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9 de setembro de 2016
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14:47

Sul21 recomenda Nós Duas Descendo a Escada e, novamente, Aquarius

Por
Sul 21
[email protected]

Milton Ribeiro

Se excetuarmos Nós duas descendo a escada, as estreias cinematográficas da semana não entusiasmam. Então, indicamos a produção gaúcha de Fabiano de Souza e várias boas continuações, com destaque para outro filme brasileiro, o extraordinário Aquarius e o russo Francofonia.

Dentre as outras artes, chamamos a atenção do leitor do Sul21 para o Concerto da Ospa da próxima terça-feira. Haverá o Concerto para Viola de Bartók e uma excelente sinfonia de Camargo Guarnieri, que será tão boa quanto a Ospa quiser ou for feminista. Porque a violista Anna Serova e a regente Valentina Peleggi são esplêndidas.

De segunda a sexta, atualizamos nosso Guia21, com a programação do que acontece em POA.

Todas as semanas, o Sul21 traz indicações de filmes, peças de teatro, exposições e música para seus leitores. Não se trata de uma programação completa, mas de recomendações dos melhores espetáculos que assistimos. O critério é a qualidade. Se você tiver sugestões sobre o formato e conteúdo de nosso guia, por favor, comente. Boa semana!

Cinema – Estreias

Nós Duas Descendo a Escada (****)
de Fabiano de Souza, Brasil, 2015, 98 min

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Nós Duas Descendo a Escada é aquela nouvelle vague colorida, um flanar sobre nove meses da vida de um casal de mulheres. Uma tem a vida feita e é bem estabilizada como arquiteta, já a outra acabou de terminar a faculdade de artes e não sabe qual caminho seguir. O longa vai mostrando aos poucos o surgimento dessa relação, passa pelos altos e baixos e vai até o âmago das emoções das protagonistas. Escrito e dirigido por Fabiano de Souza (A Última Estrada da Praia), o filme traz uma realidade bem prazerosa para a comunidade LGBT+. É um romance feliz, sem os trágicos finais que infelizmente aparecem em muitas das produções desse gênero. (Com Quadro por Quadro)

No Guion Center 1, às 19h30
No Guion Center 2, às 13h50 e 20h50

Cinema – Em cartaz

Aquarius (*****)
de Kleber Mendonça Filho, Brasil, 2016, 145 min

Aquarius
Kleber Mendonça Filho já marcara seu nome no cinema brasileiro com o extraordinário O Som ao Redor. Em vez de apenas colher a glória de seu grande filme, bisou o feito, realizando outro também notável. Clara (Sonia Braga) tem 65 anos, é jornalista aposentada, viúva e mãe de três adultos. Ela mora em um apartamento localizado na Av. Boa Viagem, no Recife, onde criou seus filhos e viveu boa parte de sua vida. Interessada em construir um novo prédio no espaço, os responsáveis por uma construtora conseguiram adquirir todos os apartamentos do prédio, menos o dela. Por mais que tenha deixado bem claro que não pretende vendê-lo, Clara sofre todo tipo de assédio e ameaças para que mude de ideia. Uma história lotada de Brasil.

No Cinemark Barra 3, às 17h, 22h20
No CineBancários 15h, 17h30 e 20h
No Espaço Itaú 3, ás 13h20, 16h, 18h40 e 21h20
No GNC Moinhos 1, às 13h20, 16h10, 18h50 e 21h35

Café Society (***)
(Café Society), de Woody Allen, Estados Unidos, 2016, 96 min

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Belo filme de Woody Allen. Aos 80 anos, o diretor abre seu baú de memórias e realiza um excelente filme. Café Society é uma comédia inteligente, com esplêndida fotografia do mestre Vittorio Storaro e com um Jesse Eisenberg que encarna um daqueles personagens típicos e repetidos de Allen, só que desta vez muito melhor que os anteriores. Café Society é suave como as fotos que acompanham a produção. É novamente através do viés cultural — cinema, literatura, jazz — que o diretor faz mais uma crônica de costumes. O longa conta a história de um jovem judeu que se muda para Los Angeles nos anos 1930, com a esperança de trabalhar no estúdio de cinema onde seu tio manda prender e soltar. Lá, James toma contato com as maravilhas da alta-sociedade e se apaixona por Vonnie (Stewart), sem suspeitar que ela… Bem, seria sacanagem contar…

No Cinemark Barra 3, às 20h
No Espaço Itaú 4, às 13h30, 15h30, 17h30, 21h40
No GNC Iguatemi 2, às 21h50
No GNC Moinhos 2, às 13h30, 15h30, 17h35, 19h40 e 21h50
No Guion Center 1, às 15h50, 17h40, 21h20

Francofonia (*****)
(Francofonia), de Alexander Sokúrov, França / Alemanha / Holanda, 2015, 84 min

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Filmado em boa parte no Museu do Louvre, Sokúrov questiona a permanência da arte mesmo em um momento tão grave quanto a 2ª Guerra Mundial. Jacques Jaujard, diretor do Louvre, e o Conde Wolff-Metternich, general da ocupação nazista em Paris, inimigos e posteriormente colaboradores, formaram uma aliança para a preservação dos tesouros do museu francês. Explorando as relações entre arte e poder, o filme mostra o Louvre como um exemplo de nossa civilização. Misturando documentário e ficção, o denso filme do grande Aleksander Sokúrov (de Arca Russa e Fausto) reflete poeticamente sobre os papéis da arte e da civilização. Como pano de fundo, vemos toda a grande cultura europeia tendo que escapar de ser pisoteada. Belo filme.

No Guion Center 2, às 17h40

Funcionário do Mês (****)
(Quo Vado?), de Gennaro Nunziante, Itália, 2016, 84 min

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Esta comédia dirigida por Gennaro Nunziante arrecadou mais de € 65 milhões (US$ 71 milhões), transformando-se no filme italiano mais rentável de todos os tempos. Com humor ácido e muitas críticas ao funcionalismo público na Itália, o longa traz a história de Checco, interpretado por Checco Zalone. Ele nasceu numa família que possui uma larga linhagem de burocratas que nunca soube o que é ter que colocar a mão na massa e trabalhar duro. Em sua vida adulta, ele desfruta da confortável e ultra vantajosa posição de funcionário público numa repartição que não exige muito. Uma verdadeira sinecura. Depois de muito evitar o trabalho duro, sua situação começa a mudar quando um governo mais austero assume a missão de fazer cortes no funcionalismo público, forçando sua demissão ao colocá-lo em funções cada vez piores. Eu curti.
https://youtu.be/WrkY2G5YDhU
No Guion Center 2, às 19h15
Na Sala Eduardo Hirtz, às 15h30

Nahid, Amor e Liberdade (***)
(Nahid), de Ida Panahandeh, Irã, 2015, 105 min

Nahid
No Irã, as leis determinam que, quando um casal se divorcia, o homem tem direito à guarda dos filhos. Nahid (Sareh Bayat), por meio de um acordo, consegue o “privilégio” de ficar com o filho de dez anos, desde que não volte a se casar. Inicialmente, a proposta parece ideal, até o momento em que ela se apaixona novamente e não pode aceitar o pedido de casamento do seu novo amor. Dividida entre a paixão e o medo de ser descoberta e perder o filho, Nahid é uma personagem complexa em um filme que denuncia as leis patriarcais iranianas sem cair no maniqueísmo e nas respostas simples.

Na Sala Eduardo Hirtz, às 19h30

Exposições e Artes Plásticas

Nilza Haertel: Experimentações Gráficas
De 13 de setembro até 15 de outubro, de terça a sexta, das 10 às 19h; sábados, das 11 às 18h
No Centro Cultural CEEE Erico Verissimo, Rua dos Andradas, 1223, 1° andar

Professora de gravura e desenho no Instituto de Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul por quase 30 anos, com grande dedicação à gravura, Nilza Haertel expôs em raras ocasiões. Seu legado artístico chegou recentemente à UFRGS por doação de seus familiares. A abertura de suas pastas desvelou um acervo inestimável, confirmando o perfil investigativo da artista nesta área de conhecimento e revelando uma produção de grande fôlego e sensibilidade que poucos tiveram o privilégio de conhecer. A exposição traz a público uma leitura sobre esta importante coleção que apresenta inquietações artísticas contemporâneas e que, certamente, suscitará a curiosidade de muitos outros olhares.

Obras de Nilza Haertel fotografada por F. Zago/Studio Z
Obras de Nilza Haertel fotografada por F. Zago/Studio Z

Exposição Utopia e Náusea/ Náusea e Utopia
No MACRS, Salas Xico Stokinger e Sotero Cosme
No 6º andar da CCMQ (Andradas, 736)
Até 25/9, de 3ª a 6ª das 10h às 19h, sábados, domingos e feriados das 12h às 19h

A exposição caracteriza-se por apresentar duas individuais simultâneas. Na Sala Xico Stokinger, as obras da artista Umbelina Barreto com desenhos e na Sala Sotero Cosme as pinturas de Flávio Morsch. Segundo a curadora Ana Zavadil, a exposição promove o encontro de trabalhos distintos dos artistas, provocando os sentidos. Para Zavadil, o repertório artístico de Barreto e Morsch é heterogêneo e se encontram por meio de conceitos operacionais. “O ateliê para eles significa lugar de autoconhecimento e experimentações, onde exercem juntos, há mais de 20 anos, as suas capacidades reflexivas, intelectuais e inventivas. O resultado é o legado de seus trabalhos que permitem ao observador perceber o inquestionável domínio de suas técnicas, além da imaginação e da sensibilidade que os permeia”, explica Ana Zavadil.

Narrativas cruzadas, De Capulanas, Macondes e Mulheres Macuas
Narrativas cruzadas, De Capulanas, Macondes e Mulheres Macuas

Coleção da Fundação Edson Queiroz
Na Fundação Iberê Camargo, Av. Padre Cacique, 2.000
Até 17 de outubro

A exposição reúne um conjunto de 76 obras da Fundação Edson Queiroz, uma das mais amplas e sólidas coleções da arte brasileira do País. A mostra tem como foco a produção de artistas atuantes no Brasil entre as décadas de 1920 e 1960, abrangendo do modernismo à arte abstrata. Trata-se de uma oportunidade única para o público de Porto Alegre entrar em contato com esse período tão singular da arte nacional.

Abertura: 23 de junho, das 19h às 21h
Exposição: de 24 de junho a 17 de outubro
Apenas sextas e sábado, das 13h às 18h
Na Fundação Iberê Camargo (Av. Padre Cacique, 2.000 – Porto Alegre)

Reprodução
Reprodução

Música

Concerto da Ospa | Série UFRGS
13 de setembro de 2016, terça-feira, às 20h30
Salão de Atos da UFRGS (Av. Paulo Gama, 110 – Porto Alegre)

Duas mulheres de destaque na cena musical internacional se apresentam com a Orquestra Sinfônica de Porto Alegre no próximo concerto da Série UFRGS, agendado para o dia 13 de setembro, terça-feira, às 20h30. Valentina Peleggi, maestrina italiana que atualmente trabalha como regente assistente da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp), conduz a execução de duas peças do mesmo período: “Concerto para viola” de Béla Bartók e a “Sinfonia nº 2” de Camargo Guarnieri. A solista da noite, que participa da interpretação da obra de Bártok, é a violista russa Anna Serova. O Salão de Atos da Universidade sedia o evento.

foto: Ugo Zamborlin
foto: Ugo Zamborlin

Show de Nelson Coelho de Castro – “porto-alegrense”
Setembro – Dia 10, Sáb, às 21hs e Dia 11, Dom, às 19hs
Teatro Renascença, Av. Erico Verissimo, 307

Depois de um longo período ausente dos palcos com um show solo, Nelson volta a se apresentar na cidade.
No roteiro (vide Play List) do espetáculo estão músicas conhecidas do público, algumas inéditas e ainda um set com canções minhas que “falam” de Porto Alegre. Vai ser pela primeira vez que elas serão reunidas num espetáculo.
Daí o motivo do gentílico “porto-alegrense” como título do show. Participações especiais dos instrumentistas Matheus Kleber (acordeom) e Michel Dorfman (piano) e as compositoras Bibiana Morena e Monica Tomasi.

Foto: Claudio Mendonça
Foto: Claudio Mendonça

Teatro e Dança

As Malditas
Teatro de Arena, Altos do Viaduto Otávio Rocha, na Avenida Borges de Medeiros, nº 835
Dias 10 e 11 de setembro de 2016, às 20h

Os atores Leandro Silva e Anderson Gonçalves convidam para a primeira temporada do espetáculo independente “As Malditas”. Artistas bonequeiros de carreira, os atores se reinventam com a montagem desta reconhecida comédia de costumes do dramaturgo paraibano Saulo Queiroz. “As Malditas” é uma comédia de costumes e tem um contexto cheio de surpresas. Rosa e Margarida não se suportam, mesmo sendo irmãs. Rosa Procópio é a irmã letrada e apreciadora de música clássica. Margarida é analfabeta e religiosa, fã das composições do Padre Zezinho. As duas evidenciam a dualidade drama/comédia presente o tempo todo no espetáculo. Até que o destino fez a desfeita de uni-las sob um mesmo teto.

Fotos: Marcondes Moreno/Heverton Moura
Fotos: Marcondes Moreno/Heverton Moura

‘Um Olhar Através De’
Na Usina do Gasômetro, Sala 209
17 e 18 de setembro, às 19h

A Transforma Cia de Dança volta aos palcos de Porto Alegre com o espetáculo que traz uma nova linguagem no repertório da companhia. Dirigido por Suzana d’Ávila e com coreografias criadas em conjunto com o elenco, o grupo instiga o espectador para um novo olhar sobre a agitada rotina das grandes metrópoles. Inspirada na obra Zigmunt Bauman, a Cia traz os conceitos da modernidade líquida, da flexibilidade, da fragilidade dos laços afetivos, mais precisamente, da influência da tecnologia no envolvimento das pessoas. O mundo virtual é um caminho sem volta e não sabemos o resultado disso. Por enquanto, o que se pode afirmar é que ao mesmo tempo em que há mais recursos tecnológicos para facilitar a comunicação, gradativamente, o contato está menos profundo e mais cibernético. Estamos cada vez mais atarefados, vivendo em um limbo entre o virtual e o real, entre o check list do trabalho e da vida afetiva. A nova febre do momento, os Pokemóns e Pikachus, invadem nossas mentes. Entre os olhares que só veem e não enxergam, o espetáculo leva pra cena estas questões tão comuns na nossa rotina, mas nem sempre percebidas e avaliadas.

Foto: Cintia Bracht
Foto: Cintia Bracht

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