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22 de fevereiro de 2011
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17:33

Turismo Rural: presente e futuro de Porto Alegre

Por
Sul 21
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Camila Domingues/CMPA

Porto Alegre é a segunda capital brasileira com a maior área rural no país, que ocupa cerca de 30 por cento de seu território. Esse espaço, com áreas de preservação ambiental e biológica, foi primordialmente responsável pela ONU haver atribuído à cidade o título de metrópole com melhor qualidade de vida do Brasil. Muitas vezes, colada à área urbana, os sítios produtivos e de lazer proporcionam renda a muitos e melhoram a vida de todos.

Na Zona Sul, temos um programa importante, implementado pela municipalidade, que é os Caminhos Rurais. Ele faz parte de um projeto mais amplo de turismo da cidade. Várias propriedades foram estimuladas a abrir suas portas à visitação, principalmente nos finais de semana. É uma oportunidade para que os turistas conheçam uma rica gastronomia, com bons restaurantes, produção de vinho, café campeiro, doces, pães e até mesmo pratos pouco usuais, feitos com a utilização de verduras como o caruru, pães de urtiga, refrigerante de picão e outros que podem parecer exóticos, mas fazem parte da nossa cultura e do acúmulo de conhecimento daqueles que vivem em contato com a terra.

Além dos sítios abertos ao turismo, as plantações de uva e ameixa, rendem festas e feiras na área de Belém Velho, no mês de janeiro. Há também a tradicional Festa do Pêssego, na Vila Nova, no mês de novembro. Neste “cinturão verde”, temos produção substantiva e apreciável de hortaliças, vegetais e verduras, vendidos nas feiras ecológicas ou entregues diretamente em restaurantes, já que são cultivados sem agrotóxicos ou adubos químicos.

Há, no entanto, espaço para expandir e fortalecer este ramo de atividade. Porto Alegre deveria ter um grande plano de floricultura, porque, apesar de constar como a maior consumidora per capita do Brasil de flores ornamentais, boa parte das flores tem origem em São Paulo, encarecendo seu preço final e deixando de gerar riqueza em nossa cidade. Na área rural há um processo embrionário de açudagem, desenvolvido em parceria da Prefeitura com a Emater, que precisa ser mais disseminado, aproveitando as boas águas da Zona Sul para a produção de peixes. Isso poderia estar vinculado à produção de outros animais, onde galinheiros e chiqueiros sobre os açudes pudessem reaproveitar os dejetos de comidas para os peixes, o que representaria integração e sustentabilidade.

A zona rural de Porto Alegre é uma dádiva que deve ser preservada, tanto assim que no Plano Diretor estamos mantendo e implementando um processo de apoio e diferenciação para a área rural. Para tanto, o turismo rural é fundamental, pois só quem conhece, protege. E, ao estimular uma renda alternativa para os produtores, que são valorizados em sua cultura e podem vender seus produtos diretamente aos consumidores, garante-se sua permanência na terra e mais saúde e beleza para toda a cidade.

* Vereador e presidente do PT/Porto Alegre


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