Do Blog do Mário Marcos
Ao deixar o estádio, na noite de sábado, o venezuelano Seijas lembrou que o Inter ainda paga pelos erros de 2016, quando foi rebaixado. Intranquilos, irregulares, pressionados, os jogadores não rendem o suficiente e terminam mais uma rodada sem vitória no Gauchão.
O empate com o Caxias lembrou, bem como disse Seijas, alguns dos piores momentos de 2016. O time tem maior posse, cerca o adversário, marca e não consegue sustentar a vantagem. Foi assim o gol do Caxias, apenas cinco minutos depois daquele marcado por D’Alessandro – e a punição imediata veio com as vaias da torcida.
Será o grande desafio do técnico Antônio Carlos (foto). Além de recuperar o futebol do Inter, ele precisa achar solução para a instabilidade emocional dos jogadores e, principalmente, a pouca (e justificada) confiança da torcida.
Os jogadores mais experientes já perceberam isso:
– O Inter nunca tinha sido rebaixado – destaca o zagueiro Ernando, um dos vaiados no sábado. – Então, é uma situação nova e o torcedor não está acostumado com isso. Os novos e os que ficaram vão ter que saber que a cobrança vai existir e temos que ter força para sair dessa situação. Precisamos trazer o torcedor para o nosso lado.
Ernando sabe bem do que fala. Sem Paulão, que estava na reserva, os quase 9 mil torcedores que foram ao Beira-Rio escolheram Ernando, um dos homens de 2016, para as vaias.
– Estou iniciando a quarta temporada – disse Ernando. – Fiz um 2014, muito bom. Em 2015 também. Joguei de lateral, fiz o que pude para ajudar o clube. Me entrego ao máximo em todas as partidas, mas, infelizmente, em alguns, a parte técnica não vai ajudar. O torcedor não quer saber disso. Ele quer saber do momento atual – e o momento atual é ruim.
Ernando e o Inter voltam a campo quarta-feira, no jogo pela Copa do Brasil, contra o Princesa do Solimões, em Cascavel.
