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12 de dezembro de 2010
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23:23

Tarso quer futura equipe da Segurança sem vínculos partidários

Por
Sul 21
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Rachel Duarte

Tarso anuncia em coletiva nome do secretário da Segurança / Caco Argemi/ Divulgação

O futuro governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT) anunciou oficialmente na tarde deste domingo, 12, o nome do promotor de justiça aposentado Airton Michels como o futuro secretário de Segurança Pública. A confirmação aconteceu no final da tarde, por meio de uma coletiva de imprensa chamada pelo governador eleito, na sua casa. Tarso fez questão de salientar o porquê da indicação e esclarecer qualquer distorção sobre sua escolha, já que o superintendente da Polícia Federal no RS, Ildo Gasparetto também estava cotado ao cargo. “Os dois estavam no mesmo nível, mas, Gasparetto me liberou e resolveu este enigma”, disse o futuro governador sobre a decisão do delegado em permanecer na disputa pela direção da Polícia Federal, em Brasília.

Tarso vinha conversando com ambos os cotados para a pasta, porém, na última semana teve um retorno de Gasparetto. O delegado disse que pretende continuar carreira dentro da Polícia Federal e, com isso, Tarso convocou o atual diretor do Departamento Nacional Penitenciário (Depen) para a pasta da Segurança.

O convite a Michels vem ao encontro das necessidades do estado que hoje tem um déficit prisional de mais de 10 mil vagas e presídios em más condições estruturais. Segundo Tarso, foi justamente a experiência de gestão e competência técnica que contaram para a indicação de Michels. “Não é porque ele é meu companheiro de partido (PT) ou por eu conhecer ele há 35 anos. O que pesou foi ele ter uma carreira transparente e experiência”, disse Tarso.

Bruno Alencastro/Sul21
Foto: Bruno Alencastro/Sul21

Tarso também anunciou o nome do comandante regional da Fronteira Oeste, coronel Sérgio Abreu para assumir o comando geral da Brigada Militar a partir de janeiro. A renovação no comando da polícia militar do estado é importante para o futuro governo, que não quer policiais com envolvimento político nas funções técnicas de tamanha importância. “Este setores não podem ter pessoas com envolvimentos partidários. E, o Sérgio já sabe que termos que estabelecer um entrosamento no trabalho das polícias gaúchas”, disse Tarso sobre a integração entre Polícia Civil e Brigada Militar.

As indicações para segundo escalão e o comando da Polícia Civil não foram anunciados por Tarso. No caso da PC, três delegados estão cotados: Ranolfo Vieira Junior (diretor do Departamento Estadual de Investigações Criminais), Jerônimo Pereira (indicado por deputados petistas) e Pedro Rodrigues (chefe de polícia da governadora Yeda Crusius exonerado por ela).

Apesar de o delegado Jerônimo Pereira ter dirigido departamentos de policia na gestão de Olívio Dutra e ter preferência no PT, Tarso disse que, neste caso, ser do mesmo partido que o seu não é garantia. “Ser do meu partido não é agravante positivo, nem uma impossibilidade. Mas, como já disse, estes são cargos de necessidade técnica e que eu deixo para decisão do governador”, salientou. O futuro governador disse que deve decidir o nome para a Polícia Civil até o final da próxima semana.

Redução de homicídios e reforma carcerária

O futuro governador gaúcho Tarso Genro salientou o desafio da próxima equipe que está sendo montada para comandar a segurança pública do estado. Ele reforça a prioridade em implantar plenamente o Programa Nacional de Segurança com Cidadania (Pronasci) e agilizar a resolução do deficiente sistema prisional gaúcho.

Como criador da lei federal que instituiu um novo conceito sobre a segurança pública no Brasil, Tarso Genro promete ser criterioso no trabalho de enfrentamento ao crime e à epidemia das drogas e do crack. Além de instituir o Proesci (Programa Estadual de Segurança Pública com Cidadania) em todo o estado, ele irá desenvolver o trabalho na área aos moldes do governo pernambucano.Isto significa um trabalho com foco na redução dos índices de homícidios, com força policial integrada, participação comunitária e divisão do estado em territórios, que delimitam a atuação policial.

O futuro secretário de Segurança do RS, Airton Michels, diz que o governo Tarso irá trabalhar na ampliação de vagas nos presídios gaúchos e construir novas unidades.. “O RS tem um déficit prisional de 12 mil vagas e um atraso nos investimentos repassados pela União, que acumularam R$ 55 milhões não utilizados até o ano passado. É preciso urgentemente agir nesta área, pois, os grupos que controlam as prisões, quando saem do sistema, não têm a menor chance de reinserção social, devido às péssimas condições dos presídios e a falta de políticas neste sentido”, avaliou.

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