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17 de novembro de 2010
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21:48

PDT negocia secretarias no governo Tarso. Prefeitura de Porto Alegre é preocupação

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Sul 21
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Bolzan: diretório de Porto Alegre está isolado /Foto: Divulgação

Igor Natusch

Na medida em que se aproxima o encontro estadual que vai definir a entrada do PDT no governo de Tarso Genro (PT), aumenta a intensidade das discussões dentro do partido. Marcada para o próximo dia 22, a convenção estadual deve bater o martelo e confirmar a presença dos trabalhistas na base governista para os próximos quatro anos. Porém, outras questões já estarão definidas antes mesmo dessa confirmação – entre elas, a quantidade de cargos que estarão à disposição do PDT no futuro governo. Além disso, os pedetistas não disfarçam outra preocupação, relativa à reeleição de José Fortunati (PDT) como prefeito de Porto Alegre. Questão tão delicada que coloca o diretório metropolitano, liderado por Nereu D’Ávila, em rota de colisão com a presidência estadual do partido.

Na busca de um acordo que viabilize sua entrada no governo Tarso, o PDT acena com uma proposta que pretende atender todos os interesses. Os trabalhistas não abrem mão das secretarias de Saúde e Agricultura, duas das principais pastas na estrutura do governo estadual. Mas concordam em não ocupar uma terceira secretaria, como anteriormente exigiam, optando por uma estatal de primeiro porte. Ciro Simoni, que também tem sido cogitado para presidir a Assembleia gaúcha no ano em que o PDT ficar na presidência da Casa, comunicou ao partido que aceita ser indicado para ocupar a pasta da Saúde. Essa hipótese ganha força com a decisão do PP de não ocupar cargos no governo, o que inviabiliza a pretensão de Pedro Westphalen (PP) de ser secretário da Saúde.

A proposta do PDT já recebeu as primeiras sinalizações positivas por parte da cúpula do futuro governo Tarso. Para o vice-governador Beto Grill (PSB), a redução do número de secretarias do interesse dos trabalhistas seria positiva para contemplar os interesses de todos os partidos integrantes da futura administração. Porém, ele ressalta que “qualquer decisão será tomada coletivamente pelo PDT e conversada com o governador Tarso na sua volta”.

Avaliação

O presidente estadual do PDT, Romildo Bolzan Jr, diz que o encontro da executiva, nesta terça-feira (16), teve como objetivo fazer uma “avaliação do quadro político” do estado. Ele confirma que o partido lutará pelas duas secretarias, Saúde e Agricultura. “Queremos um terceiro cargo, mas isso não está definido. Vamos tentar bancar isso (as duas secretarias)”, diz Bolzan.

Nem todos os trabalhistas, porém, estão de acordo com essa posição. Em reunião na noite de terça-feira (16), o diretório de Porto Alegre declarou-se contrário à entrada do PDT no governo Tarso. A principal iniciativa nesse sentido vem de Nereu D’Ávila, presidente do diretório da capital. A decisão tem caráter estratégico, já pensando nas eleições de 2012. Existe a possibilidade de o PT apoiar a reeleição de José Fortunati (PDT) em Porto Alegre – mas muitos integrantes da coligação que elegeu Tarso consideram Manuela D’Ávila (PCdoB) um nome mais viável para a disputa, o que dificulta um consenso. Para algumas lideranças pedetistas, é temerário entrar no governo Tarso, se isso pode colocar em risco uma prefeitura estratégica e de grande visibilidade política.

Bolzan aceita o posicionamento dos trabalhistas de Porto Alegre, mas faz questão de ressaltar que se trata de uma situação isolada. “Já temos indicativo de 21 coordenadorias no sentido de endossar a entrada do PDT no governo. Porto Alegre é a única que se posicionou contra”, garante Bolzan. De qualquer modo, o presidente do PDT gaúcho prefere não entrar em rota de colisão com Nereu D’Ávila, tratando a oposição da capital como “mais um elemento” para embasar a decisão coletiva do próximo dia 22. E acentua: o encontro da executiva não discutiu a conjuntura das eleições municipais. “Não foi pauta, em momento algum da reunião”, garantiu.

Com a decisão do PP de não entrar no governo, anunciada nessa quarta (17), Romildo Bolzan admite que a posição do PDT ganha importância. “Mas não queremos fazer barganha”, apressa-se em acrescentar. “Nossa determinação é de entrar bem no governo, de forma que possamos participar de forma positiva, sem comprometer nossas posições”.


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