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10 de junho de 2016
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16:30

Sul21 recomenda Tudo sobre Vincent, o Festival Varilux e uma ida ao Iberê

Por
Sul 21
[email protected]

Milton Ribeiro

O principal fato cinematográfico de Porto Alegre nesta semana é o início do Festival Varilux de Cinema Francês, cuja programação, fotos, sinopses e demais detalhes podem ser encontrados neste link. A programação inclui 21 produções inéditas, mais o clássico Um Homem, uma Mulher, de Claude Lelouch, e os excelentes Pedalando com Molière e As Mulheres do 6º Andar, que já estiveram nas telas da cidade.

No circuito normal, o destaque fica para a estranha fantasia de Tudo sobre Vincent, que está ali no Guion Cinemas. Há outros destaques, como o Concerto da Ospa da próxima terça-feira no velho Theatro São Pedro, que tem um programa raro de se ouvir em Porto Alegre. Também temos a exposição da Coleção da Fundação Edson Queiroz na Fundação Iberê Camargo.

A coisa está boa, apesar do frio.

De segunda a sexta, atualizamos nosso Guia21, com a programação do que acontece em POA.

Todas as semanas, o Sul21 traz indicações de filmes, peças de teatro, exposições e música para seus leitores. Não se trata de uma programação completa, mas de recomendações dos melhores espetáculos que assistimos. O critério é a qualidade. Se você tiver sugestões sobre o formato e conteúdo de nosso guia, por favor, comente. Boa semana!

Cinema – Estreias

Tudo sobre Vincent (****)
(Vincent n’a pas d’écailles), de Thomas Salvador, França, 2014, 78 min

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Dizem que este é o primeiro filme francês de super-herói. Bem… É um filme diferente. Não é verborrágico como boa boa parte da cinematografia francesa, mas está a quilômetros de ser um filme “de super-herói”. Vincent (interpretado pelo diretor Thomas Salvador) é tímido e acanhado, mas adquire força extraordinária em contato com a água. É um conto de fadas que se orgulha de ser 100% livre de efeitos especiais. Ele usa seu superpoder na construção civil e se apaixona. O roteiro fica tenso mais tarde, mas não daremos spoilers. O tom cômico do filme se contamina pela melancolia de Vincent e suas capacidades — totalmente inúteis para serem usadas em prol de um bem maior.

No Guion Center 2, às 14h35 e 19h45
No Guion Center 3, às 17h35

Cinema – Em cartaz

Paz para nós em nossos sonhos (****)
(Peace To Us in Our Dreams), de Šarunas Bartas, França / Lituânia / Rússia, 2015, 107 min

Cena de 'Paz para Nós em Nossos Sonhos'
Cena de ‘Paz para Nós em Nossos Sonhos’

Paz para nós em nossos sonhos é um belíssimo filme. Trata-se de um longa lituano dirigido e estrelado por Sharunas Bartas, bastante conhecido e admirado em seu país e na Rússia por este filme e outros ótimos títulos. O drama desperta curiosidade justamente por não deixar nada muito claro, motivos ou razões para tudo o que acontece ou aconteceu. Sequer são revelados os nomes dos personagens, mas o “mistério” e todo o clima do filme vai nos fazendo mergulhar em sentimentos engasgados. Sharunas interpreta um pai que parece distante e talvez desconectado da família e que resolve passar uns dias numa casa de campo com sua jovem filha de 16 anos e sua atual esposa, uma violinista que parece ter perdido o interesse pela vida. Aos poucos, vamos conhecendo alguns outros personagens, inclusive um garoto que vaga pelas florestas da região e furta um rifle com mira telescópica para caçadores. (Adaptado do Blah Cultural).
https://youtu.be/ZPyN5EHcBnQ
No Guion Center 2, às 16h e 21h10

Uma Noite em Sampa (***)
de Ugo Giorgetti, Brasil, 2016, 75 min

Uma Noite em Sampa
Há que ter respeito por Giorgetti. Ele é o grande diretor de Festa (1989), Sábado (1995), Boleiros – Era uma vez o futebol (1998) e do maravilhoso O Príncipe (2002). Uma Noite em Sampa provocou amor e ódio. O filme conta a tragicômica viagem de um grupo de interioranos que não à São Paulo ver uma peça global. A situação que o grupo passou após a sessão de teatro ficará marcada em suas mentes por uma simples razão: na saída, o ônibus que os levaria de volta para suas casas está trancado e sem o motorista. O que fazer? Perdidos, desorganizados e com medo, os passageiros ficam à espera e o resultado é uma história misteriosa, divertida e com desfecho surpreendente. O filme foi rodado em uma única locação, precisamente ao lado do Teatro Ruth Escobar. É um filme interessante se o espectador comprar a farsa montada por Giorgetti.
https://youtu.be/ujtMxLFD3sM
No Espaço Itaú 2, às 18h
No CineBancários, às 17h e 19h

Yorimatã (****)
de Rafael Saar, Brasil, 2014, 116 min

Yorimatã
Eleito o melhor Filme pelo júri e pelo público no Festival In-Edit Brasil em 2015, Yorimatã é o primeiro longa-metragem dirigido por Rafael Saar, e retoma a história de duas artistas de obra e vida incomum que marcaram o cenário musical brasileiro nas décadas de 70 e 80. Luhli e Lucina não formam apenas uma dupla musical, formaram juntas também uma família ao lado do fotógrafo Luiz Fernando Borges da Fonseca. Ao mesclar imagens de arquivos com depoimentos de parceiros, intérpretes e registros cotidianos da vida atual de Luhli e Lucina, Yorimatã devolve à dupla o seu lugar na música brasileira. Entre seus intérpretes estão artistas como Nana Caymmi, Tetê Espíndola, Zélia Duncan, Secos e Molhados, e especialmente Ney Matogrosso que, entre muitas outras canções da dupla, gravou “Bandoleiro”, “O vira” e “Fala”. Descrito pelo crítico Carlos Alberto Mattos como “um manifesto anticonservadorismo”, Yorimatã foi também um dos 10 filmes mais bem votados pelo público na Mostra Internacional de Cinema SP, em 2014.
https://youtu.be/Yc-RDFzgDIk
No CineBancários, às 15h

Ponto Zero (****)
de José Pedro Goulart, Brasil, 2015, 94 min

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Um pai de caráter nada inspirador, uma mãe perturbada pela confusão mental e quase nenhum aliado isolam o protagonista adolescente de Ponto zero. Alvo de agressões físicas e de zombaria na escola, ele também é asfixiado pelo complicado ambiente familiar. Vivido por Sandro Aliprandini, Ênio está ansioso e sozinho, em permanente silêncio por quase toda a trama do longa. Num contexto de cruel discriminação e quase nula vivência social — vivendo praticamente na companhia do celular — surge o desejo sexual. E Goulart o persegue nessa noite de aventura em busca do amadurecimento. É um rito de iniciação que demonstrará se ele tem fôlego para crescer.
No Espaço Itaú 8, às 16h, 20h e 21h50
No GNC Moinhos 1, às 13h30 e 17h15
No Guion Center 2, às 18h

Os Anarquistas (****)
(Les Anarchistes), de Élie Wajeman, França, 2014, 101 min

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Não se engane com o título. A história tem pouco a ver com anarquismo, mas o tema é excelente. Nos últimos anos do século XIX, um sargento (Tahar Rahim) é encarregado de se infiltrar um grupo de anarquistas em Paris, podendo ganhar uma promoção caso a tarefa seja bem-sucedida. Para ele, é a ocasião de subir na vida. Enquanto fornece relatórios aos seus superiores, ele começa a questionar a operação e desenvolve sentimentos pessoais por membros do grupo. A bela ideia do filme é misturar a violência do sentimento amoroso e da forte amizade ao ideal político. O cineaste Élie Wajeman é jovem e talentoso. Olho nele!

No Guion Center 3, às 19h e 20h50

Nise — O Coração da Loucura (****)
de Roberto Berliner. Brasil, 2015, 108 min

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Aconteceu um milagre, na década de 1950, no Brasil. Os mais importantes museus de arte moderna abriam seus salões para artistas de que nunca se ouvira falar. Muitos críticos assinalaram que essas exposições revelavam pintores que, apesar de desconhecidos, deveriam desde já ser considerados entre os maiores artistas brasileiros. Falou-se que essa explosão inédita de arte e beleza indicava que algo, comparável com a Renascença, poderia estar acontecendo no Rio de Janeiro. Por trás deste milagre não havia nenhuma academia de artes, nenhum mecenas ou marchand. Apenas uma psiquiatra, ridicularizada por seus colegas, e um ateliê de pintura, criado por ela em um hospital psiquiátrico nos subúrbios da cidade. Os artistas eram esquizofrênicos e pobres, internados, alguns há várias décadas, abandonados por suas famílias e desenganados pelos médicos. Este filme conta a história deste “milagre” e da vida dessa psiquiatra rebelde, franzina e cativante: a Dra. Nise da Silveira.

No Espaço Itaú 8, às 14h

Truman (****)
de Cesc Gay, Espanha / Argentina, 2015, 106 min

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Em Truman, Ricardo Darín interpreta Julián, um doente terminal de câncer que decide interromper o tratamento diante do agravamento de seu estado de saúde. E, acompanhado pelo melhor amigo, tenta encontrar um novo lar para Truman, seu cachorro. Quando Julián (Ricardo Darín) recebe uma visita inesperada do seu amigo de infância Tomás (Javier Cámara) que vive no Canadá, o encontro é ao mesmo tempo doce e amargo. Este reencontro, depois de vários anos, será também o último. Depois de lhe ser diagnosticado um câncer terminal, Julián decide pôr fim ao tratamento continuado que recebe, para poder concentrar-se em deixar todos os seus assuntos em ordem: a distribuição dos seus bens, as coisas para seu funeral, e acima de tudo, encontrar um lar para o seu mais fiel amigo -– o cão Truman. Entre diálogos repletos de humor e passeios pelas ruas de Madrid visitando livrarias, restaurantes, médicos e veterinários, a relação dos dois amigos vê-se fortalecida, sendo cada vez mais difícil a separação.

Na Sala Paulo Amorim, às 15h

A Juventude (*****)
(La Giovinezza), de Paolo Sorrentino, Itália/França/Suíça/Grã-Bretanha, 2015, 124 min

A Juventude
Fred (Michael Caine) e Mick (Harvey Keitel) são dois velhos amigos com quase oitenta anos que se encontram a desfrutar de um período de férias num hotel encantador, no sopé dos Alpes. Fred é um maestro e compositor aposentado, sem intenção de voltar à sua carreira musical que abandonou há muito tempo, enquanto Mick é um realizador, que ainda trabalha, empenhado em terminar o roteiro do seu mais recente filme. Ambos sabem que os seus dias estão contados e decidem enfrentar o seu futuro juntos. No entanto, ninguém além deles parece preocupado com o passar do tempo. O filme foi considerado pela crítica o melhor filme europeu de 2015. E Michael Caine, pelo mesmo filme, o melhor ator.

Na Sala Norberto Lubisco, às 15h

Exposições e Artes Plásticas

Coleção da Fundação Edson Queiroz
Na Fundação Iberê Camargo, Av. Padre Cacique, 2.000
Até 17 de outubro

A exposição reúne um conjunto de 76 obras da Fundação Edson Queiroz, uma das mais amplas e sólidas coleções da arte brasileira do País. A mostra tem como foco a produção de artistas atuantes no Brasil entre as décadas de 1920 e 1960, abrangendo do modernismo à arte abstrata. Trata-se de uma oportunidade única para o público de Porto Alegre entrar em contato com esse período tão singular da arte nacional.

Abertura: 23 de junho, das 19h às 21h
Exposição: de 24 de junho a 17 de outubro
De terça a domingo, das 12h às 19h (último acesso às 18h30)
Na Fundação Iberê Camargo (Av. Padre Cacique, 2.000 – Porto Alegre)

Reprodução
Reprodução

“Francisco Brennand – O Senhor da Várzea, da Argila e do Fogo”
De 08 de junho à 04 de setembro de 2016
Santander Cultural – Rua Sete de Setembro, 1028 – Centro Histórico

Esta deve ser a maior e melhor exposição deste ano no Santander Cultural. Francisco de Paula Coimbra de Almeida Brennand (Recife PE 1927). Ceramista, escultor, desenhista, pintor, tapeceiro, ilustrador, gravador. Inicia sua formação em 1942, aprendendo a modelar com Abelardo da Hora (1924). Posteriormente, recebe orientação em pintura de Álvaro Amorim (19-?) e Murilo Lagreca (1899 – 1985). No fim dos anos 1940, pinta principalmente naturezas-mortas, realizadas com grande simplificação formal. Em 1949, viaja para a França, incentivado por Cicero Dias (1907 – 2003). Freqüenta cursos com André Lhote (1885 – 1962) e Fernand Léger (1881 – 1955) em Paris, em 1951. Conhece obras de Pablo Picasso (1881 – 1973) e Joán Miró (1893 – 1983) e descobre na cerâmica seu principal meio de expressão. Entre 1958 a 1999, realiza diversos painéis e murais cerâmicos em várias cidades do Brasil e dos Estados Unidos. Em 1971, inicia a restauração de uma velha olaria de propriedade paterna, próxima a Recife, transformando-a em ateliê, onde expõe permanentemente objetos cerâmicos, painéis e esculturas. Em 1993, é realizada grande retrospectiva de sua produção na Staatliche Kunsthalle, em Berlim. É publicado o livro Brennand, pela editora Métron, com texto de Olívio Tavares de Araújo, em 1997. Em 1998, é realizada a retrospectiva Brennand: Esculturas 1974-1998, na Pinacoteca do Estado – Pesp, em São Paulo. Desde os anos 1990, são lançados vários vídeos sobre sua obra, entre eles, Francisco Brennand: Oficina de Mitos, pela Rede Sesc/Senac de Televisão, em 2000.

Horários de Visitação
De terças a sábados, das 10hs às 19hs
Domingos, das 13hs às 19hs.
Não abre às segundas feiras e feriados.
Brennand

Mostra “Coleção de Pinturas do Acervo”
No Margs, Praça da Alfândega, s/n° Centro Histórico, de terças a domingos, das 10h às 19h
Até 19 de junho

O Museu de Arte do Rio Grande do Sul, dando continuidade ao programa de exposições do acervo permanente do museu, apresenta a mostra “Coleção de Pinturas do Acervo”, em cartaz na Galeria Aldo Locatelli, de 19 de maio a 19 de junho, com entrada franca. A mostra, organizada pelo Núcleo de Curadoria do MARGS, reúne 12 telas de artistas nacionais e estrangeiros, produzidas nos séculos XIX e XX. O MARGS possui atualmente 3.661 obras catalogadas em seu acervo, que vão da primeira metade do século XIX até os dias atuais. São trabalhos que envolvem diferentes linguagens das artes visuais como pintura, escultura, gravura, cerâmica, desenho, arte têxtil, fotografia, instalação, performance, arte digital, design, entre outros. A coleção do museu é composta por arte brasileira, com ênfase na produção de artistas gaúchos, e também por obras estrangeiras, da qual conta com nomes significativos da arte mundial. O MARGS funciona de terças a domingos, das 10h às 19h, sempre com entrada gratuita. Visitas mediadas podem ser agendadas com o Núcleo Educativo, através do e-mail [email protected].

A Imigrante, de Luigi Napoleone
A Imigrante, de Luigi Napoleone

Exposição comemora os 57 anos de Barra do Ribeiro
No Instituto Renato Borghetti de Cultura e Música — Rua Júlio de Castilhos, 1120, Centro
Até 30 de junho
De quartas a sextas-feiras, das 9h às 12h e das 14h às 19h, sábados, domingos e feriados, das 10h às 13h e das 14h às 21h

A exposição Barra do Ribeiro em Fotos abre na sexta-feira, dia 27 de maio, às 19h, na Fábrica de Gaiteiros – Instituto Renato Borghetti de Cultura e Música (Rua Júlio de Castilhos, 1120, Centro), em comemoração aos 57 anos do município. Organizada pelos fotógrafos Beatriz Donelli e Willian Corrêa, tem o apoio da Câmera Viajante – escola de fotografia e cinema digital -, de Porto Alegre, e apresenta 63 trabalhos. As imagens foram produzidas por 32 fotógrafos de Barra do Ribeiro, profissionais e amadores, e por alunos e professores da Câmera Viajante, retratando as belezas naturais e aspectos geográficos, culturais e urbanísticos da cidade situada às margens do lago Guaíba. A mostra, que em fevereiro de 2016 esteve em cartaz na sede da AABB de Barra do Ribeiro, poderá ser visitada agora na Fábrica de Gaiteiros de Borghettinho.

Foto: Divulgação
Foto: RAR

Quatro décadas de arte com Ivan Pinheiro Machado
No Margs, até o dia 19 de junho

A mostra traz mais de 90 obras que representam um passeio em quatro décadas de produção artística, desde os anos 1970 até os dias atuais. São trabalhos que tratam, em sua maioria da temática urbana, extremamente realistas, que procuram captar aspectos inusitados do cotidiano das grandes cidades. “O que no primeiro momento lembra a fotografia documental de uma cena urbana tem a capacidade de nos capturar para uma nova intuição, o peso subjetivo, o olhar do artista e a poética desta construção inteiramente ficcional”, diz o crítico Jacob Klintowitz sobre a pintura de Ivan Pinheiro Machado. Desde uma mesa de bar, até um sinal de trânsito, o artista transita em torno do cotidiano, transformando em arte a banalidade das ruas, da cidade grande com ruas semidesertas, onde a figura humana é uma “presença ausente” conforme definição do crítico Paulo Perdigão.
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Exposição Aguapé
No Espaço de Artes da UFCSPA, R. Sarmento Leite, 245
Até 16 de junho

O Espaço de Artes da UFCSPA inaugura a exposição Aguapé com entrada franca e aberta ao público externo. O trabalho do artista visual Emanuel Monteiro poderá ser visitado até o dia 16 de junho. Monteiro desenvolve trabalhos em desenho, pintura e livros de artista. Explora a partir dessas linguagens os desdobramentos do conceito de paisagem. “A imagem da ruína perpassa os desenhos que compõem a exposição Aguapé, tanto pela observação da imagem da casa em estado contínuo de deterioração, quanto pela ação da matéria efêmera que constitui os próprios trabalhos. A casa em ruínas é um espaço que se apresenta confuso e híbrido, já não pode demarcar claramente os limites entre o espaço da cultura e da natureza. A ruína reintegra a cultura à natureza”. Impregnações, manchas, marcas, sobreposições, suspensão da matéria (água, aquarela, macerado de flores de Espatódea e seus resíduos, terra, folhas) são modos de investir sobre o desenho. A matéria orgânica transborda as estruturas lineares, como o espaço interno escoa para fora da casa, ou como a noite invadindo o seu interior. Quantas imagens e memórias podem ser evocadas e salvas no trabalho contínuo de descascar as paredes de um lugar?”, descreve o artista sobre seu trabalho.
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Xadalu ”Elementos Urbanos”
Até 11/06/2016
Centro Cultural Erico Veríssimo CEEE

Conhecido pelas colagens e intervenções urbanas que estampam a figura do indiozinho Xadalu pelo mundo, Dione Martins apresenta uma série de novos trabalhos, realizados especialmente para esta exposição. “Elementos Urbanos” parte de sua imersão pelo espaço das grandes cidades. Como artista visual vinculado à arte urbana (a chamada street art), Dione não só se expressa nas ruas, como também retira delas os elementos que compõem sua produção. No ambiente de Porto Alegre, onde costuma fazer andanças noturnas para realizar seus trabalhos, o artista topa com toda sorte de pessoas e situações. Vêm do contato com a dinâmica desse meio social mais à margem e de seus códigos específicos os motivos do que se apresenta nesta mostra. São obras em linguagem de arte urbana que se valem de técnicas e procedimentos diversos, partindo sempre da observação e das experiências de Dione em seus percursos pela cidade. Nessas rotas de passagem, o artista depara com o cotidiano de marginalização social, ao mesmo tempo em que o olhar se sensibiliza pela dura desigualdade que pauta a vida nos grandes centros. Assim, em “Elementos Urbanos”, Dione dá sequência a uma produção visual que reflete o lado comprometido de seu trabalho, agora ampliando as questões indígenas para outros grupos marginalizados pela sociedade.

Foto: Carol Essan
Foto: Carol Essan

Avalanche, na Galeria Ecarta (Av. João Pessoa, 943)
De terça a sexta, das 10h às 19h; sábado, das 10h às 20h; e domingo, das 10h às 18h
Até 19 de junho

Formada pelos artistas Matheus Walter e Virginia Simone, a Avalanche inaugura a exposição Compacto Simples em 5 de maio, às 19h, na Galeria Ecarta (Av. João Pessoa, 943), em Porto Alegre. O título, extraído do universo da música pop, faz referência à maneira que a exposição será montada. Trabalhos realizados em técnicas e suportes distintos serão exibidos em cada uma das salas (ou lados) da galeria. As obras, no entanto, têm na questão da memória um assunto comum. No Lado A, Vídeo da Casa reúne imagens captadas em formato digital, entre 2010 e 2014, que mostram a destruição de um velho sobrado da Rua Santo Antônio, em Porto Alegre. Entre os anos de 2005 e 2012, a casa, também chamada de Avalanche, foi lugar de morada, criação e convívio, além de abrigo para um acervo de roupas e objetos reunidos em anos de pesquisas. “Os anos de ocupação da casa, tingidos de alegria e entusiasmo, contrastam com o aspecto cru da demolição de um imóvel urbano. Vídeo da Casa possui, inevitavelmente, um apelo político passível de discussão em tempos de crise: o debate sobre a especulação imobiliária e suas conseqüências”, considera Matheus. No Lado B, a série Álbuns traz uma coleção de impressos, fotos, desenhos, etiquetas, adesivos, panfletos e recortes, todos materiais de diferentes tempos e espaços reunidos em antigos álbuns de fotografias. O trabalho propõe uma forma de organização e apresentação do que a dupla chama de achados arqueológicos. Os temas são variados e organizados por conteúdo, forma, período histórico ou livre associação: o Álbum da Indústria Fonográfica evoca a produção gráfica de capas de discos e publicações do gênero; o Álbum da Mulher reúne desenhos e imagens femininas de revistas e livros de diversas épocas; o Álbum de Botticelli insere folhas de uma planta medicinal em um livro sobre o pintor renascentista. “Em um típico caso ‘A influencia B’, todo o conceito dos álbuns vem da necessidade de criar obras menores. O motivo é o simples fato de a casa, estrutura gigantesca e misteriosa – pode-se dizer um grande álbum que guardava toda a sorte de objetos -, ter sido destruída e o tamanho do ‘atelier’ drasticamente reduzido”, explica Virginia. Compacto Simples tem visitação até 19 de junho. No dia anterior ao encerramento, sábado, 18, haverá um evento com diversas atividades. Às 17h, os artistas Matheus Walter e Virginia Simone conversarão com o público e com o curador da exposição, Leo Felipe, sobre o processo “arqueológico” de pesquisa. Logo depois, a dupla promove uma performance envolvendo moda e música. Uma publicação referente à exposição será lançada na ocasião. Todas as atividades têm entrada franca.

Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

Sergio Camargo: Luz e Matéria
Fundação Iberê Camargo
De terça a domingo (inclusive feriados), das 12h às 19h (último acesso às 18h30)
Até 12 de junho

A Fundação Iberê Camargo e o Itaú Cultural firmaram uma parceria para trazer ao público mais uma exposição de grande relevância no cenário artístico nacional. Dia 3 de março, a instituição em Porto Alegre inaugura a mostra Sergio Camargo: Luz e Matéria com trabalhos de um dos mais importantes nomes das artes visuais do século XX no Brasil. Com curadoria de Paulo Sergio Duarte e Cauê Alves, a mostra reúne, até 12 de junho, mais de 60 obras de colecionadores privados e do espólio do artista. A exposição é um novo recorte da versão exibida no Itaú Cultural em São Paulo, entre novembro de 2015 e fevereiro de 2016, e Porto Alegre é a primeira cidade a recebê-la, após seu encerramento na Capital paulista. Na Fundação, a exposição ocupa dois andares com trabalhos de grande formato e em menor dimensão Sergio Camargo; torres e relevos em formas que jogam com a luz e a sombra, esculpidos em mármore carrara branco ou negro belga, datadas entre as décadas de 1960 e 1980. O conjunto faz uma síntese das sucessivas experiências de Sergio Camargo (1930-1990).
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Música

Concerto da Ospa | Série Theatro São Pedro
Dia 14 de junho de 2016, terça-feira, às 20h30
Theatro São Pedro (Praça Mal. Deodoro, s/n – Centro, Porto Alegre)

A apresentação contará com as participações do húngaro Gergely Madaras, diretor musical da Orquestra Dijon Bourgogne (França) e regente titular da Orquestra Sinfônica Savaria (Hungria); e do alemão Christoph Hartmann, oboísta da Filarmônica de Berlim que fará os solos da noite. O repertório destaca obras do italiano Antonio Pasculli (1842-1924), cujos manuscritos foram encontrados por Hartmann; e composições de Zoltán Kodály (1882-1967), conterrâneo de Madaras. Os ingressos estão à venda na bilheteria do Theatro por valores entre R$ 10 e 40.

PROGRAMA
Pasculli, A.: Concerto su “Poliuto” (Donizetti)
Pasculli, A.: Grand Concerto sopra motivi di “I Vespri Siciliani“ (Verdi)
Kodály, Z.: Dances of Galanta
Kodály, Z.: Concerto para Orquestra
Nepomuceno, A.: Batuque

Regente: Gergely Madaras (Hungria)
Solista: Christoph Hartmann (Alemanha | oboé)
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Os fragmentos da vida de Robert Schumann
No StudioClio, Rua José do Patrocínio, 698, Cidade Baixa
Dia 15 de junho de 2016, quarta-feira, das 12h20 às 13h40

Schumann ocupou uma posição de destaque dentro da tradição musical alemã, suas criações para piano nos revelam a genialidade deste enigmático e complexo artista. Suas composições apresentam um clima emocional sempre em mutação, migrando da paixão para a nostalgia, da dor para o otimismo. Neste Almoço Clio, Arthur Torelly Franco apresenta a obra de Schumann e seus heterônimos, como o impulsivo Florestan e o sonhador Eusébio, que quebraram os paradigmas do classicismo. Gastronomia da chef Carine Tigre. Confira o cardápio:

Entrada
Sächsische Kartoffelsuppe (sopa creme de batata com linguiça e especiarias)

Prato Pricipal
Hannoversche zungenragout (ensopado de língua com spatzle)

Sobremesa
Kaffee und Kuchen (café e bolo de frutas secas com raspas de laranja)
Informações deste Evento

Docente(s): Arthur Torelly Franco, Carine Tigre
Quando: Dia 15 de junho de 2016, quarta-feira, das 12h20 às 13h40
Vagas disponíveis: 2
Duração: 1h20
Valor(es):
R$ 100,00 (almoço e palestra)
R$ 50,00 (palestra)
Robert Schumann

Teatro

O Casal Palavrakis
Na Sala Álvaro Moreyra, Av. Erico Verissimo, 307 – Menino Deus
De 10/06 a 10/07, de sexta a domingo, às 20h.

Dirigido por Maurício Casiraghi, O Casal Palavrakis fará a primeira temporada em Porto Alegre a partir do dia 10 de junho na Sala Álvaro Moreyra. A estreia também marca as comemorações de cinco anos de atividades da Ato Cia. Cênica – um dos mais jovens e premiados grupos de teatro do Rio Grande do Sul. Primeira montagem gaúcha para o texto da dramaturga espanhola Angélica Liddell, a peça leva à cena o cotidiano do casal Elsa e Mateo Palavrakis. Apresentado de forma fragmentada, o roteiro avança e recua no tempo. Aos poucos, o público é inserido em uma atmosfera de violência e pesadelo. O espetáculo tem a narrativa multiplicada por imagens geradas ao vivo por câmeras posicionadas e operadas pelos próprios atores, buscando novas relações de tempo, espaço e memória. A dramaturgia serve como plataforma de experimentação e pesquisa. Os atores utilizam diversos elementos orgânicos – como ovo, farinha e leite – na busca de quadros que expressem a relação dos personagens por meio da performance.

Foto Diego Bregolin
Foto Diego Bregolin

Flamenco Imaginário
No Teatro de Arena, na escadaria da Borges
De 04 a 26 de junho — Sábados às 16h, Domingos às 11h e 16h

A Cia de Flamenco Del Puerto comemora em 2016 17 anos de existência com um projeto inédito e inovador: um espetáculo de flamenco para crianças, que estreia no próximo dia 04 de junho no Teatro de Arena. Flamenco Imaginário é livremente inspirado na dramaturgia de “O corcunda de Notre Dame”, de Victor Hugo. A montagem é vencedora do Prêmio de Incentivo às Artes Cênicas do Teatro de Arena de Porto Alegre e se propõe o desafio de desenvolver uma obra com identidade flamenca focada nos pequenos. Flamenco Imaginário conta com trilha sonora inédita composta especialmente para o projeto por Giovani Capeletti e figurinos de Antonio Rabadan. Idealizado por Daniele Zill, tem direção de Denis Gosch e coreografias de Juliana Prestes. No elenco, além de Daniele, Ana Medeiros, Juliana Kersting e Leonardo Dias. O projeto conta ainda com uma série de contrapartidas, entre elas oficinas de dança e música, que serão oferecidas gratuitamente durante a temporada de estreia.

Serviço:
Flamenco Imaginário
De 04 a 26 de junho
Sábados às 16h, Domingos às 11h e 16h
Ingressos: R$ 30,00 – descontos para Classe Artística, Estudantes e Idosos mediante comprovação
Local: Teatro de Arena
Estacionamento conveniado: Rua Duque de Caxias, 1247 (Safe Park)

Foto: Adriana Marchiori
Foto: Adriana Marchiori

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