Da Redação
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), passou quase toda sua carreira política ocultando posses da Justiça Eleitoral, revelou o jornal Folha de S. Paulo. A reportagem fez um levantamento de escrituras e registros em Macapá, cidade do senador, e encontrou um cenário “bem diverso” do que o político tornou público desde sua primeira eleição, em 2002.
Até então com uma participação discreta nos parlamentos, Alcolumbre se tornou conhecido em todo o país ao se tornar presidente do Senado no último dia 2, após a desistência de Renan Calheiros (MDB-AL). Ele já cumpriu mandatos de vereador (2001-2002) e deputado federal (2003-2014) e está no Senado desde 2015.
Segundo a Folha, Alcolumbre vem de uma família com patrimônio elevado, que possui mais de uma centena de imóveis, postos de gasolina, empresas e retransmissoras de TV, entre outros. Mesmo assim, em 2002, 2010 e 2012 declarou não ter nem um centavo de patrimônio. Em 2018, quando disputou o governo do Amapá e não se elegeu, declarou ter R$ 770 mil, provenientes de uma casa de R$ 585 mil, além de depósitos e aplicações bancárias.
Os registros cartoriais em Macapá consultados pela Folha, porém, mostram aquisições imobiliárias feitas por ele desde o final dos anos 1990 no centro e em condomínios residenciais da cidade. Dentre os registros encontrados estavam a aquisição de cinco terrenos e duas casas desde o final dos anos 1990 até 2015. Em 2012, porém, o senador declarou não ter patrimônio.
O artigo 350 do Código Eleitoral define como crime omitir bens em declarações para fins eleitorais. A pena é de até cinco anos de prisão e multa.