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27 de outubro de 2015
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19:16

Centrais sindicais irão pressionar deputados da base sobre reajuste do mínimo regional

Por
Sul 21
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Centrais sindicais irão pressionar deputados da base sobre reajuste do mínimo regional
Centrais sindicais irão pressionar deputados da base sobre reajuste do mínimo regional
Centrais se reuniram na sede da CTB nesta terça-feira | Foto: Aline Vargas/CTB-RS
Centrais se reuniram na sede da CTB nesta terça-feira | Foto: Aline Vargas/CTB-RS

Débora Fogliatto

Em reunião realizada nesta terça-feira (27), as seis centrais sindicais que articulam a discussão sobre o salário mínimo regional decidiram intensificar a mobilização pelo reajuste. Eles pedem um aumento de 11,55%, que representaria a reposição da inflação (10%) e um pequeno percentual de ganho real, enquanto os empresários defendem que os valores sejam congelados pelo governo. A atribuição de enviar um projeto de lei determinando a elevação é do governador José Ivo Sartori (PMDB) e o salário atinge diretamente 1,5 milhão de trabalhadores.

A partir desse cenário, as centrais decidiram não tentar dialogar com os patrões, que argumentam não ter condições de pagar um aumento. Na semana passada, as federações empresariais lançaram uma nota pedindo que os valores não sejam reajustados. “Sabemos que os patrões andaram se manifestando com aquele choro de sempre, mas decidimos não debater com eles. Vamos debater com os deputados e governo do estado”, afirmou Claudir Nespolo, presidente do braço gaúcho da Central Única dos Trabalhadores (CUT-RS).

Em nota divulgada na semana passada pelas federações empresariais Fiergs, Federasul, FCDL-RS e Farsul, a Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado do RS (Fecomércio-RS). O presidente desta última, Luiz Carlos Bohn, afirmou que o reajuste poderia trazer impactos negativos. “Além de não promover o desenvolvimento, estudos econômicos nos mostram que o estabelecimento de um piso salarial acima da capacidade de produção de determinadas funções pode gerar desemprego e informalidade, afetando principalmente aqueles trabalhadores menos qualificados e com menor nível de renda”, disse.

Mas os dirigentes sindicais argumentam que a inflação de 10% já foi sentida pelos trabalhadores. “A inflação aconteceu e é justo que os salários sejam corrigidos com a inflação e mais 1,5% de aumento real”, apontou Claudir. O presidente gaúcho da Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB), Guiomar Vidor, considera que as patronais “carecem de argumentação”. “É descabido esse posicionamento, levando-se em conta que já repassaram para as mercadorias e serviços a inflação reajustada, que são consumidos pela população e, portanto, pelos trabalhadores. E na hora de repassar a inflação para os salários, eles são contrários”, critica.

As centrais já entregaram para o secretário do Trabalho Miki Breier a sua pauta, com o pedido de reajuste de 11,55% há cerca de 15 dias e, nesta quinta-feira (29), irão se reunir com o presidente da Assembleia, Edson Brum (PMDB), para tratar do assunto.

Os trabalhadores também pretendem se encontrar com diversas bancadas para promover audiências públicas em cidades do interior, com o objetivo de democratizar o debate nas bases dos deputados e das federações empresariais. “Precisamos que o governo dê continuidade, a responsabilidade de fazer o projeto é do governo. Se for necessário, tentaremos conversa com o próprio governador caso o projeto não seja encaminhado em breve”, afirmou Claudir. Ele relatou que as centrais já se reuniram com deputados do PT, que se comprometeram com a pauta.


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