Breaking News em Geral
|
14 de maio de 2015
|
18:12

Cpers critica ausência de propostas do governo do Estado em mesa de negociação

Por
Sul 21
[email protected]
Foto: Caroline Ferraz/Sul21
Helenir afirmou ter ficado “frustrada” com a reunião; Vieira da Cunha discordou | Foto: Caroline Ferraz/Sul21

Débora Fogliatto

A diretoria do sindicato dos professores do Rio Grande do Sul (Cpers/Sindicato) se reuniu com os secretários da Fazenda, Educação, Casa Civil e Secretaria-Geral para começar as negociações sobre reajuste salarial nesta quinta-feira (14). Os sindicalistas colocaram sua reivindicação de 13% de reajuste e fim do estorno do vale-refeição, mas não obtiveram ainda nenhuma resposta por parte do governo. Os secretários afirmaram que devem analisar o pedido e marcar uma nova reunião.

Enquanto a presidente do Cpers, Helenir Aguiar, disse ter saído “frustrada” do encontro, os secretários da Casa Civil Márcio Biolchi e da Educação Vieira da Cunha consideraram “um avanço” a constituição da mesa. “Viemos com a expectativa de que alguma proposta seria alcançada. Já chegamos no nosso limite recebendo 48% do que deveria, não é possível a gente fazer mais sacrifícios”, criticou ela, dizendo que o sindicato só irá a outras reuniões se houver propostas a serem apresentadas.

Helenir relatou que a categoria não descarta uma greve, mas que isso terá que ser construído “de uma necessidade e do chão da escola”. “A partir de junho, estaremos percorrendo todo estado em uma caravana da educação, fazendo denúncia do que vivenciamos hoje na questão salarial e alimentando a mobilização da categoria para dar uma resposta, caso nossa pauta não seja atendida minimamente”, afirmou.

Já o secretário Biolchi justificou que a reunião aconteceu “atendendo a um pedido do sindicato”. “O governo vem enfrentando dificuldades severas e por isso não podemos ser definitivos em relação aos pedidos. Conhecemos a importância do magistério e da educação, inclusive excetuamos do decreto o chamamento de professores”, apontou, acrescentando que os pedidos da categoria “impactam financeiramente o estado” que, portanto, não tem “condições de sinalizar positivamente”.

Foto: Caroline Ferraz/Sul21
Biolchi destacou falta de recursos do governo | Foto: Caroline Ferraz/Sul21

A necessidade de buscar recursos da União foi destacada pelo secretário Vieira da Cunha, o qual considerou a instalação da mesa um fato “muito relevante por si só”. “Se pudermos contar só com recursos próprios, é certo que não haveria avanço. Mas a lei nacional que garantiu reajuste em janeiro tem que ser cumprida. Ou o governo federal repassa os recursos necessários para pagar o piso, ou o piso continuará sendo descumprido”, alegou.

Vieira da Cunha afirmou ter “disposição para avançar” no diálogo, mas destacou que as dificuldades financeiras para a educação são um problema nacional. “Esse é um assunto nacional e como tal deve ser tratado. Precisamos desse auxílio aos estados e municípios, sob pena de que esses movimentos que já existem em Santa Catarina, Paraná e São Paulo se espalhem por todo o país com consequências muito negativas para a comunidade escolar”, ponderou, apontando que 75% dos royalties do pré-sal devem ser destinados para a educação.

Para reivindicar tais recursos, Vieira disse manter um “diálogo permanente” com o ministério da Educação. Uma próxima reunião ainda não foi marcada, mas ele afirmou que irá conversar com os outros secretários presentes para “construir uma proposta com resposta objetivas”.


Leia também
Compartilhe:  
Assine o sul21
Democracia, diversidade e direitos: invista na produção de reportagens especiais, fotos, vídeos e podcast.
Assine agora