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14 de março de 2015
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Fase de crescimento

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Sul 21
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O mesatenista Hugo Calderano | Foto: Arquivo Pessoal
O mesatenista Hugo Calderano | Foto: Arquivo Pessoal

Por Luiz Humberto Monteiro Pereira
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Da Alemanha, o mesatenista Hugo Calderano fala de sua trajetória esportiva e do sonho olímpico

Ochsenhausen é uma cidadezinha de 9 mil habitantes no Sul da Alemanha, com imponentes monastérios medievais. Lá vive o jovem carioca Hugo Calderano que, aos 18 anos, já conseguiu algo que muita gente sonha – transformou sua diversão em profissão. Atual destaque da equipe do Ochsenhausen no campeonato alemão de Tênis de Mesa, sua trajetória começou em 2005, quando tinha apenas 8 anos e jogava pingue-pongue muito bem. Tão bem que os pais resolveram colocá-lo na escolinha do Fluminense. “Com pouco tempo de treino, participei do Campeonato Brasileiro e fiquei em terceiro lugar. Depois disso, comecei a conquistar títulos nacionais e internacionais”, relembra. Em 2009, ganhou o Prêmio Brasil Olímpico de melhor atleta escolar, o que garantiu sua inclusão no programa Bolsa Atleta. No ano seguinte, deixou o Fluminense para competir pelo São Caetano, no ABC Paulista. “O momento decisivo foi quando meus pais concordaram com minha mudança para São Caetano do Sul, quando eu tinha 14 anos. A partir dali, decidi seguir o esporte como carreira e comecei a me dedicar ao Tênis de Mesa como prioridade”, explica o mesatenista.

Foi campeão Sulamericano, Latinoamericano e conquistou o Sub-16 no Aberto da Suécia e a medalha de bronze no Desafio Mundial Infantil, em Porto Rico. Em 2012, tornou-se o primeiro brasileiro a liderar o ranking do Circuito Mundial Juvenil (Sub-18) de Tênis de Mesa e foi escolhido pelo Comitê Olímpico do Brasil como um “potencial participante” das Olimpíadas de 2016. Por conta disso, foi ao Jogos de Londres, através do projeto “Vivência Olímpica”. Aos 17 anos, mudou-se para a Alemanha, contratado pelo Ochsenhausen. “Vim sozinho, mas estou dividindo um apartamento com o Vitor Ishiy, que jogava comigo em São Caetano. A vida é bem tranquila, meu foco é totalmente no esporte. O Tênis de Mesa é muito mais popular na Alemanha do que no Brasil. Alguns jogos conseguem trazer até 3 mil pessoas ao ginásio”, impressiona-se o atleta, que atingiu sua melhor colocação no ranking da Federação Internacional de Tênis de Mesa (ITTF) – saiu da 61ª para a 56ª posição.

Luiz Humberto Monteiro Pereira – Quais são seus pontos fortes no Tênis de Mesa? E quais fundamentos precisa aprimorar?

Hugo Calderano – Acho que meu ponto forte é a capacidade de concentração, que me ajuda a manter a calma mesmo em situações críticas. Preciso melhorar bastante coisa ainda, mas não vou dar essa dica aos meus adversários, né? hehehe

Luiz Humberto Monteiro Pereira – Como o Tênis de Mesa influiu no seu jeito de ser?

Hugo Calderano – Sou calmo e gosto de ficar sossegado. Acho que o fato de treinar muito e ter muita responsabilidade desde cedo influenciou também. Para mim, a parte mais legal do Tênis de Mesa é competir e vencer. O mais chato, pelo fato de estar jogando na Alemanha, é ficar longe da minha família.

Luiz Humberto Monteiro Pereira – Como é a sua rotina, num dia comum?

Hugo Calderano – Eu treino de manhã, almoço junto com os outro atletas, descanso e treino novamente à tarde. Treino entre 6 e 7 horas por dia, às vezes mais, quando temos um terceiro período de treinos à noite. É um ritmo bem puxado. Uma vez por semana tenho aula de alemão. Quando temos jogo da liga em outra cidade, normalmente viajamos um dia antes, dormimos na cidade e voltamos para Ochsenhausen logo após o jogo.

Luiz Humberto Monteiro Pereira – Quais os títulos mais importantes que já conquistou?

Hugo Calderano – O mais emocionante foi a conquista da medalha de bronze nas Olimpíadas da Juventude, em Nanjing, no ano passado. Também no ano passado, levei o primeiro lugar no aberto do Japão Sub 21. E acabei de conquistar um segundo lugar no Aberto do Qatar, jogando em dupla com o Gustavo Tsuboi. Foi uma conquista inédita, pois essa é uma etapa da Super Series, a série mais importante de torneios no circuito.

Luiz Humberto Monteiro Pereira – Como estão suas expectativas para as Olimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro?

Hugo Calderano – Espero me classificar para representar o Brasil nas Olimpíadas e ter o meu melhor desempenho. Acho que todo atleta pensa em participar do jogos e eu certamente também tenho esse objetivo, principalmente sendo na minha cidade. Jogar “em casa” pode ajudar por um lado, mas também vai trazer mais pressão para os atletas. Mas estou confiante de que vamos organizar no Rio os Jogos Olímpicos com a cara do Brasil. Vai dar tudo certo!

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