Da RBA
“Aprendi, em poucos dias, que lá (na ocupação), a gente não lutava apenas por moradia. A gente lutava por igualdade, saúde, educação e, assim, eu fui ficando dentro do movimento”. O depoimento de Maria Aparecida Moura dá conta da realidade de milhares de pessoas que estão na luta por moradia digna organizada por movimentos populares e integra mais um, da série de episódios “Nós por elas”, que vem sendo produzida pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST).
Tia Cida, como é conhecida pelos militantes do MTST e os moradores da ocupação Che Guevara, no Taboão da Serra, município da região metropolitana de São Paulo, destaca em seu depoimento um processo de aprendizagens que a ajudaram a superar seus receios sobre o movimento até compreender a importância da coletividade.
“Eu achava que só tinha que trabalhar, cuidar da minha casa, dos meus filhos, mas dentro da ocupação eu aprendi o que é ser coletivo e que ali dentro tinha muita gente precisando de mim”, afirma a militante.
Divulgada no início de fevereiro, a série “Nós por elas” pretende combater a invisibilidade e os estigmas de criminalização usados contra o MTST, destacando a construção do movimento a partir das histórias de mulheres que atuam na resistência urbana, como tia Cida. Os episódios podem ser conferidos no Facebook e pelo canal no Youtube do MTST.
“No dia que pisei na ocupação Che Guevara, eu estava entrando em uma escola. Foi lá que, o pouco que eu sei, é tudo o que aprendi na ocupação do MTST”, destaca.