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17 de junho de 2016
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14:24

Sul21 recomenda Paulina, Trago Comigo e muito mais

Por
Sul 21
[email protected]

Milton Ribeiro

Ainda está rolando o Festival Varilux de Cinema Francês, cuja programação, fotos, sinopses e demais detalhes podem ser encontrados neste link.

Mas os cinemas nos trouxeram outros excelentes lançamentos no dia de ontem. O argentino Paulina é um filme relevante e boníssimo. Deve ser visto. O mesmo vale para o brasileiro Trago Comigo de Tata Amaral. Um aborda questões sobre o estupro, o outro é sobre a impunidade no período pós-ditadura no Brasil. Não creio que precise explicar mais.  

Mas não é só isso. Há muito mais neste Recomenda.

De segunda a sexta, atualizamos nosso Guia21, com a programação do que acontece em POA.

Todas as semanas, o Sul21 traz indicações de filmes, peças de teatro, exposições e música para seus leitores. Não se trata de uma programação completa, mas de recomendações dos melhores espetáculos que assistimos. O critério é a qualidade. Se você tiver sugestões sobre o formato e conteúdo de nosso guia, por favor, comente. Boa semana!

Cinema – Estreias

Paulina (*****)
(La Patota), de Santiago Mitre, Argentina, 2015, 103 min

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Paulina tem sua estreia no Brasil em uma hora extremamente necessária. Com um caso de estupro coletivo tendo acontecido recentemente em nosso país, o longa traz discussões importantíssimas sobre a violência contra a mulher, o machismo e a reação da vítima após o crime. A trama, que é um remake do La Patota dos anos 60, conta a história de Paulina, protagonizada pela talentosa Dolores Fonzi, uma advogada quase doutora que desiste de terminar seus estudos temporariamente para dar aula em uma região carente da Argentina. Alguns dias após sua chegada, ela é abusada por uma gangue local e, a partir daí, começa a tomar decisões absurdas para o gosto de seu pai, um juiz veterano renomado. Dirigido por Santiago Mitre (O Estudante) e coproduzido pelo brasileiro Walter Salles (Central do Brasil), o longa deixa uma nuvem de dúvidas no final dele. Mas não que isso seja ruim. Paulina é um daqueles filmes que a gente sai do cinema e já quer comentar sobre. E temos tantas coisas para discutir… (Excerto retirado do Quadro por Quadro).

No GNC Moinhos 2, às 15h40, 19h40 e 21h50
Na Sala Paulo Amorim, às 15h e 19h
No Cinespaço Wallig 5, às 13h40, 15h40, 17h40, 19h40 e 21h40

Trago Comigo (****)
(Trago comigo), de Tata Amaral, Brasil, 2013, 84 min

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Quando propôs uma série de TV, em 2009, sobre um diretor teatral que monta uma peça sobre sua experiência da luta armada contra a ditadura, a cineasta Tata Amaral ouviu coisas do tipo: “Por que tratar disso?”, “Ninguém mais quer saber desse assunto”. A estreia do longa-metragem “Trago Comigo”, montado a partir da série, em pleno 2016, quando um golpe institucional destituiu a presidenta eleita e o discurso da ditadura é retomado sem pudor, mostra a absoluta pertinência do tema. O filme é forte, sensível e profundamente humanista, com excelentes atuações de Carlos Alberto Ricelli e seus jovens acompanhantes. E traz depoimentos reais de vítimas de torturas. A pauta de Tata Amaral, já tratada no excelente “Hoje”, vai na contramão do esquecimento imposto pelo arranjo da Anistia de 79, urdido pelos representantes da ditadura agonizante e de um Congresso dócil, que enfiou as mazelas do período autoritário – torturas, mortes, perseguições, censura, vidas destroçadas, gerações perdidas, o país tutelado – para baixo do tapete, com a cumplicidade da mídia. Quantos editoriais foram escritos saudando aquele arremedo de Anistia como “conciliação nacional”, quando justamente o papel dos jornais seria o de informar? (Por Rafael Guimaraens, no Sul21. Aqui, o texto completo.).

No CineBancários, às 15h e 19h
No Espaço Itaú 8, às 15h30 e 19h30

Cinema – Em cartaz

Tudo sobre Vincent (****)
(Vincent n’a pas d’écailles), de Thomas Salvador, França, 2014, 78 min

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Dizem que este é o primeiro filme francês de super-herói. Bem… É um filme diferente. Não é verborrágico como boa boa parte da cinematografia francesa, mas está a quilômetros de ser um filme “de super-herói”. Vincent (interpretado pelo diretor Thomas Salvador) é tímido e acanhado, mas adquire força extraordinária em contato com a água. É um conto de fadas que se orgulha de ser 100% livre de efeitos especiais. Ele usa seu superpoder na construção civil e se apaixona. O roteiro fica tenso mais tarde, mas não daremos spoilers. O tom cômico do filme se contamina pela melancolia de Vincent e suas capacidades — totalmente inúteis para serem usadas em prol de um bem maior.

No Guion Center 3, às 14h15

Paz para nós em nossos sonhos (****)
(Peace To Us in Our Dreams), de Šarunas Bartas, França / Lituânia / Rússia, 2015, 107 min

Cena de 'Paz para Nós em Nossos Sonhos'
Cena de ‘Paz para Nós em Nossos Sonhos’

Paz para nós em nossos sonhos é um belíssimo filme. Trata-se de um longa lituano dirigido e estrelado por Sharunas Bartas, bastante conhecido e admirado em seu país e na Rússia por este filme e outros ótimos títulos. O drama desperta curiosidade justamente por não deixar nada muito claro, motivos ou razões para tudo o que acontece ou aconteceu. Sequer são revelados os nomes dos personagens, mas o “mistério” e todo o clima do filme vai nos fazendo mergulhar em sentimentos engasgados. Sharunas interpreta um pai que parece distante e talvez desconectado da família e que resolve passar uns dias numa casa de campo com sua jovem filha de 16 anos e sua atual esposa, uma violinista que parece ter perdido o interesse pela vida. Aos poucos, vamos conhecendo alguns outros personagens, inclusive um garoto que vaga pelas florestas da região e furta um rifle com mira telescópica para caçadores. (Adaptado do Blah Cultural).
https://youtu.be/ZPyN5EHcBnQ
No Guion Center 3, às 17h15

Uma Noite em Sampa (***)
de Ugo Giorgetti, Brasil, 2016, 75 min

Uma Noite em Sampa
Há que ter respeito por Giorgetti. Ele é o grande diretor de Festa (1989), Sábado (1995), Boleiros – Era uma vez o futebol (1998) e do maravilhoso O Príncipe (2002). Uma Noite em Sampa provocou amor e ódio. O filme conta a tragicômica viagem de um grupo de interioranos que não à São Paulo ver uma peça global. A situação que o grupo passou após a sessão de teatro ficará marcada em suas mentes por uma simples razão: na saída, o ônibus que os levaria de volta para suas casas está trancado e sem o motorista. O que fazer? Perdidos, desorganizados e com medo, os passageiros ficam à espera e o resultado é uma história misteriosa, divertida e com desfecho surpreendente. O filme foi rodado em uma única locação, precisamente ao lado do Teatro Ruth Escobar. É um filme interessante se o espectador comprar a farsa montada por Giorgetti.
https://youtu.be/ujtMxLFD3sM
No CineBancários, às 17h

Ponto Zero (****)
de José Pedro Goulart, Brasil, 2015, 94 min

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Um pai de caráter nada inspirador, uma mãe perturbada pela confusão mental e quase nenhum aliado isolam o protagonista adolescente de Ponto zero. Alvo de agressões físicas e de zombaria na escola, ele também é asfixiado pelo complicado ambiente familiar. Vivido por Sandro Aliprandini, Ênio está ansioso e sozinho, em permanente silêncio por quase toda a trama do longa. Num contexto de cruel discriminação e quase nula vivência social — vivendo praticamente na companhia do celular — surge o desejo sexual. E Goulart o persegue nessa noite de aventura em busca do amadurecimento. É um rito de iniciação que demonstrará se ele tem fôlego para crescer.
No Espaço Itaú 8, às 13h30, 17h30 e 21h30
No Guion Center 3, às 20h45

Truman (****)
de Cesc Gay, Espanha / Argentina, 2015, 106 min

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Em Truman, Ricardo Darín interpreta Julián, um doente terminal de câncer que decide interromper o tratamento diante do agravamento de seu estado de saúde. E, acompanhado pelo melhor amigo, tenta encontrar um novo lar para Truman, seu cachorro. Quando Julián (Ricardo Darín) recebe uma visita inesperada do seu amigo de infância Tomás (Javier Cámara) que vive no Canadá, o encontro é ao mesmo tempo doce e amargo. Este reencontro, depois de vários anos, será também o último. Depois de lhe ser diagnosticado um câncer terminal, Julián decide pôr fim ao tratamento continuado que recebe, para poder concentrar-se em deixar todos os seus assuntos em ordem: a distribuição dos seus bens, as coisas para seu funeral, e acima de tudo, encontrar um lar para o seu mais fiel amigo -– o cão Truman. Entre diálogos repletos de humor e passeios pelas ruas de Madrid visitando livrarias, restaurantes, médicos e veterinários, a relação dos dois amigos vê-se fortalecida, sendo cada vez mais difícil a separação.

Na Sala Eduardo Hirtz, às 15h30

Exposições e Artes Plásticas

A arte recicla o vidro
No Centro Cultural CEEE Erico Verissimo, Rua dos Andradas, 1223
Até 9 de julho, de terça a sexta das 10h às 19hs, sábados das 11h às 18h

A Arte Recicla o Vidro é a exposição que inaugura visitação no dia 06 de junho no Centro Cultural CEEE Erico Verissimo (CCCEV). Berna Miotti, Carmem Seibert, Eliane Salvi e Teka Kaufmann trabalham há anos com a reciclagem de garrafas vítreas transformando-as, através da técnica milenar, a fusão em vidro (Fusing) a 800 graus.
O desenvolvimento da técnica sustentável originou A Arte Recicla o Vidro, exposição que, de forma criativa, demonstra como reaproveitar um abundante material considerado lixo com técnica e design, tornando-as peças escultóricas e/ou utilitários. A exposição fica no mezanino e na Sala O Tempo e a Energia, 2º andar do CCCEV – Rua dos Andradas, 1223, Centro Histórico em Porto Alegre – até o dia 09 de julho de 2016.
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Coleção da Fundação Edson Queiroz
Na Fundação Iberê Camargo, Av. Padre Cacique, 2.000
Até 17 de outubro

A exposição reúne um conjunto de 76 obras da Fundação Edson Queiroz, uma das mais amplas e sólidas coleções da arte brasileira do País. A mostra tem como foco a produção de artistas atuantes no Brasil entre as décadas de 1920 e 1960, abrangendo do modernismo à arte abstrata. Trata-se de uma oportunidade única para o público de Porto Alegre entrar em contato com esse período tão singular da arte nacional.

Abertura: 23 de junho, das 19h às 21h
Exposição: de 24 de junho a 17 de outubro
De terça a domingo, das 12h às 19h (último acesso às 18h30)
Na Fundação Iberê Camargo (Av. Padre Cacique, 2.000 – Porto Alegre)

Reprodução
Reprodução

“Francisco Brennand – O Senhor da Várzea, da Argila e do Fogo”
De 08 de junho à 04 de setembro de 2016
Santander Cultural – Rua Sete de Setembro, 1028 – Centro Histórico

Esta deve ser a maior e melhor exposição deste ano no Santander Cultural. Francisco de Paula Coimbra de Almeida Brennand (Recife PE 1927). Ceramista, escultor, desenhista, pintor, tapeceiro, ilustrador, gravador. Inicia sua formação em 1942, aprendendo a modelar com Abelardo da Hora (1924). Posteriormente, recebe orientação em pintura de Álvaro Amorim (19-?) e Murilo Lagreca (1899 – 1985). No fim dos anos 1940, pinta principalmente naturezas-mortas, realizadas com grande simplificação formal. Em 1949, viaja para a França, incentivado por Cicero Dias (1907 – 2003). Freqüenta cursos com André Lhote (1885 – 1962) e Fernand Léger (1881 – 1955) em Paris, em 1951. Conhece obras de Pablo Picasso (1881 – 1973) e Joán Miró (1893 – 1983) e descobre na cerâmica seu principal meio de expressão. Entre 1958 a 1999, realiza diversos painéis e murais cerâmicos em várias cidades do Brasil e dos Estados Unidos. Em 1971, inicia a restauração de uma velha olaria de propriedade paterna, próxima a Recife, transformando-a em ateliê, onde expõe permanentemente objetos cerâmicos, painéis e esculturas. Em 1993, é realizada grande retrospectiva de sua produção na Staatliche Kunsthalle, em Berlim. É publicado o livro Brennand, pela editora Métron, com texto de Olívio Tavares de Araújo, em 1997. Em 1998, é realizada a retrospectiva Brennand: Esculturas 1974-1998, na Pinacoteca do Estado – Pesp, em São Paulo. Desde os anos 1990, são lançados vários vídeos sobre sua obra, entre eles, Francisco Brennand: Oficina de Mitos, pela Rede Sesc/Senac de Televisão, em 2000.

Horários de Visitação
De terças a sábados, das 10hs às 19hs
Domingos, das 13hs às 19hs.
Não abre às segundas feiras e feriados.
Brennand

Mostra “Coleção de Pinturas do Acervo”
No Margs, Praça da Alfândega, s/n° Centro Histórico, de terças a domingos, das 10h às 19h
Até 19 de junho

O Museu de Arte do Rio Grande do Sul, dando continuidade ao programa de exposições do acervo permanente do museu, apresenta a mostra “Coleção de Pinturas do Acervo”, em cartaz na Galeria Aldo Locatelli, de 19 de maio a 19 de junho, com entrada franca. A mostra, organizada pelo Núcleo de Curadoria do MARGS, reúne 12 telas de artistas nacionais e estrangeiros, produzidas nos séculos XIX e XX. O MARGS possui atualmente 3.661 obras catalogadas em seu acervo, que vão da primeira metade do século XIX até os dias atuais. São trabalhos que envolvem diferentes linguagens das artes visuais como pintura, escultura, gravura, cerâmica, desenho, arte têxtil, fotografia, instalação, performance, arte digital, design, entre outros. A coleção do museu é composta por arte brasileira, com ênfase na produção de artistas gaúchos, e também por obras estrangeiras, da qual conta com nomes significativos da arte mundial. O MARGS funciona de terças a domingos, das 10h às 19h, sempre com entrada gratuita. Visitas mediadas podem ser agendadas com o Núcleo Educativo, através do e-mail [email protected].

A Imigrante, de Luigi Napoleone
A Imigrante, de Luigi Napoleone

Exposição comemora os 57 anos de Barra do Ribeiro
No Instituto Renato Borghetti de Cultura e Música — Rua Júlio de Castilhos, 1120, Centro
Até 30 de junho
De quartas a sextas-feiras, das 9h às 12h e das 14h às 19h, sábados, domingos e feriados, das 10h às 13h e das 14h às 21h

A exposição Barra do Ribeiro em Fotos abre na sexta-feira, dia 27 de maio, às 19h, na Fábrica de Gaiteiros – Instituto Renato Borghetti de Cultura e Música (Rua Júlio de Castilhos, 1120, Centro), em comemoração aos 57 anos do município. Organizada pelos fotógrafos Beatriz Donelli e Willian Corrêa, tem o apoio da Câmera Viajante – escola de fotografia e cinema digital -, de Porto Alegre, e apresenta 63 trabalhos. As imagens foram produzidas por 32 fotógrafos de Barra do Ribeiro, profissionais e amadores, e por alunos e professores da Câmera Viajante, retratando as belezas naturais e aspectos geográficos, culturais e urbanísticos da cidade situada às margens do lago Guaíba. A mostra, que em fevereiro de 2016 esteve em cartaz na sede da AABB de Barra do Ribeiro, poderá ser visitada agora na Fábrica de Gaiteiros de Borghettinho.

Foto: Divulgação
Foto: RAR

Quatro décadas de arte com Ivan Pinheiro Machado
No Margs, até o dia 19 de junho

A mostra traz mais de 90 obras que representam um passeio em quatro décadas de produção artística, desde os anos 1970 até os dias atuais. São trabalhos que tratam, em sua maioria da temática urbana, extremamente realistas, que procuram captar aspectos inusitados do cotidiano das grandes cidades. “O que no primeiro momento lembra a fotografia documental de uma cena urbana tem a capacidade de nos capturar para uma nova intuição, o peso subjetivo, o olhar do artista e a poética desta construção inteiramente ficcional”, diz o crítico Jacob Klintowitz sobre a pintura de Ivan Pinheiro Machado. Desde uma mesa de bar, até um sinal de trânsito, o artista transita em torno do cotidiano, transformando em arte a banalidade das ruas, da cidade grande com ruas semidesertas, onde a figura humana é uma “presença ausente” conforme definição do crítico Paulo Perdigão.
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Avalanche, na Galeria Ecarta (Av. João Pessoa, 943)
De terça a sexta, das 10h às 19h; sábado, das 10h às 20h; e domingo, das 10h às 18h
Até 19 de junho

Formada pelos artistas Matheus Walter e Virginia Simone, a Avalanche inaugura a exposição Compacto Simples em 5 de maio, às 19h, na Galeria Ecarta (Av. João Pessoa, 943), em Porto Alegre. O título, extraído do universo da música pop, faz referência à maneira que a exposição será montada. Trabalhos realizados em técnicas e suportes distintos serão exibidos em cada uma das salas (ou lados) da galeria. As obras, no entanto, têm na questão da memória um assunto comum. No Lado A, Vídeo da Casa reúne imagens captadas em formato digital, entre 2010 e 2014, que mostram a destruição de um velho sobrado da Rua Santo Antônio, em Porto Alegre. Entre os anos de 2005 e 2012, a casa, também chamada de Avalanche, foi lugar de morada, criação e convívio, além de abrigo para um acervo de roupas e objetos reunidos em anos de pesquisas. “Os anos de ocupação da casa, tingidos de alegria e entusiasmo, contrastam com o aspecto cru da demolição de um imóvel urbano. Vídeo da Casa possui, inevitavelmente, um apelo político passível de discussão em tempos de crise: o debate sobre a especulação imobiliária e suas conseqüências”, considera Matheus. No Lado B, a série Álbuns traz uma coleção de impressos, fotos, desenhos, etiquetas, adesivos, panfletos e recortes, todos materiais de diferentes tempos e espaços reunidos em antigos álbuns de fotografias. O trabalho propõe uma forma de organização e apresentação do que a dupla chama de achados arqueológicos. Os temas são variados e organizados por conteúdo, forma, período histórico ou livre associação: o Álbum da Indústria Fonográfica evoca a produção gráfica de capas de discos e publicações do gênero; o Álbum da Mulher reúne desenhos e imagens femininas de revistas e livros de diversas épocas; o Álbum de Botticelli insere folhas de uma planta medicinal em um livro sobre o pintor renascentista. “Em um típico caso ‘A influencia B’, todo o conceito dos álbuns vem da necessidade de criar obras menores. O motivo é o simples fato de a casa, estrutura gigantesca e misteriosa – pode-se dizer um grande álbum que guardava toda a sorte de objetos -, ter sido destruída e o tamanho do ‘atelier’ drasticamente reduzido”, explica Virginia. Compacto Simples tem visitação até 19 de junho. No dia anterior ao encerramento, sábado, 18, haverá um evento com diversas atividades. Às 17h, os artistas Matheus Walter e Virginia Simone conversarão com o público e com o curador da exposição, Leo Felipe, sobre o processo “arqueológico” de pesquisa. Logo depois, a dupla promove uma performance envolvendo moda e música. Uma publicação referente à exposição será lançada na ocasião. Todas as atividades têm entrada franca.

Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

Música

Ospa na UFRGS apresenta Shostakovich, Beethoven e Xilin
21 de junho 20:30, no Salão de Atos da UFRGS, enida Paulo Gama, 110

O regente convidado do próximo concerto da Série UFRGS da Orquestra Sinfônica de Porto Alegre vem do Oriente. O chinês Guoyang Zhang, diretor do departamento de regência do Conservatório de Música de Xangai, se apresenta pela primeira vez na Capital gaúcha no dia 21 de junho, terça-feira, às 20h30. Sob sua batuta, os músicos interpretarão obras do também chinês Wang Xilin (1937-), de Ludwig van Beethoven (1770-1827) e de Dmitri Shostakovich (1906-1975). O pianista Ratimir Martinovic, natural de Montenegro, será o solista do concerto, que acontece no Salão de Atos da Universidade. Os ingressos custam entre R$ 10 e 20. A obra que abre o programa traz ao salão as sonoridades de uma festividade tradicional do sul da China, a “Festa das Tochas”. Trata-se de “Torch Festival”, de Wang Xilin, compositor que escreveu a sinfonia dos Jogos Olímpicos de Beijing em 2008. Em seguida, o pianista convidado sobre ao palco para fazer os solos do “Concerto nº1 para piano e orquestra” de Beethoven. Fruto dos primeiros anos do compositor em Viena, foi escrito para uma de suas apresentações públicas como solista, possibilitando ampla demonstração de virtuosismo. Martinovic, que assume o piano na ocasião, é professor na Academia de Artes em Novi Sad (Sérvia) e um dos fundadores do Festival Internacional de Arte de Kotor (Montenegro). Também é a sua estreia em Porto Alegre. Para encerrar o concerto, a orquestra interpreta a “Sinfonia nº 5” de Shostakovich, escrita em 1937. Inovador que recebeu duras críticas do governo stalinista, o compositor escreveu a peça, que veio a se tornar uma das suas mais famosas composições, como uma resposta à censura que sofreu na primeira metade dos anos 1930. A obra explorou temas que agradavam ao gosto estético do Estado Soviético sem, no entanto, assumir um caráter simplista. Através dela, Shostakovich restabeleceu sua imagem pública.
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Eletroacordes no Frankenhaus
No Frankenhaus Tattoo Parlour, R. Cel. Genuino, 213
Domingo, às 20h

O rock ácido e efervescente da Eletroacordes vai ressoar no palco do Frankenhaus Tattoo Parlour no próximo dia 19 de junho (domingo), às 20hs, entre o Centro Histórico e Cidade Baixa, em Porto Alegre. O show é embalado com canções autorais e pílulas clássicas em covers e releituras. Este evento tem ENTRADA FRANCA.
O som “energético” da banda está plugada no blues, hard, jazz, pop, psicodélico e anos 70, além do mais genuíno rock e revelará algumas canções inéditas do mais recente EP, “Insanos”. A Eletroacordes atua há 5 anos nos pagos gaúchos e é formada por Fabrício Costa (voz, guitarra), Rodrigo Teichmann Vizzotto (voz,baixo, harmônica) e Thanius Silvano (voz, bateria).

Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

Teatro

8º Festival Internacional de Teatro de Rua de Porto Alegre (Fitrupa)
Início neste domingo, 20 de junho, em vários locais

Com apoio da Prefeitura de Porto Alegre, o 8º Festival Internacional de Teatro de Rua de Porto Alegre (Fitrupa) será realizado entre 19 e 28 de junho com 17 montagens, um workshop, um seminário e um encontro promovido pela Escola de Espectadores da Secretaria da Cultura de Porto Alegre. Há várias inovações nesta edição, uma delas envolve apresentações gratuitas em bairros da Capital, atendendo demanda de moradores. Outra novidade está no uso de uma casa de diversões noturnas e do Cemitério da Santa Casa de Misericórdia como cenário para as performances. O Fitrupa ocupará espaços tradicionais de teatro de rua, como Centro Histórico e Parque Farroupilha, e mais endereços nos bairros Cristal, Belém Novo, Jardim Carvalho, Santo Antônio, Lomba do Pinheiro, Rubem Berta, Ipanema, Passo d’Areia (IAPI), Humaitá, Mario Quintana, Ilha da Pintada, Restinga e Cavalhada. Ao todo, 567 grupos, do Brasil e do Exterior, se candidataram ao evento. A produção inova também com o que chama de “eixo de espaços singulares”, usando espaços fechados para exibir Kassandra, numa casa de diversão noturna localizada na rua Olavo Bilac, bairro Azenha, e Odiseo.com, que se passa num camarim, na Estação Filmes no Cristal. Já DNA de DAN se passa numa bolha de plástico e dura de cinco a seis horas. Outras informações: www.ftrpa.com.br.

Esta edição terá workshop, seminário e 17 montagens. Foto: Betina Carcuchinski/PMPA
Esta edição terá workshop, seminário e 17 montagens. Foto: Betina Carcuchinski/PMPA

O Casal Palavrakis
Na Sala Álvaro Moreyra, Av. Erico Verissimo, 307 – Menino Deus
De 10/06 a 10/07, de sexta a domingo, às 20h.

Dirigido por Maurício Casiraghi, O Casal Palavrakis fará a primeira temporada em Porto Alegre a partir do dia 10 de junho na Sala Álvaro Moreyra. A estreia também marca as comemorações de cinco anos de atividades da Ato Cia. Cênica – um dos mais jovens e premiados grupos de teatro do Rio Grande do Sul. Primeira montagem gaúcha para o texto da dramaturga espanhola Angélica Liddell, a peça leva à cena o cotidiano do casal Elsa e Mateo Palavrakis. Apresentado de forma fragmentada, o roteiro avança e recua no tempo. Aos poucos, o público é inserido em uma atmosfera de violência e pesadelo. O espetáculo tem a narrativa multiplicada por imagens geradas ao vivo por câmeras posicionadas e operadas pelos próprios atores, buscando novas relações de tempo, espaço e memória. A dramaturgia serve como plataforma de experimentação e pesquisa. Os atores utilizam diversos elementos orgânicos – como ovo, farinha e leite – na busca de quadros que expressem a relação dos personagens por meio da performance.

Foto Diego Bregolin
Foto Diego Bregolin

Flamenco Imaginário
No Teatro de Arena, na escadaria da Borges
De 04 a 26 de junho — Sábados às 16h, Domingos às 11h e 16h

A Cia de Flamenco Del Puerto comemora em 2016 17 anos de existência com um projeto inédito e inovador: um espetáculo de flamenco para crianças, que estreia no próximo dia 04 de junho no Teatro de Arena. Flamenco Imaginário é livremente inspirado na dramaturgia de “O corcunda de Notre Dame”, de Victor Hugo. A montagem é vencedora do Prêmio de Incentivo às Artes Cênicas do Teatro de Arena de Porto Alegre e se propõe o desafio de desenvolver uma obra com identidade flamenca focada nos pequenos. Flamenco Imaginário conta com trilha sonora inédita composta especialmente para o projeto por Giovani Capeletti e figurinos de Antonio Rabadan. Idealizado por Daniele Zill, tem direção de Denis Gosch e coreografias de Juliana Prestes. No elenco, além de Daniele, Ana Medeiros, Juliana Kersting e Leonardo Dias. O projeto conta ainda com uma série de contrapartidas, entre elas oficinas de dança e música, que serão oferecidas gratuitamente durante a temporada de estreia.

Serviço:
Flamenco Imaginário
De 04 a 26 de junho
Sábados às 16h, Domingos às 11h e 16h
Ingressos: R$ 30,00 – descontos para Classe Artística, Estudantes e Idosos mediante comprovação
Local: Teatro de Arena
Estacionamento conveniado: Rua Duque de Caxias, 1247 (Safe Park)

Foto: Adriana Marchiori
Foto: Adriana Marchiori

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