Marco Weissheimer
Centenas de servidores públicos voltaram a se concentrar nesta terça-feira (6), na Praça da Matriz, em frente ao Palácio Piratini, para protestar contra o pacote encaminhado pelo governador José Ivo Sartori (PMDB) à Assembleia Legislativa prevendo a extinção de fundações, a demissão de funcionários públicos e o fim da obrigatoriedade de plebiscito para a privatização da Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE), Sulgás e Companhia Riograndense de Mineração (CRM).
Com buzinas de vários tipos, apitos e vuvuzelas, servidores das fundações ameaçadas de extinção promoveram um buzinaço na frente do portão de entrada do Palácio Piratini, que está cercada por grades. A porta de entrada da Assembleia Legislativa também permanece fechada. O acesso à Assembleia se dá por uma entrada latera, protegida por grades e por seguranças da Casa.
Servidores de fundações ameaçadas de extinção e de empresas colocadas na lista de privatizações pelo governo Sartori conseguiram acessar as galerias do plenário e assistir ao Grande Expediente realizado pela deputada Miriam Marroni (PT) contra a privatização da CEEE, da Sulgás e a extinção da Superintendência de Portos e Hidrovias (SPH).
Miriam Marroni criticou as propostas do governo Sartori, destacando que as empresas prestam bons serviços à população, possuem caixas próprios, não usam recursos do Tesouro e realizam obras que jamais seriam feitas pela iniciativa privada. A deputada qualificou a SPH como fundamental para a integração dos modais de transporte no Rio Grande do Sul. Em relação às empresas públicas de energia, ela lembrou que tanto a CEEE quando a Sulgás são lucrativas e ocupam papel de destaque no cenário nacional. “A CEEE está na sexta posição do ranking de prestação de serviços da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) com índice de satisfação dos clientes de 70%. E a Sulgás foi considerada a empresa de abastecimento de gás com maior lucratividade do País”, assinalou.
Fundação Zoobotânica na praça
Do lado de fora, centenas de servidores promoveram “trancaços” na rua que dá acesso à entrada da Assembleia, portando faixas, cartazes e distribuindo panfletos aos motoristas. Servidores da Fundação Zoobotânica montaram uma mini-exposição, dentro da Praça da Matriz, para exibir à população o trabalho realizado pela instituição e o acervo científico construído ao longo de décadas.
Praticamente todas as fundações e empresas ameaçadas estavam representadas dentro e fora do Parlamento: Fundação Zoobotânica, Fundação de Economia e Estatística (FEE), Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária (Fepagro), Companhia Riograndense de Artes Gráficas (Corag), Fundação Piratini, Fundação de Ciência e Tecnologia (Cientec), SPH, CEEE, FDRH, Sulgás e CRM.
Com o número de barracas crescendo a cada dia, os servidores prometem intensificar a mobilização nos próximos dias com um maior número de manifestantes na praça. Uma servidora relatou no microfone do carro de som instalado na praça que, naquele momento, por volta das 15 horas, servidores públicos do Rio de Janeiro estavam sendo reprimidos pela Polícia Militar e pela Força Nacional de Segurança em frente à Assembleia Legislativa. “Precisamos ser milhares aqui na Praça da Matriz para pressionar os deputados e conseguirmos derrotar o pacote do Sartori”, afirmou.
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