Jaqueline Silveira
Por falta de quórum, foi adiada, na tarde desta quarta-feira (21), a votação do projeto que estabelece a instalação de Ruas de Convivência na Capital com o fim de incentivar a realização de atividades de lazer, cultura e esporte nessas vias. Pela proposta, as ruas incluídas no programa seriam fechadas aos domingos e feriados, das 6h às 21h. No horário de verão, o fechamento seria estendido até as 22h. O projeto deve ser votado na próxima segunda-feira (26).
A matéria chegou a começar a ser discutida na sessão desta quarta. Autor da proposta, o vereador Marcelo Sgarbossa (PT) ressaltou que o projeto é uma oportunidade de a população ocupar as ruas aos domingos e aos feriados. Ele explicou que as grandes avenidas e as vias com movimento intenso não estarão incluídas no programa Ruas de Convivência. “São ruas internas dos bairros, aquelas que têm pouco movimento”, esclareceu o petista. “Não há nenhum impedimento à mobilidade de veículo automotor”, ressaltou ele, sobre as principais vias de Porto Alegre não fazerem parte da iniciativa. Ao concluir, Sgarbossa destacou, ainda, que “é uma ideia simples” e sem custos à prefeitura.
Autor de uma emenda que assegura a inclusão no programa de apenas ruas secundárias dos bairros, Cláudio Janta (Solidariedade) frisou que a iniciativa “pode ajudar a população de Porto Alegre”. Também, acrescentou o parlamentar, os moradores poderão buscar parcerias para instalar tendas e deques nas quadras que serão fechadas, e que a comunidade deverá ser responsável pela limpeza após a realização das atividades.
Da base aliada do governo, Idenir Cecchim (PMDB) destacou que ruas já são fechadas para feiras ou atividades de lazer, como é o caso da Avenida Beira-Rio. “Onde há o clamor tem de ajudar a população, mas não precisa de lei”, argumentou ele, sobre as demandas da comunidade em relação ao fechamento de vias públicas. O peemedebista afirmou, ainda, que o projeto “tem vício de origem” já que esse tipo de iniciativa teria de partir do Executivo. Também da bancada governista, Nereu D’ Ávila observou que para fechar ruas é preciso consultar a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) e, portanto, o projeto teria de ser de competência da prefeitura.
Colega de partido de Sgarbossa, Alberto Kopittke (PT) defendeu que o projeto é uma oportunidade para a Capital, ressaltando o fechamento da Avenida Paulista, em São Paulo, no último domingo (18), para priorizar os pedestres e ciclistas, iniciativa do prefeito Fernando Haddad (PT). “São Paulo está ousando. A cidade tem de fazer experimentações, não aventuras. Porto Alegre está precisando se renovar”, avaliou Kopptike. A vereadora Sofia Cavedon (PT) foi outra que manifestou apoio ao projeto do companheiro de partido. A iniciativa, na opinião dela, irá oportunizar o diálogo entre os moradores e “uma ideia humanizadora”.
Último a falar antes de faltar quórum, João Carlos Nedel (PP), integrante da base governista, posicionou-se contrário à proposta, sustentando que Sagarbossa “está legislando em matéria específica da EPTC.”