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17 de agosto de 2015
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19:35

Piscina de bolinhas na Praça da Alfândega propõe novo olhar sobre espaços públicos

Por
Sul 21
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Foto: Guilherme Santos/Sul21
Passantes aproveitaram piscina de bolinhas na Praça | Foto: Guilherme Santos/Sul21

Débora Fogliatto

Quem passar pela Praça da Alfândega, no centro de Porto Alegre, nesta segunda-feira (17), irá se surpreender com uma antiga fonte cheia de bolinhas coloridas. O artista visual Sandro Ka adquiriu 4.500 bolinhas, criando uma piscina que atraiu olhares e trouxe diversão para os que passavam pelo local. A ideia da obra (que se chama Piscina) é propor um novo olhar para espaços públicos abandonados e apagados, segundo Sandro.

O descaso com os monumentos e praças da cidade está no centro da obra, explica Sandro. “É uma proposta de uma nova mirada para esses monumentos públicos e, ao mesmo tempo, pensar nesses novos compartilhamentos da cidade. É recorrente que as fontes que deveriam ter água e ser espaços agradáveis não funcionem, estão vazias”, afirmou. A questão da invisibilidade e esquecimento também foram pensadas por Sandro, que reflete que muitas pessoas que passam pela praça no dia a dia nem percebem a existência da fonte, chamada A Samaritana.

A proposta está relacionada à pesquisa de mestrado em Póeticas Visuais do Instituto de Artes da UFRGS, em que Sandro investiga “uma reativação do olhar para elementos da cidade de forma lúdica e com ações que disparam para diversos sentidos e direções. Tem a ver com a ideia de compartilhamento das cidades, de voltar a vivenciar o espaço público de forma agradável”. Anteriormente, ele havia feito a série “Monumentos”, em que colocava um joão-bobo no topo de estátuas cujos bustos haviam sido retirados ou roubados.

Foto: Guilherme Santos/Sul21
O artista Sandro Ka se propõe a repensar utilização de espaços e monumentos | Foto: Guilherme Santos/Sul21

“É recorrente um descaso e uma relação de certa rejeição ou negação com os monumentos públicos, vários são roubados ou vandalizados. Faz com que a gente pense qual é o sentido deles, se faz algum sentido ainda hoje”, apontou, reiterando que, ao mesmo tempo, a obra é um ato político, por se propor a dar um novo sentido a algo que já está consolidado e esquecido.

O processo artístico não é somente a instalação das bolinhas em si, mas sim começa com a descoberta do local, sua medição e a forma de “pensar em soluções de como ativar o espaço”. Embora as bolinhas fiquem na praça apenas até as 18h desta segunda-feira, Sandro também avalia que o trabalho segue na avaliação do impacto que a obra tem na mídia e a forma como influencia a opinião pública.

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Fonte esvaziada estava “esquecida” no centro da cidade | Foto: Guilherme Santos/Sul21
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