Daiane Vivatti
O PCdoB de Porto Alegre vai se posicionar contra o voto nulo no segundo turno das eleições para a Prefeitura da capital gaúcha. O diretório municipal se reúne na noite desta quinta-feira (13) para divulgar uma nota pública de “orientação à militância”. O partido comunista também não pretende divulgar abertamente apoio a nenhum dos candidatos que seguem na disputa pelo Paço Municipal – Nelson Marchezan Jr. (PSDB) e Sebastião Melo (PMDB). No entanto, de acordo com o presidente municipal do PCdoB, Márcio Cabral, mesmo que os dois postulantes sejam de partidos de direita, há distinções entre as candidaturas. “A avaliação de antemão da executiva do partido é de que o Marchezan é pior do que o Melo, mas nós também temos críticas à gestão atual”, analisa Cabral. Ainda de acordo com o dirigente, “votar nulo não é uma postura defendida pelo partido, porque anular o voto é uma forma de se abster”.
Cabral diz que durante a reunião do diretório também será feita uma autocrítica da própria esquerda, que “saiu dividida e não conseguiu emplacar nenhuma candidatura no segundo turno, tanto que hoje temos esse cenário de PSDB/PMDB”. No primeiro turno, o PCdoB fazia parte da coligação Porto Alegre Democrática, e Silvana Conti era candidata a vice-prefeita junto com Raul Pont, do PT, cabeça da chapa.
A postura do partido comunista é diferente da tomada por outras legendas de esquerda da Capital. Em entrevista ao Sul21, os candidatos Luciana Genro (PSOL) e Raul Pont (PT) defenderam que Melo e Marchezan representam o mesmo modelo político para Porto Alegre e fazem parte da continuidade da atual gestão. Já parte da militância dos dois partidos têm defendido abertamente nas redes sociais o voto nulo como única opção no segundo turno das eleições municipais.
A nota pública que será divulgada com o posicionamento final do PCdoB depende da aprovação do diretório na reunião nesta noite. A deputada Manuela D’Ávila (PCdoB) não revelou como vai se posicionar.
