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2 de janeiro de 2015
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15:26

Sul21 recomenda o pouco que ficou na cidade neste fim-de-semana

Por
Sul 21
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Sul21 recomenda o pouco que ficou na cidade neste fim-de-semana
Sul21 recomenda o pouco que ficou na cidade neste fim-de-semana

Milton Ribeiro e Débora Fogliatto

Poucas atrações em meio ao feriadão de Porto Alegre. Nos cinemas, indicamos apenas continuações, pois a única estreia — Uma Noite no Museu 3 — coleciona péssimas avaliações por onde anda. Então, é uma oportunidade de se atualizar com o que já estava em cartaz. Como, por exemplo, os excelentes Relatos selvagens, Boyhood, Ventos de Agosto e Castanha.

O restante — Música, Teatro, etc. — simplesmente sumiu, mas não esqueça: na segunda semana de janeiro, o Porto Alegre em Cena já vai alterar a paisagem de marasmo que atualmente reina.

Todas as semanas, o Sul21 traz indicações de filmes, peças de teatro, exposições e música para seus leitores. Não se trata de uma programação completa, mas de recomendações dos melhores espetáculos que assistimos. O critério é a qualidade. Se você tiver sugestões sobre o formato e conteúdo de nosso guia, por favor, comente. Boa semana!

Cinema – Em Cartaz

A Família Bélier (****)
(La Famille Bélier), de Eric Lartigau, França, 2013, 95 minutos

La Famille Bélier
Toda a família Bélier é deficiente auditiva, com exceção de Paula (Louane Emera). A jovem de 16 anos é a intérprete oficial dos parentes e figura fundamental na administração da fazenda. Vive em função disso até o dia em que descobre ter um dom para o canto e decide participar de um concurso da Radio France, The Voice, para desespero da família. A adolescente passa então pelo conflito de deixar ou não sua família. Mais do que o desespero da mãe, pesam as ambições do pai em se candidatar à prefeitura da cidade (ele, aliás, diz os maiores impropérios, que são filtrados pela filha). Além disso, como provar-lhes que é uma cantora extraordinária? É uma comédia que trata com fatos dolorosos com bom humor e sensibilidade. O elenco é impecável.

No Espaço Itaú 2, às 14h, 16h, 18h, 20h e 22h
No GNC Moinhos 3, às 14h30 e 19h30
No Guion Center 1, às 14h30, 16h30, 18h25 e 20h45

As Duas Faces de Janeiro (***)
(The Two Faces of January), de Hossein Amini, Grã-Bretanha, 2014, 96 minutos

mortenson-isaac-dunst-january
Charmoso thriller adaptado da obra de Patricia Highsmith sobre um vigarista que mata um polícia grego. A sua mulher e um guia ajudam-no. 1962. Chester Macfarland e a sua sedutora mulher Colette formam um glamoroso casal americano que chega a Atenas a passeio. Durante uma visita à Acrópole, conhecem Rydal, um jovem golpista americano que trabalha no local como guia turístico. Atraído pela beleza de Colette e pela riqueza e sofisticação de Chester, Rydal aceita o convite do casal para um jantar. Mas os Macfarland não são o que aparentam. A elegância e afabilidade de Chester esconde segredos. Rydal vê-se cada vez mais envolvido pelos esquemas de Chester, assim como pela beleza de Colette. Locações em Atenas e Istambul, o que garante belas imagens.

No Guion Center 3, às 15h, 16h50, 18h40 e 20h30
No Espaço Itaú 3, às 13h, 17h20 e 21h50

Ventos de Agosto (****)
(Ventos de Agosto), de Gabriel Mascaro, Brasil, 2014, 77 minutos

ventos de agosto
Mais um filme pernambucano de primeira linha. Em uma pequena vila de pescadores, Shirley suporta com dificuldades a rotina tediosa com gente mais velha. Dirige um trator, mas queria ser tatuadora. Cuida da avó senil, mas sonha com a capital. Faz uma cama de cocos para amar o pescador e catador de coco Jeison, mas detesta o conformismo do rapaz. O romance de ambos é apenas físico. Em meio a isso, chega à região um pesquisador de ventos. Uma pessoa pergunta-lhe se é possível viver de vento, em clara metáfora da situação do cinema nacional. Ventos de Agosto conta uma história sobre conformismo e resistência, dando som a vozes sem amplificação.

Na Sala Norberto Lubisco, às 17h15

Boyhood: Da Infância à Juventude (*****)
(Boyhood), de Richard Linklater, EUA, 2012, 165min

boyhood
Para gravar Boyhood, o diretor Richard Linklater esperou doze anos, acompanhando o crescimento do ator Ellar Coltranem, que interpreta o protagonista do filme. Ele gravou poucos dias por ano com o elenco, para contar a história do menino que cresce em meio à separação dos pais, dos cinco aos 18 anos de idade. Mesmo se não fosse muitíssimo aclamado pela crítica — como é — ainda valeria a pena ser visto pela sua forma de filmagem peculiar. Feito de maneira inédita, o filme ainda tem o mérito de retratar com verossimilhança e delicadeza incríveis a passagem do tempo e as mudanças que ela provoca, tanto no âmbito coletivo e político (ao mostrar a evolução dos celulares e tecnologias com o passar dos anos, por exemplo), quanto no âmbito particular.
http://youtu.be/3OqqAY6gQ9Q
No GNC Moinhos 1, às 15h50 e 21h15

Castanha (*****)
(Castanha), de Davi Pretto, Brasil, 2014, 95 min

| Foto: Pedro Cupertino/Tokyo Filmes Divulgação
| Foto: Pedro Cupertino/Tokyo Filmes Divulgação

O ator João Carlos Castanha tem 52 anos, trabalha no teatro, faz participações em filmes e, à noite, se apresenta em boates gays de Porto Alegre como transformista. Vive com a mãe, Celina, de 72. Dia após dia, João passa a confundir a realidade que vive com a ficção que interpreta. Este é o mote e a marca do filme, que tem as situações da vida do ator — vividas ou imaginadas — como roteiro do documentário ficcional. A linha entre o real e o possível é delineada de forma fluida, e a intenção do diretor, Davi Pretto, não é deixar claro o que do que está na tela realmente aconteceu. Complementam o dia-a-dia de filho e mãe a morte como fantasma presente na figura do pai, internado em um asilo, e a do sobrinho viciado em crack, que interfere na rotina dos dois. Estreante no Festival de Berlim, BAFICI e mais outros vinte no Brasil e no mundo, Castanha é provavelmente o lançamento mais esperado do cinema gaúcho de 2014. (Roberta Fofonka)

Na Sala Eduardo Hirtz, às 19h30

Até que a Sbórnia nos separe (****)
(Até que a Sbórnia nos separe), de Otto Guerra e Ennio Torresan, Brasil, 2013, 85 min

sbornia
Melancólica estreia de uma excelente animação. A precoce morte de Nico Nicolaiewsky nos deixa tristes, mas o projeto de animação de Otto Guerra deu muito certo ao narrar mais uma saga sborniana. A Sbórnia é um pequeno país que sempre viveu isolado do resto do mundo, cercado por um grande muro que não permite o contato com os vizinhos. Um dia, no entanto, um acidente leva à queda do muro, e logo os sbornianos começam a descobrir os costumes modernos. Dois músicos locais, Kraunus (Hique Gomez) e Pletskaya (Nico Nicolaiewsky), observam as reações de seus conterrâneos: enquanto alguns adotam rapidamente a cultura estrangeira, outros preferem reafirmar as tradições sbornianas e resistir ao imperialismo. Os criadores de Tangos e Tragédias — por que nçao dizê-lo? — do país, Nico Nicolaiewsky e Hique Gomez, são fazem a voz de alguns personagens do filme e a trilha sonora.
http://youtu.be/G-9oiIU_fWY
Na Sala Eduardo Hirtz, às 16h15

Relatos Selvagens (*****)
(Relatos salvajes), de Damián Szifron, Argentina / Espanha, 2014, 122 minutos

ricardo darin
A distância entre o cinema e a arte em geral brasileira e argentina talvez nunca tenha sido tão grande. Basta comparar qualquer comédia nacional com o humor sofisticado e inteligente deste que é o filme de maior sucesso comercial argentino dos últimos anos. Nada de flatulências ou eructações, apenas bom roteiro, direção, atores, etc. São histórias simples sobre fatos rotineiros que por isso provocam identificação quase imediata. Com ironia, Szifron faz um comentário tão inteligente quanto engraçado sobre a falta de civilidade e a selvageria urbana. São personagens unidas pelo fato de estarem fora de controle, dispostas a fazer justiça pelas próprias mãos: um músico reúne todos os seus inimigos em um só lugar, uma garçonete que tem a chance de se vingar do homem que arruinou sua família, uma briga de trânsito, um engenheiro indignado com uma multa indevida e a burocracia sem limites, um milionário que tenta livrar o filho da cadeia, uma noiva que descobre a traição do marido. Um dos melhores filmes de 2014.

Na Sala Paulo Amorim, às 15h30 e 19h30
‎No Guion Center 2, às 17h e 21h15
No GNC Moinhos 4, às 14h, 16h30, 19h10 e 21h30
No Espaço Itaú 7, às 21h40

Exposições e Artes Plásticas

Arte.RS
Memorial do Rio Grande do Sul, Sete de Setembro, 1020
De terças a sextas, das 10h às 19h, sábados das 12h às 17h
Até 31/01/2015

As obras dos artistas que representam o Prêmio IEAVi, são um recorte dos projetos ou dos trabalhos selecionados para mostras realizadas nos espaços do IEAVi, na Casa de Cultura Mario Quintana (CCMQ): Galeria Augusto Meyer, Espaço Mauricio Rosenblatt e Fotogaleria Virgilio Calegari. Estas obras nos possibilitam certificar a qualidade dos trabalhos e a importância do Prêmio, que tem por objetivo a promoção e a valorização dos artistas do nosso Estado. É a primeira vez na história das Artes Visuais que a Secretaria de Estado da Cultura (Sedac), do Governo do Estado do RS, promove um prêmio para esse setor, que incentiva a nova produção artística contemporânea, fomenta a difusão e a criação, além de fortalecer o setor, estimulando novas linguagens e permitindo o acesso aos bens culturais e a formação de novo público. Realizada por meio de edital público, com seleção e premiação realizadas por júri especializado, a iniciativa existe desde 2011, completando neste ano a 4° edição. No período foram promovidas mais de 60 exposições e participaram mais de 200 artistas. Participam: Antônio Augusto Bueno, Bethiele Kupstaitis, Bruno Borne, Chana de Moura, Ernani Chaves, Graziela Salvatori, Ío, Jander Rama, Laura Fróes, Letícia Lampert, Letícia Lopes, Luísa Gabriela, Mariana Riera, Rogério Livi, Rogério Severo e Walter Karwatzki.

Obra de Jander Rama | Foto: Divulgação
Obra de Jander Rama | Foto: Divulgação

Lado B
Museu Julio de Castilhos — Duque de Caxias, 1205
De terças a sábados, das 10h às 17h, até 05/01/2015

lado b

Abertura Retrospectiva IEAVi
Casa de Cultura Mario Quintana – Espaço Maurício Rosenblatt – 3º andar CCMQ
Segundas, das 14h às 19h, terça a sexta, das 09h às 19h e sábados e domingos das 12h às 19h
Até 08/03/2015

Instituto Estadual de Artes Visuais inaugura em seus espaços expositivos na Casa de Cultura Mario Quintana a exposição Retrospectiva IEAVi, mostra que reúne os trabalhos apresentados durante o período entre 2011 e 2014. A mostra tem como objetivo mostrar a face e a diversidade das artes plásticas no Rio Grande do Sul a partir dos participantes das três edições do Prêmio IEAVi de Incentivo à Produção Cultural. Além da abertura da Retrospectiva, no dia 18 também acontece a entrega dos prêmios para os vencedores da edição de 2014 do Prêmio IEAVi, além do lançamento do catálogo do mesmo período. A Retrospectiva fica aberta para visitação até dia 8 de março de 2015, com entrada franca.
Exposições-IEAVi-191

Algo Familiar
Espaço de Artes da UFCSPA (Rua Sarmento Leite, 245)
Até 31/01/2015
De segunda à sexta, das 9h às 20h; sábado, das 9h às 11h30min

O artista desenha, manipulando imagens conhecidas do imaginário popular, colorindo, sobrepondo e colando diferentes materiais como papéis e etiquetas adesivas. O desenho, para Sandro Ka, é a forma de pensar a obra e não especificamente a expressão artística adotada. O artista começou a compor desenhos com elementos diferenciados na graduação, depois passou a explorar a mesma técnica em objetos. Na exposição, ele faz uma retomada dos desenhos, buscando imagens que fazem parte da memória afetiva das pessoas.

Algo Familiar

Iberê Camargo: século XXI
Até 29/03/2015
De terça a domingo, das 12h às 19h, (último acesso 18h30) quintas até as 21h (último acesso 20h30)

A mostra que comemora os cem anos de Iberê Camargo foi concebida contemplando os principais temas de suas obras e suas repercussões na produção de artistas brasileiros contemporâneos. Diferenciando-se do formato convencional de exposições comemorativas, em geral um conjunto representativo ordenado cronologicamente, a exposição destaca a poética de Iberê em diálogo com trabalhos de dezenove artistas brasileiros de várias gerações. Curadoria de Agnaldo Farias, Icleia Cattani e Jacques Leenhardt.

Fantasmagoria 4 (1987)
Fantasmagoria 4 (1987)

Como faz falta um contador de histórias
Centro Histórico-Cultural Santa Casa (Av. Indepêndencia, 75)
Até 22/02/2015
De terça a sábado das 09h às 18h e domingo das 14h às 18h

Nesta exposição, a artista Manoela Furtado coleta “sobras” dos lugares que percorre – azulejos quebrados, papéis antigos, restos de madeira, retalhos de tecidos e álbuns de fotografias esquecidos – e as coloca em outro contexto, alterando sua função e identidade e lhes dando novos significados. Ao se valer de tais objetos, a artista se apropria do próprio entorno, da história e da memória de seu tempo, mudando a percepção e a relação entre as pessoas e as coisas mundanas. Assim, seus trabalhos celebram o fato de que, afinal, não há esquecimento, mas um contínuo recontar de histórias. (Texto informado pela curadora, Fernanda Medeiros).

Contador de histórias


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