Débora Fogliatto
A Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) relativa ao mês de abril de 2014 demonstra estabilidade no nível de desemprego e na taxa de ocupação, ao se comparar a março, na região metropolitana de Porto Alegre. Já em relação aos resultados de abril de 2013 ao mesmo mês um ano depois, houve uma redução do nível ocupacional. Os indicativos foram apresentados em entrevista coletiva nesta quarta-feira (28) capitaneada pela Fundação de Economia e Estatística (FEE), pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e a Fundação Sead.
Ao se considerar a análise dos 12 meses , o setor de serviços foi o responsável pela redução dos níveis ocupacionais, com uma diminuição de 26 mil pessoas. Segundo as economistas, os serviços domésticos estão incluídos neste setor e, com uma redução de oito mil pessoas, podem ter sido os responsáveis por essa diferença.
“Fizemos um estudo há alguns meses em que vínhamos apontando essa redução. Isso se explica muito pela oportunidade de outros setores, principalmente o comércio, com registro em carteira. Então as pessoas acabam no emprego doméstico num momento em que o mercado de trabalho não está muito bom, e isso muda quando há uma melhora e surgem ocupações com mais garantias”, explicou Ana Paula Queiroz Sperotto, economista do Dieese.
Já nos setores de construção e indústria de transformação houve crescimento de 4,2% e 0,7%, respectivamente. Comércio e reparação de veículo permaneceram com taxas estáveis. No nível ocupacional geral dos 12 meses, observou-se um decréscimo de 0,9%.
“O aumento de qualificação também faz as pessoas saírem de certos empregos e optarem por outros”, esclareceu Dulce Helena Vergara, da FEE, lembrando que no comércio, houve um aumento de 3,2% ocupados em abril, mais de 11 mil pessoas. Em comparação às outras capitais analisadas, apenas em Porto Alegre e Belo Horizonte o nível de ocupação recuou, com -0,9% e -1,7% cada uma, respectivamente. Já em Salvador (5,6%), Fortaleza (4%), Recife (1,7%) e São Paulo (1,7%) o nível se elevou.
Apesar de não haver acréscimo nos níveis ocupacionais, houve um aumento nos rendimentos de ocupados, assalariados e autônomos. Entre março de 2013 e de 2014, elevaram-se os rendimentos em cinco regiões pesquisadas. O nível aumentou 9% em Belo Horizonte, 6,7% em Fortaleza, 5,1% em São Paulo, 4% em Salvador e 3% em Porto Alegre, com redução apenas em Recife, de -1,7%. No conjunto das regiões analisadas, os dados são positivos: o nível de ocupação aumentou em todos os setores e a taxa de desemprego permaneceu estável. Os rendimentos de assalariados e autônomos também aumentaram em 2,8% e 5,8% na capital gaúcha.
Em março de 2014, o rendimento médio também aumentou no conjunto das regiões. Em Porto Alegre, esse índice foi de 1,2%, o que representa R$ 1.856. De acordo com as economistas, esse ganho é significativo ao se considerar que é relativo a um mês e que a inflação foi descontada.
