Antonio Escosteguy Castro (*)
A economia do país está completamente paralisada , à beira da recessão técnica. Quase todos os indicadores econômicos estão piorando dia a dia, inclusive a confiança dos empresários do mercado financeiro. Se nem eles confiam em Bolsonaro, o que sobra para nós, pobres mortais?
Semana passada, depois dos bem sucedidos atos do dia 30 de maio e com a perspectiva de uma forte Greve Geral no dia 14 de junho , até a poderosa Rede Globo calibrou seu discurso. Mantendo o irrestrito apoio à Reforma da Previdência (ainda a principal pauta do empresariado nacional), agregou ao noticiário e à pregação de seus colunistas que apenas aquela aprovação não é suficiente para tirar o Brasil do buraco. Agora a palavra de ordem é cobrar um plano econômico do Governo Bolsonaro para incentivar o crescimento da economia.
Aqui no Rio Grande do Sul a situação não é muito diferente. Crise fiscal por crise fiscal, a do Estado é pior que a da União. E depois de 4 anos de absolutamente nada no Governo Sartori, está chegando ao fim do primeiro semestre de Eduardo Leite igualmente sem nenhuma iniciativa para impulsionar a economia do Rio Grande.
A possibilidade de vender algumas das estatais que restam foi o único projeto levado a cabo pelo Governo do Estado até agora. Mas a venda em si , se acontecer, está prevista para o segundo semestre de 2020. E nem o Governador Eduardo Leite teve a coragem de afirmar que vender a CEEE, CRM e Sulgás e abrir o capital da CORSAN levará o Rio Grade do Sul a um ciclo de crescimento econômico. 2019 já é um ano perdido.
O Plano de Recuperação Fiscal , miragem política que ocupa no Estado o posto da Reforma da Previdência em âmbito federal ( com sua aprovação, tudo serão rosas…) é na verdade uma gigantesca operação de moratória , que a final terá aumentado ainda a mais dívida do Rio Grande. Se não houver um processo consistente de crescimento econômico do Estado, daqui a alguns anos a situação será ainda pior do que a atual.
E da mesma forma que Bolsonaro e seu Posto Ipiranga, Eduardo Leite e seu Secretário forasteiro até o momento sequer esboçaram alguma medida que minimamente indique um projeto destinado a impulsionar nossa economia.
Mesmo com muita diplomacia e considerável habilidade política, que faltaram a seu antecessor, Eduardo Leite não consegue, porém, animar o Estado e sua população. Há quanto tempo parece que não tem ninguém no Piratini?
(*) Antonio Escosteguy Castro é advogado.
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