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26 de agosto de 2015
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20:23

Deputados gaúchos assinam carta pedindo fim do embargo dos EUA a Cuba

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Sul 21
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Deputados Roso, Valdeci  e Ricardo, da Associação José Martí, falam sobre a carta | Foto: Juarez Junior | Agência ALRS
Frente Parlamentar fez reunião e apresentação da carta nesta quarta-feira | Foto: Juarez Junior | Agência ALRS

Débora Fogliatto

A Frente Parlamentar Gaúcha de Apoio ao Povo Cubano assinou, nesta quarta-feira (26), uma carta que será enviada ao Congresso dos Estados Unidos pedindo o fim do embargo econômico ao país caribenho. O documento foi uma iniciativa da Associação Cultural José Martí, que existe em várias partes do Brasil e, nacionalmente, colhe assinaturas de parlamentares para levar a Washington, em colóquio que acontecerá em setembro.

O presidente da Frente, deputado Juliano Roso (PCdoB), destacou que o povo cubano “nos fornece ensinamentos de como resistir ao imperialismo e ao capitalismo”, além de deixar inúmeros legados para a saúde e a educação, com a erradicação do analfabetismo no país e diversos avanços na área da medicina. “A economia socialista cubana conseguiu um espaço de inserção de um projeto de desenvolvimento que levou à melhoria das condições de vida do povo”, afirmou.

Atualmente, com o restabelecimento de relações diplomáticas entre Estados Unidos e Cuba, a principal reivindicação é o fim do bloqueio econômico. O ex-deputado Raul Carrion (PCdoB), que deu início à Frente em 2009, lembrou que a reabertura das embaixadas representa o fim de “mais de 50 anos de uma política de terrorismo econômico, de agressão a Cuba”, mas que apenas será superado com o fim do embargo e a saída de Guantánamo. Os Estados Unidos mantêm uma prisão em uma base militar que ocupa parte da ilha cubana, o que Carrion avaliou ser “contra qualquer norma do direito internacional”.

Valdeci foi o primeiro a assinar o documento | Foto: Juarez Junior | Agência ALRS
Valdeci foi o primeiro a assinar o documento | Foto: Juarez Junior | Agência ALRS

Presidente da Associação José Martí no Rio Grande do Sul, Ricardo Arend Haesbaert apontou que apenas o Congresso estadunidense pode determinar o fim do bloqueio, visto que ele foi criado a partir de leis locais, há mais de 50 anos. “O Parlamento gaúcho tem trabalho histórico referente ao povo cubano. Esta carta será entregue em setembro em Washington, e também pede a devolução de Guantánamo a Cuba”, resumiu.

A carta destaca que o embargo tem causado dificuldades ao povo cubano, mas também prejudica o povo norte-americano, “pois impede a possibilidade de intercâmbios culturais e acesso a novas tecnologias médicas, como o medicamento seguro que reduz em 78% o risco de amputação causado pela diabete”. A expectativa dos movimentos de solidariedade ao povo cubano é que o Congresso “escute as vozes dos povos da América Latina e do Caribe”.

Ricardo mencionou o programa Mais Médicos, ao qual os profissionais cubanos aderiram em massa, com mais de 10 mil pessoas trabalhando atualmente no Brasil. Isso também foi citado pelo deputado Valdeci de Oliveira (PT): “o Brasil tem que agradecer aos médicos que deixaram suas famílias lá e vieram cuidar do nosso povo”.

A carta é a primeira ação concreta da Frente junto à Associação e com o Comitê Internacional pela Paz, Justiça e Dignidade aos Povos, que surgiu da luta pela libertação dos cinco cubanos, agentes de inteligência que foram presos em Miami em 1996. Os três últimos detidos foram libertados no final de 2014 pelo presidente Barack Obama. “Depois da libertação e do restabelecimento das relações, precisamos manter a luta. Agora, não depende do presidente, mas do Congresso estadunidense para levantar o bloqueio econômico”, explicou Ricardo.

A Frente já é formada por 25 deputados, que agora serão procurados para também assinar a carta. Além de Roso e Valdeci, o deputado Altemir Tortelli (PT) também já assinou o documento.


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