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28 de março de 2014
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19:45

Governo do Estado realiza evento para marcar a democratização do Brasil

Por
Sul 21
sul21@sul21.com.br
Montagem do blog Guerrilheiro do Entardecer (http://guerrilheirodoentardecer.blogspot.com.br/) -- Clique para ampliar
De 1 a 5 de abril acontece a Semana da Democracia, evento realizado pelo governo do Estado do Rio Grande do Sul, que reunirá um conjunto de atividades Participarão do evento mais de 30 debatedores para falar sobre o golpe militar de 1964, que neste mês completa 50 anos, e suas consequências | Foto: Montagem do blog Guerrilheiro do Entardecer

Nícolas Pasinato

De 1 a 5 de abril acontece a Semana da Democracia, evento realizado pelo governo do Estado do Rio Grande do Sul, que reunirá um conjunto de atividades para marcar a democratização do Brasil. Participarão do evento mais de 30 debatedores para falar sobre o golpe militar de 1964, que neste mês completa 50 anos, e suas consequências. Participarão também convidados de países como Chile, Argentina e Uruguai, que também passaram por ditaduras militares. As atividades da Semana da Democracia têm entrada franca e ocorrerão na Arena montada no Memorial do Rio Grande do Sul/Museu dos Direitos Humanos do Mercosul, na Praça da Alfândega, no centro de Porto Alegre.

Entre os participantes estão familiares de desaparecidos, ativistas de direitos humanos, jornalistas, sociólogos, advogados, diretores de centros de memória da América Latina, artistas plásticos, músicos e integrantes da Comissão de Mortos e Desaparecidos. “A intenção é homenagear aqueles que lutaram pela democracia e também reforçar a memória histórica do que foi os 20 anos de ditadura no Brasil para que a democracia nunca mais desapareça”, afirma o o secretário do Conselhão, Marcelo Danéris. Segundo ele, preservar a memória do período da ditadura é fundamental para que as novas gerações assumam o compromisso de “guardiãs da democracia”.

Debatedores

selo golpePara debater o assunto, haverá pessoas que passaram pelo obscuro período dos regimes militares como Lílian Celiberti, sequestrada com seus dois filhos em 1978 durante a Operação Condor. Também estará presente a argentina Estela de Carlotto, presidente da Associação das Avós da Praça de Maio, e o diretor do Museu da Memória do Chile, Ricardo Brodski.

Outro convidado internacional confirmado é o jurista espanhol Baltasar Garzón, que determinou a prisão do ex-presidente chileno Augusto Pinochet. Entre os brasileiros participarão do evento a Ministra dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, o jornalista Franklin Martins, com marcada trajetória de resistência à ditadura e Juremir Machado da Silva, pesquisador do tema. Também participarão do evento o senador Pedro Simon, integrante do Movimento Democrático Brasileiro e o músico Nei Lisboa, que teve o irmão assassinado pelos militares.

O show de abertura está agendado para as 18h30 do dia 1º, com a participação do uruguaio Daniel Drexler e o gaúcho Ernesto Fagundes. O músico e preso político Raul Elwanguer também apresentará o show “Guri D´América”, no dia 4.

Museu dos Direitos Humanos do Mercosul

No dia 1° de abril será inaugurado o Museu dos Direitos Humanos do Mercosul, no antigo prédio dos Correios e Telégrafos, na Praça da Alfândega, junto do Memorial do Rio Grande do Sul e do Arquivo Histórico do Rio Grande do Sul. As três instituições juntas formarão o maior centro cultural de memória do Brasil. “A ideia da criação do museu surgiu em 2011 de uma proposta do Mercosul que determinou a instituição de um espaço de memória dedicado aos direitos humanos no Mercosul”, explica o diretor do museu, Márcio Tavares dos Santos.

De acordos com Márcio, o o objetivo é trabalhar os direitos humanos no seu contexto global, uma vez que serão apresentadas histórias e memórias sobre violações aos direitos humanos originadas pela Operação Condor – a coordenação dos aparatos repressivos das ditaduras do Cone Sul -, bem como serão contadas histórias de mulheres, negros, indígenas e da comunidade LGBT, grupos que ganharam espaço para lutar por seus direitos após a democratização.

De acordo com o diretor do Museu, a primeira exposição da instituição, chamada “Deus e sua obra no sul da América: a experiência dos direitos humanos através dos sentidos”, tem o objetivo de formar uma visão panorâmica sobre a construção do conceito de direitos humanos no Cone Sul. Nesta mostra, serão expostas 140 obras de arte do acervo do MARGS e do MAC, sendo que 32 obras foram produzidas especialmente para a exposição.  Na reconstrução histórica serão utilizados os acervos do Arquivo Histórico do Rio Grande do Sul, do Museu da Comunicação Hipólito José da Costa, do Memorial do Legislativo, do Teatro de Arena e de particulares.

O Museu trabalhará em três dimensões de ação: educativo, acervo e artístico.

Campanha

Outra iniciativa do governo do Estado envolvendo a Semana da Democracia é a campanha, promovida pela Secretaria de Comunicação do Estado, denominada “Democracia, que nunca mais desapareça”.  Por meio do site http://www.nuncadesapareca.com.br, além de ter acesso à programação completa do evento, os usuários podem mudar o seu avatar em redes sociais e aderir às cores da campanha: verde e amarelo.


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