Fernanda Morena
O Comitê Gaúcho de Verdade e Justiça Carlos de Ré realizou neste final de semana dois atos públicos para “descomemorar” o golpe militar de 1964. No sábado, a entidade promoveu um diálogo no antigo Dopinha — espaço que deverá ser transformado em Centro de Memória da ditadura na capital. No domingo, foi a vez de o Parque da Redenção receber panfletagem e assistir peças de teatro com temas sobre os anos do poder militar no país.
O ato integrou as ações da Semana da Democracia do RS. “Não é uma comemoração, porque é a marca do período mais brutal da história do Brasil. Mas ele precisa ser lembrado”, entende o vereador Pedro Ruas (PSol), membro do comitê Carlos de Ré e um dos organizadores. “Os corpos que desapareceram e até que agora não foram devolvidos consistem em um sequestro continuado, e esses crimes não prescrevem”, salientou.
Espaço Ico Lisboa
Em vias de se tornar um espaço de memória, o casarão localizado na rua Santo Antônio, onde funcionava o Dopinha, foi palco de uma manifestação político-cultural na tarde de sábado. O Comitê está em tratativas com os governos municipal e estadual para transformar o local no Centro de Memória Ico Lisboa, em homenagem ao estudante secundarista preso e morto pela ditadura.
A casa foi o primeiro local identificado pelo Comitê como potencial espaço de memória na capital gaúcha.
Manifestação no parque
A principal atividade do Comitê aconteceu na manhã de domingo no Parque da Redenção. O dia foi marcado por panfletagem, discursos e apresentações de teatro – entre elas da peça Viúvas, do grupo Ói Nóis Aqui Traveiz.
A intenção do ato público era, além da descomemoração, demonstrar os abusos cometidos pelo governo militar entre 1964 e 1985.
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