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23 de outubro de 2015
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18:43

Fortunati oferece aluguel social a famílias afetadas por cheias do Guaíba no Guarujá

Por
Sul 21
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Foto: Caroline Ferraz/Sul21
De galochas, Fortunati e comitiva da Prefeitura foram até a Avenida Guaíba | Foto: Caroline Ferraz/Sul21

Débora Fogliatto

O prefeito José Fortunati (sem partido) e o vice-prefeito Sebastião Melo (PMDB) visitaram, na manhã desta sexta-feira (23), famílias afetadas pelas cheias do Guaíba na zona sul de Porto Alegre. A área, no bairro Guarujá, ainda está com a água bastante alta, invadindo a rua, e durante a semana chegou a entrar nas casas da população mais carente, que vive às margens do rio. A Prefeitura ofereceu aluguel social, no valor de R$ 300 a R$ 500, para 12 famílias afetadas, se desejarem sair de suas casas, assim como abrigos temporários.

A equipe percorreu as avenidas Guarujá e Guaíba e as ruas Criciúma, dos Guenoas e Jacipuia. A visita foi acompanhada pelo coordenador-geral da Defesa Civil, Nelcir Tessaro, o diretor do Departamento de Esgotos Pluviais (DEP), Tarso Boelter, equipes técnicas da prefeitura e o gestor do Centro Administrativo Regional (CAR-Sul) Eduardo Rava de Campos.

De galochas, Fortunati e Melo atravessaram as águas ao lado de moradoras que foram relatar a situação a ele e agradecer pelo aluguel social. Além disso, o prefeito destacou que diversas áreas do Executivo estão mobilizadas para atender à população atingida. “Estamos oferecendo todo o trabalho da Prefeitura, especialmente de Assistência Social e Saúde, porque a água pode trazer doenças. O pessoal da Defesa Civil também está aqui. E não há problema de arroio ou boca de lobo, o problema é que o Guaíba subiu e o bairro acaba ficando completamente encharcado”, apontou Fortunati.

Foto: Caroline Ferraz/Sul21
Moradores de área mais carente foram os mais afetados pela chuva | Foto: Caroline Ferraz/Sul21

Para o vice-prefeito Sebastião Melo, porém, a origem do problema está na falta de planejamento urbano, que fez com que as pessoas pudessem construir casas em lugares inadequados, há décadas. Assim, mesmo com o investimento de R$ 250 milhões em drenagem urbana, moradores continuam sendo afetados. “Essas residências não poderiam existir. Em um determinado momento, alguém há 40, 50 anos ocupou. E o poder público foi passivo, até porque as pessoas não tinham onde morar”, afirmou. Segundo ele, a cidade agora precisa ser reconstruída e será preciso deslocar recursos de outras áreas para conseguir superar os estragos causados pelas chuvas. Já foram gastos R$ 60 milhões até agora, conforme Melo.

A Prefeitura está trabalhando em “regime de mutirão”, afirmou ele, desde a tempestade da semana passada. “Este é apenas um dos pontos afetados, mas são muitos os problemas na cidade. A cidade está esburacada porque choveu muito, tem ruas que nem têm como tapar mais, e estradas de chão no extremo sul também estão detonadas. Evidentemente nossas equipes serão insuficientes”, constatou o vice-prefeito. Ele também mencionou o papel da própria população, que pode colaborar não colocando lixo no chão e nos arroios.

Além de oferecer os serviços, os dois também foram ao local mostrar solidariedade. “Nossa vinda é para dizer que a Prefeitura está aqui presente”, ponderou Melo. Desde a semana passada, Fortunati já esteve na região das Ilhas, Humaitá e Sarandi. “É importante a presença do prefeito para dar suporte às nossas equipes e prestar solidariedade aos moradores. Eles se sentem mais seguros de que a Prefeitura não vai abandoná-los em um momento tão difícil”, acredita.

Foto: Ricardo Giusti/PMPA
As manchas em verde representam onde as águas chegaram na casa de Michele | Foto: Ricardo Giusti/PMPA

O morador Ataliba Jardim, que vive no local há 46 anos, afirmou nunca ter visto uma enchente do tipo. “É a primeira vez que eu vejo a água assim. Nunca aconteceu isso aí”, contou. Ele disse que o nível está alto há cerca de uma semana e, embora nesta quinta-feira (22) tenha baixado um pouco, já subiu de novo. Ataliba ainda relatou que “tem gente dentro d’água na vila”. Michele Coelho, que levou o prefeito à sua casa para mostrar a altura que a água tinha atingido, também disse viver na região há 35 anos e nunca ter vivenciado uma situação do tipo.

Recursos federais

Na quinta-feira (22), o prefeito esteve em Brasília, onde conversou com a presidente Dilma Rousseff (PT) sobre a situação da cidade. A intenção era declarar situação de emergência em Porto Alegre, mas as exigências do governo federal para tal medida fizeram com que a cidade não pudesse ser contemplada. “A legislação federal em relação a emergências prejudica os grandes municípios, porque é praticamente impossível atendermos as condicionantes. Município tem que ter tido prejuízo público de 2,7% da corrente líquida. Isso significa que eu teria que comprovar que Porto Alegre teve prejuízo de R$ 128 milhões, mas tivemos R$ 60 milhões”, destacou o prefeito.

 | Foto: Caroline Ferraz/Sul21
Ataliba, que atravessava a água de bicicleta, disse nunca ter visto o rio tão alto | Foto: Caroline Ferraz/Sul21

Por isso, ele fez um apelo ao governo federal para que haja uma excepcionalidade que contemple as pessoas físicas da cidade. O prefeito deu o exemplo da Ilha da Pintada, onde parte é pertencente ao município de Eldorado do Sul e a outra, a Porto Alegre. Os moradores que vivem na cidade vizinha têm direito a sacar do fundo de garantia e ter o auxílio fornecido pela União, enquanto os que vivem na mesma Ilha do lado porto-alegrense não teriam acesso.

“A presidente foi muito sensível. Estou aguardando ela amanhã e a minha expectativa é de que haja uma brecha legal neste caso. Isso resultaria em recursos para as pessoas, a partir do Ministério de Integração, e não para a cidade”, explicou. Dilma virá ao Estado neste sábado (24), quando fará um sobrevoo pelas áreas afetadas pelas enchentes.

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