Colunas>Paulo Timm
|
22 de março de 2017
|
10:00

DURA LEX, SED LEX ou A lei é dura mas é a Lei

Por
Sul 21
[email protected]
DURA LEX, SED LEX ou A lei é dura mas é a Lei
DURA LEX, SED LEX ou A lei é dura mas é a Lei

É preciso ocupar o espaço público. É preciso se indignar, reivindicar, reinventar, lutar pelo retorno da democracia.

Mas, não nos enganemos.

Não será com manifestações de rua que esse governo e esse congresso, ambos infestados de larápios, escutarão os clamores populares. Está provado e comprovado que estão se lixando para o povo. E eles têm costas largas, porque estão respaldados pela mídia e pela juristocracia da Casa Grande.”

Paulo Tomás Fiori –FB Acesso a 16 março 2017

Brasília treme diante das novas investidas da LAVAJATO somadas ao clamor das ruas, no dia 15 passado, contra a Reforma da Previdência, cuja propaganda oficial foi retirada do ar pela Justiça por “enganosa”. A casa, senão caiu, está por desabar. A lista de Janot, enviada ao Supremo no rito das ações judiciais contra políticos, envolve mais de 200 personagens, dos quais quase uma centena de deputados e senadores. O Presidente Temer vive o pior momento de sua tormentosa carreira no Palácio do Planalto. Já lhe restam poucos colaboradores de confiança, ocupantes de Ministérios, maior parte deles na boca de poderosos delatores que inflacionaram os custos das últimas campanhas eleitorais no país e o bolso de alguns candidatos.

A palavra de ordem nos corredores do Poder é : “Temos que sobreviver ao tsunami”. Com a alegação, claro, de que a “sociedade” não pode sacrificar um geração inteira de Partidos e respectivos líderes. Nisso, todos, independentemente da coloração ideológica, são iguais: “ Não cometemos crimes. Apenas recebemos contribuições que foram devidamente contabilizadas e cujas contas foram já aprovadas”. Na verdade, um crime (quase) perfeito, já denunciado pelo Supremo na dicção sobre o Senador Valdir Raupp que indica ver neste procedimento um claro delito.

Sobre tudo isso, sou claro.

Meu pai, alemão de origem, militar de formação, tradicional em modos e costumes, sempre me dizia: DURA LEX, SED LEX. Sigo seu conselho. Portanto, pra mim, CUMPRA-SE A LEI, “duela a quién duela”.

Sou contra a ANISTIA para quem usou caixa 1 ou caixa 2, além de outros caixas ainda invisíveis e que se constituem no uso abusivo de instituições, inclusive sindicatos, do próprio Estado e de pessoas vulneráveis para ascender na Política.

E sou contra agora as gracinhas do CONGRESSO NACIONAL para garantir a manutenção em mandatos dos atuais deputados e senadores através da mudança na Lei Eleitoral de forma a instituir casuisticamente o VOTO DISTRITAL e VOTAÇÃO EM LISTAS, isto é, nos Partidos que formulam essas listas conferindo prioridade a quem os controla, sob o manto protetor de um Fundo Partidário que já está na ordem de R$ 1 bilhão por ano. Deste ninguém diz que é inflacionário, arbitrário e oneroso às contas públicas. Afinal, dizem, o Orçamento da União é de cerca de R$ 2 bilhões. Que diferença faz só um mísero bilhãozinho, embora pra meia dúzia de políticos, os quais, aliás, já têm salários e aposentadorias astronômicos? Mas, ao mesmo tempo proclamam que o alegado déficit de R$ 150 bilhões da Previdência, que beneficia toda a população, seja pelas aposentadorias, seja pelas pensões, seja pelos encostos legais por razões de saúde e maternidade, seja pela assistência aos grupos vulneráveis, dentre os quais idosos que nunca pagaram previdência, seja pelo FUNRURAL. Este sim, é altamente oneroso. Ora, ora…!

Precisamos, sim, de uma verdade Reforma Política, que passe por uma revisão de todo o sistema público de representação, inclusive o Pacto Federativo, e uma nova liderança política capaz de fazê-la em prol da sociedade! Esta turma que está aí não vai fazer nada que. Como dia Leonardo Mota Neto em seu informe na CARTA POLIS de 15 de março de 2017 às 09:46

http://www.cartapolis.com.br/nao-e-somente-anistia-o-que-eles-querem-votar/

“A parte obscura do Congresso Nacional, aquela que não se revela na claridade democrática, está engendrando nas madrugada três golpes certeiros na ordem política: (1) aprovar a anistia ampla e irrestrita dos crimes eleitorais de caixa 2 até aqui; (2)  voto em em lista; (3) – o aumento generoso das verbas dos fundos partidários.

Tudo em nome de uma “reforma política”. Contam com o beneplácito da Viúva, através do síndico de sua massa falida, o presidente da República.”

Enfim, ou proclama-se a REPÚBLICA neste país ou nunca veremos aqui prosperar a Justiça e a Democracia.

.oOo.

Paulo Timm é economista, 72, pós-graduado CEPAL/ESCOLATINA – Prof. aposentado da UnB . Fundador do PDT.


Leia também
Compartilhe:  
Assine o sul21
Democracia, diversidade e direitos: invista na produção de reportagens especiais, fotos, vídeos e podcast.
Assine agora