de sua localização. A polícia norueguesa não fez nenhum comunicado oficial sobre mortos ou feridos até o momento.

A região central de Oslo costuma estar esvaziada em julho, período de verão na Noruega e época em que as pessoas costumam tirar férias no país. No momento, todos os acessos ao centro da capital norueguesa estão interrompidos, e forças do Exército tomam posições em pontos estratégicos da capital. A estação de trem de Oslo foi evacuada há poucos minutos, uma vez que policiais teriam localizado um pacote suspeito no local. Os policiais presentes ao local não descartam a possibilidade de novas explosões.

Grupo terrorista teria assumido autoria

O New York Times noticiou que um grupo chamado Ansar al-Jihad al-Alami (“Ajudantes da Jihad Global”, em tradução livre) teria divulgado na internet um manifesto onde assume a autoria dos ataques e garante que “é só o começo”. Segundo o relato, os incidentes seriam uma resposta à presença de tropas norueguesas no Afeganistão e a republicação, por periódicos locais, de uma charge feita pelo cartunista dinamarquês Kurt Westergaard, que mostrava o profeta Maomé escondendo bombas debaixo do turbante.

“Nós avisamos desde Estocolmo que mais operações ocorreriam”, diz a suposta nota, em possível referência a um explosão ocorrida na capital da Suécia em dezembro do ano passado. Não há indicativo, porém, da posição do governo norueguês sobre a suposta autoria do atentado. Além disso, especialistas consultados pela rede BBC colocam em dúvida a capacidade do grupo em promover semelhantes ataques, enquanto fontes próximas à polícia da Noruega dizem que as autoridades descartam a participação de grupos ligados ao terrorismo internacional.

Com informações da CNN, New York Times, Reuters, Aftenposten.no e BBC


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