Da Redação*
O candidato da extrema-direita no pleito presidencial de outubro, Jair Bolsonaro (PSL), ameaçou o país na sexta-feira (28) com um golpe de Estado. Em entrevista concedida do hospital, onde se recupera de uma facada, disse que não aceitaria um resultado diferente de sua vitória. Acontece que, de acordo com as pesquisas, hoje, ele não seria eleito. Perde para os principais adversários no segundo turno, de acordo com as principais pesquisas de intenções de voto.
No mesmo dia em que o candidato, capitão do Exército da reserva, fez a ameaça ocorreu outro fato que chama atenção para os riscos em torno do processo eleitoral. Ontem, o corregedor do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Humerto Martins, afastou o juiz federal Eduardo Luiz Rocha Cubas, de Goiás. A razão foi que o juiz estava em contato com o comando do Exército, para recolher as urnas eletrônicas e, então, enviar aos militares para uma “perícia”. Isso, poucos dias antes das eleições.
Repetidamente, Bolsonaro afirma que as urnas eletrônicas não são confiáveis. Na sexta mesmo, disse que o PT só ganharia com fraude. “Pelo que vejo nas ruas, não aceito resultado diferente da minha eleição (…) Só ganham na fraude”, disse o candidato da extrema-direita. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) garante que as urnas são confiáveis. Não existe nenhum histórico de problemas com o sistema eleitoral, que é auditado por universidades, Polícia Federal, além de autoridades externas e está em vigor há mais de 20 anos.
Durante a entrevista, o apresentador da Band José Luis Datena questionou se a declaração não era antidemocrática, ao que Bolsonaro respondeu dizendo que não aceita um sistema apenas eletrônico, sem ao menos parte do voto em papel. O deputado federal – há 27 anos no Congresso, eleito pelo sistema de urnas eletrônicas – chegou a passar uma lei para impor uma cota de votos impressos, mas a exigência foi barrada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em junho.
*Com informações da RBA