Da Redação
Na retomada dos trabalhos da Assembleia Legislativa nesta semana, o deputado Zé Nunes (PT) propôs a criação da Frente Parlamentar em Defesa do Banrisul Público para reforçar a resistência contra uma possível privatização do banco pelo governo do Estado. A proposta conta com 14 das 19 assinaturas necessárias para a criação de uma frente parlamentar, que não tem uma estrutura própria, mas pode convocar audiências públicas e centralizar a mobilização parlamentar em torno de um tema.
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A possibilidade de privatização do Banrisul começou a ser ventilada no final de janeiro durante o período de conversas do governador José Ivo Sartori (PMDB) com o governo federal para a renegociação e suspensão do pagamento da dívida do RS com a União. Oficialmente, o governo do Estado nega que esta possibilidade esteja na mesa, mas o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, reconheceu em entrevista ao jornal Valor Econômico que ela está sim na mesa de negociações.
De acordo com Zé Nunes, as negativas de Sartori não esvanecem a “preocupação com a venda do banco gaúcho”. “O governador disse, no ano passado, que a CRM (Companhia Riograndense de Mineração) jamais seria vendida e hoje sabemos da intenção de vendê-la”, disse.
O deputado afirma ainda que não é possível que os governos estadual e federal pensem em se desfazer de uma instituição financeira lucrativa que, além de tradicional, é a única presente em dezenas de municípios e que assegura a execução de políticas de desenvolvimento, a exemplo o Programa de Microcrédito, adotado no governo anterior para fomentar pequenos empreendimentos e o desenvolvimento regional.
A proposta da frente parlamentar é constituir informações e elementos para dialogar com a sociedade sobre o tema a partir de interações com o Sindicato dos Bancários e outras entidades. Até o momento, assinaram a criação da frente dez deputadoas da bancada do PT – a única exceção é o presidente da AL, Edegar Pretto -, Manuela D’Ávila e Juliano Roso, ambos do PCdoB, Pedro Ruas (PSOL) e Juliana Brizola (PDT).