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22 de fevereiro de 2015
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10:12

Oscar 2015: os principais indicados e nossas apostas para a grande noite do cinema

Por
Sul 21
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Milton Ribeiro

Dentre os prêmios cinematográficos, o Oscar é o mais famoso. Ele é oferecido pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, que é uma organização independente e privada norte-americana criada em 1927 para prestigiar os filmes e os profissionais da indústria cinematográfica em quase todas as categorias. Já houve exceções, mas os filmes premiados normalmente são lançados no ano anterior à premiação.

A Academia é composta por mais de seis mil membros. Apesar da maior parte de seus membros serem norte-americanos, a filiação é aberta a cineastas qualificados de todo o mundo. A Academia possui em seu quadro cineastas de 39 países.

A festa de entrega da 87ª edição do Oscar (Academy Awards) terá inicio às 23h (horário de Brasília) deste domingo (22) e será exibida na íntegra pelo canal a cabo TNT e pelo E! – que começa com contagem regressiva e tapete vermelho às 19h. Na Rede Globo, a maior premiação do cinema será exibida com cortes, apenas após o término do BBB 15.

Veja abaixo os indicados e os favoritos, tendo em vista premiações anteriores, como o Bafta, o Globo de Ouro e o Prêmio do Sindicato dos Atores, mas tudo pode acontecer. Nossos “chutes” de favoritismo usam critérios inéditos. Começa em Megafavorito quando o candidato “já ganhou” e depois vai para Favorito,  Principal adversário, Pode ser, Zebra e Improvável, quando é algo “impossível de acontecer”…

<> on October 19, 2009 in Santa Clarita, California.

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Os Indicados a Melhor Filme

A Teoria de Tudo — Improvável


O filme narra a história do renomado físico Stephen Hawking, focando principalmente no relacionamento dele com sua esposa Jane. Ao mesmo tempo, também retrata a evolução de sua doença degenerativa e as formas que ele encontrou de superá-la. Se por um lado o longa é considerado por alguns como imenso dramalhão, por outro apenas a atuação de Eddie Redmayne como Hawking já vale o ingresso do cinema. Mas é bom os fãs das descobertas científicas estarem avisados: elas servem apenas de plano de fundo para a história.

Birdman — Favorito


Aparentemente, este é o favorito para ganhar o Oscar 2015. Iñarritu, diretor de Babel e Biutiful, traz um filme ousado e provocativo, que conta os bastidores de uma peça de teatro da Broadway que está sendo feita por um ator decadente. No passado, ele interpretou um super-herói que dá nome ao filme, conquistando a popularidade entre o público, mas sem ser respeitado pela crítica. A partir daí, o longa faz uma crítica, sempre usando humor-negro e fantasias que só existem na mente do protagonista, à indústria do entretenimento em geral. Filmado de forma a parecer um grande plano-sequência (os cortes entre as cenas são bem disfarçados), o longa é protagonizado por Michael Keaton, que como seu personagem também já interpretou um super herói quando era mais jovem.

Boyhood: Da Infância à Juventude — Principal adversário

http://youtu.be/3OqqAY6gQ9Q
O grande rival. Para gravar Boyhood, o diretor Richard Linklater esperou doze anos, acompanhando o crescimento do ator Ellar Coltrane, que interpreta o protagonista do filme. Ele gravou poucos dias por ano com o elenco, para contar a história do menino que cresce em meio à separação dos pais, dos cinco aos 18 anos de idade. Mesmo se não fosse muitíssimo aclamado pela crítica — como é — ainda valeria a pena ser visto pela sua forma de filmagem peculiar. Feito de maneira inédita, o filme ainda tem o mérito de retratar com verossimilhança e delicadeza incríveis a passagem do tempo e as mudanças que ela provoca, tanto no âmbito coletivo e político (ao mostrar a evolução dos celulares e tecnologias com o passar dos anos, por exemplo), quanto no âmbito particular.

O Grande Hotel Budapeste — Zebra


Com o elenco desses, precisa ainda de filme? Olhem só: Adrien Brody, Bill Murray, Edward Norton, Harvey Keitel, Jude Law, Owen Wilson, Ralph Fiennes, Saoirse Ronan, Tilda Swinton, Willem Dafoe, F. Murray Abraham, Jeff Goldblum, etc. Pois Wes Anderson (Os Excêntricos Tenenbaums, A vida marinha com Steve Zissou, Viagem a Darjeeling) já é um realizador tão importante que os atores lutam para participar de seus filmes. O Grande Hotel Budapeste segue o lendário concierge (Ralph Fiennes) de um famoso hotel e a sua amizade com uma jovem empregada que se torna sua protegida (Saoirse Ronan), durante o período entre as duas guerras mundiais. A trama inclui o roubo de um precioso quadro renascentista, a luta por uma fortuna e o lento aparecimento das ideologias que vão marcar as décadas seguintes.

O Jogo da Imitação — Improvável


Na Segunda Guerra Mundial, não foram apenas os soldados nos campos de batalha que lutaram contra os alemães. Na Inglaterra, um grupo de cientistas tentaram decifrar códigos de comunicação nazistas, buscando salvar as tropas aliadas de um ataque. O inusitado não para por aí: eles eram liderados por um homem gay (Benedict Cumberbatch), numa época em que a homossexualidade era crime, e por uma mulher (Keira Knightley). A história é verídica e retrata o gênio da matemática Alan Turing, que eventualmente é preso por sua orientação sexual. Baseado na biografia de turing, O Jogo da Imitação triunfa ao equilibrar os preconceitos sofridos pelos protagonistas a seus feitos matemáticos.

Selma — Zebra

http://youtu.be/5DTWvCuS6-s
Martin Luther King é famoso por ser líder do movimento pelos direitos civis dos negros nos Estados Unidos nos anos 1960. Em Selma, ele aparece como um ser humano que enfrenta desafios, tem falhas e às vezes fraqueja. Mas mostrar o ícone como uma pessoa real é apenas um dos méritos do filme, que retrata a longa caminhada pedindo igualdade de direitos no estado do Alabama, que trouxe para a luta as pessoas brancas que não compactuavam com a situação. Na época, os negros não tinham pleno direito ao voto, além de sofrerem sistematicamente violência por parte da polícia. Qualquer semelhança com os protestos de Ferguson em 2014 não é mera coincidência. O país, que viveu em regime de segregação até pouco mais de 50 anos atrás, continua sendo bastante racista. Um bom exemplo disso é a própria disputa pelo Oscar, na qual a única pessoa negra — e também única mulher — a dirigir um dos dez filmes indicados para o prêmio principal é exatamente a de Selma, Ava DuVerney. Apesar de seu bom trabalho, no entanto, ela não emplacou uma indicação para melhor diretora, assim como tamém ficou de fora o ator principal, David Oyelowo, que encarnou Luther King com precisão surpreendente. Nenhum ator ou atriz negra, aliás, concorre aos prêmios.

Sniper Americano — Zebra

http://youtu.be/CJ74sc-NESA
Sniper Americano contra a história do mais eficiente atirador da história militar norte-americana, Chris Kyle. O atirador foi responsável por 160 mortes no Iraque. O filme é baseado nas memórias de Kyle, mas Eastwood e o roteirista Jason Hall fizeram um tal trabalho de pesquisa que acabaram incluindo cenas que não estão no livro. O trabalho do diretor Clint Eastwood é elogiadíssimo, a construção do personagem e da tensão são espetaculares, seu desconforto com as mortes é perfeitamente humano e o deixa emocionalmente distante de todos, inclusive da sua família. Mas o mesmo não se pode dizer do posicionamento político da obra. O tom patriótico e a total falta de contextualização, ignora, por exemplo, a ausência de armas químicas no Iraque, assim como sugere que os iraquianos seriam selvagens sendo em parte salvos pelo protagonista. Polêmico.

Whiplash – Improvável


Andrew Neiman é um jovem e ambicioso baterista de jazz, cujo único objetivo na vida é chegar ao topo do seu conservatório de música de elite na costa leste dos EUA. Atormentado pela carreira fracassada do pai como escritor, Andrew anseia dia e noite por se equiparar aos grandes gênios da música. Terence Fletcher, um professor reconhecido tanto por sua capacidade como instrutor quanto por seus métodos terríveis, é o regente da melhor banda de jazz da escola. Fletcher descobre Andrew e transfere o aspirante a baterista para a sua banda, mudando para sempre a vida do rapaz. A paixão de Andrew por atingir a perfeição rapidamente se converte em uma obsessão, enquanto seu professor implacável continua a pressioná-lo ao limite da sua capacidade — e da sua sanidade. (Do Café com Filme)

Melhor filme em língua estrangeira

Ida (Polônia) — Favorito


Anna (Agata Trzebuchowska) cresceu num convento na Polônia dos anos 1950 e 60. Quando está prestes a se tornar freira, visita sua única parente viva, uma tia que revela um segredo que irá mudar sua maneira de enxergar a si própria: Anna, na verdade, é de uma família judia que foi morta pelos nazistas. A partir daí, descobre que seu nome verdadeiro é Ida e parte em uma jornada de auto-conhecimento com sua tia Wanda ao ir em busca do túmulo de seus pais. Logo, a jovem precisa escolher entre a realidade que a acolheu e permitiu que ela sobrevivesse ao Holocausto e sua identidade biológica, além de tentar reprimir os sentimentos que começa a nutrir por um jovem saxofonista. Todo em preto e branco, o que aproxima ainda mais o espectador da época em que se passa, o filme resgata a história da Polônia ao abordar a invasão nazista e o extermínio de judeus, os anos sob o stalinismo e o poder da igreja católica no país.

Leviatã (Rússia) — Pode ser


Ser o representante da Rússia na temporada de prêmios já é um feito para o filme, que critica abertamente o sistema político do país. O diretor e co-roteirista Andrey Zviaguintsev usou todo o seu prestígio para conseguir que a produção fosse exibida em território russo. Segundo a legislação local, é proibido usar palavrões em obras artísticas de amplo alcance – e isso é o que não falta em Leviatã. Na trama, Kolia vive em uma pequena cidade próxima ao Mar de Barents, no norte da Rússia. Ele é dono de uma oficina, ao lado da casa onde vive com a esposa e o filho. Vadim Shelevyat, o corrupto prefeito da cidade, quer tirar o seu negócio, sua casa e sua terra. Primeiro ele tenta o suborno, mas Kolia não admite perder tudo o que tem. Acostumado com o lugar desde o dia em que nasceu, ele não aceita o jogo do prefeito, que adota uma conduta mais agressiva para alcançar seu objetivo. O trunfo do filme russo é o bom roteiro, que mostra tanto a corrupção e os abusos do poder, quanto as tramas paralelas, como os problemas familiares do protagonista. Também se destaca a atualidade do tema, com demonstrações explícitas dos problemas políticos e sociais da Rússia. O retrato do presidente Vladmir Putin, inclusive, pode ser visto no gabinete do prefeito corrupto.

Relatos selvagens (Argentina) — Principal adversário


A distância entre o cinema e a arte em geral brasileira e argentina talvez nunca tenha sido tão grande. Basta comparar qualquer comédia nacional com o humor sofisticado e inteligente deste que é o filme de maior sucesso comercial argentino dos últimos anos. Nada de flatulências ou eructações, apenas bom roteiro, direção, atores, etc. São histórias simples sobre fatos rotineiros que por isso provocam identificação quase imediata. Com ironia, Szifron faz um comentário tão inteligente quanto engraçado sobre a falta de civilidade e a selvageria urbana. São personagens unidas pelo fato de estarem fora de controle, dispostas a fazer justiça pelas próprias mãos: um músico reúne todos os seus inimigos em um só lugar, uma garçonete que tem a chance de se vingar do homem que arruinou sua família, uma briga de trânsito, um engenheiro indignado com uma multa indevida e a burocracia sem limites, um milionário que tenta livrar o filho da cadeia, uma noiva que descobre a traição do marido. Um dos melhores filmes de 2014.

Tangerines (Estônia) — Zebra


A trama de Tangerines se passa em 1992, durante a guerra da Abcásia, território que então lutava para tornar-se independente da Geórgia. Num galpão, Ivo (Lembit Ulfsak) fabrica caixas de madeira que mais tarde servirão à colheita das tangerinas. Seu único vizinho é Margus (Elmo Nüganen), agricultor que teme não ter tempo suficiente para colher o que plantou, afinal de contas o conflito se aproxima. Todos os demais moradores, grande parte também estonianos, já debandaram à terra natal, ao contrário deles, que ficam por amar aquele solo, mesmo que no fundo esse sentimento seja ambivalente. Há um confronto por ali, dois soldados sobrevivem, um georgiano e um checheno. Ivo acolhe ambos, trata de seus ferimentos, não distinguindo partidos, lados e nem facções. As animosidades são latentes. Ahmed (Giorgi Nakashidze), o checheno, está disposto a matar seu inimigo moribundo, mas promete não fazê-lo sob o teto daquele que os salvou. Tangerines mostra a degradação dos valores humanos em meio a essa disputa territorial violenta e intolerante.

Timbuktu (Mauritânia) — Zebra


Timbuktu está mergulhada no silêncio, portas encerradas, ruas desertas. Já não há música, futebol nem cigarros. Acabaram-se as cores vivas e os risos, as mulheres tornaram-se sombras. Extremistas religiosos espalham o terror pela região. Longe do caos, nas dunas, o Kidane leva uma vida tranquila com a mulher, a filha e o pequeno pastor Issan. A tranquilidade será curta. Ao matar acidentalmente o Amadou, o pescador que atacou a sua vaca preferida, o Kidane deve enfrentar a lei dos ocupantes determinados em derrotar um islã aberto e tolerante. Face à humilhação e aos maus tratos perpetuados por esses homens complexos, «Timbuktu» conta o combate silencioso e digno de mulheres e homens, o futuro incerto das crianças e a luta pela vida…

Melhor Diretor

Alejandro Gonzáles Iñárritu (“Birdman”)

Favorito
Favorito

Bennett Miller (“Foxcatcher: Uma história que chocou o mundo”)

Altamente improvável
Improvável

Morten Tyldum (“O jogo da imitação”)

Altamente improvável
Improvável

Richard Linklater (“Boyhood”)

Segunda escolha
Principal adversário

Wes Anderson (“O grande hotel Budapeste”)

Pode ser
Pode ser

Melhor atriz

Felicity Jones (“A teoria de tudo”)

Altamente improvável
Improvável

Julianne Moore (“Para sempre Alice”)

Nossa favorita
Megafavorita

Marion Cotillard (“Dois dias, uma noite”)

Zebra
Zebra

Reese Witherspoon (“Livre”)

Altamente improvável
Improvável

Rosamund Pike (“Garota exemplar”)

Segunda escolha
Principal adversária

Melhor atriz coadjuvante

Emma Stone (“Birdman”)

Segunda escolha
Principal adversária

Keira Knightley (“O jogo da imitação”)

Zebra
Zebra

Laura Dern (“Livre”)

Altamente improvável
Improvável

Meryl Streep (“Caminhos da floresta”)

Zebra
Zebra

Patricia Arquette (“Boyhood”)

Favorita
Megafavorita

Melhor ator

Benedict Cumberbatch (“O jogo da imitação”)

Pode ser
Pode ser

Bradley Cooper (“Sniper americano”)

Improvável
Improvável

Eddie Redmayne (“A teoria de tudo”)

Nosso favorito
Favorito

Michael Keaton (“Birdman”)

Segunda escolha
Principal adversário

Steve Carell (“Foxcatcher”)

Zebra
Zebra

Melhor ator coadjuvante

Edward Norton (“Birdman”)

Principal adversário
Principal adversário

Ethan Hawke (“Boyhood”)

Zebra
Zebra

JK Simmons (“Whiplash”)

Favorito
Megafavorito

Mark Ruffalo (“Foxcatcher”)

Improvável
Improvável

Robert Duvall (“O juiz”)

Improvável
Improvável

Melhor roteiro original

Alejandro G. Iñárritu, Nicolás Giacobone, Alexander Dinelaris Jr. e Armando Bo (“Birdman”) — Principal adversário

Dan Gilroy (“O abutre”) — Improvável

E. Max Frye e Dan Futterman (“Foxcatcher”) — Zebra

Richard Linklater (“Boyhood”) — Pode ser

Wes Anderson e Hugo Guinness (“O Grande Hotel Budapeste”) — Favorito


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