Depois da semana de intensa movimentação internacional em torno do acordo Brasil-Irã-Turquia, neste domingo (23), o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, se manifestou dizendo que o acordo para facilitar a troca nuclear assinado entre os três países é uma oportunidade para fortalecer a cooperação no mundo.
“Este documento significa o início de uma era nova nas relações políticas na arena internacional”, disse Ahmadinejad durante uma conversa por telefone com o primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, citado pela agência local “Isna”.
“Irã quer continuar com a colaboração e a interação com os países amigos para contribuir a uma nova atmosfera de justiça e cooperação”, acrescentou.
Erdogan reiterou que seu país fará esforços para que a chamada “declaração de Teerã” consiga apoio das demais nações, assinalou a fonte.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o próprio Erdogan conseguiram na segunda-feira passada um compromisso escrito do Irã para que aceite trocar parte de seu combustível nuclear fora de seu território.
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, enviou uma carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva apoiando a iniciativa brasileira de negociação com o Irã na questão nuclear duas semanas antes de o acordo ter sido fechado.
Ameaça de rompimento – Ainda neste domingo, o líder do Parlamento iraniano, Ali Larijani, disse que o acordo sobre a troca de urânio por combustível nuclear patrocinado pelo Brasil e pela Turquia será interrompido se os Estados Unidos praticarem “ação aventureira” no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) ou no Senado norte-americano.
O porta-voz referia-se à possibilidade de o Conselho aprovar novas sanções contra o Irã devido ao seu programa nuclear. Larijani disse que a movimentação dos Estados Unidos no Conselho “destroi os resultados de todo o esforço feito pelo Brasil e pela Turquia em defesa da troca”.
Referindo-se à resolução apresentada pelos Estados Unidos que propõe novas sanções econômicas contra o Irã, o líder afirmou que o Parlamento poderá reconsiderar a cooperação entre o país e a Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea), caso elas sejam aprovadas. Segundo Larijani, o país aceitou a intermediação da Turquia e do Brasil em respeito a “dois países amigáveis”.
Com Agências