Ontem à noite, o Grêmio empatou em 1 x 1 com o Vitória no Olímpico, enquanto o Inter venceu o Guarani por 3 x 0 em Campinas. Os resultados não tiveram nada em comum, mas quem viu os dois jogos está pronto para assistir O Iluminado e O Exorcista em sessão dupla.
Grêmio e Vitória realizaram uma partida em tudo semelhante a que jogaram em 2009. Tal como doze meses atrás, o Vitória fez excelente primeiro tempo, abriu o marcador, sofreu pressão na segunda etapa e cedeu o empate. Se, no ano passado, Paulo Autuori teve de chamar Tcheco para que o tricolor tivesse alguma ligação entre meio-de-campo e ataque, ontem a lesão de Leandro, teve o mesmo condão. A entrada de Maylson, sempre punido por ser jovem, eficiente e goleador, fez com que o time melhorasse muito e empatasse. O Vitória é uma daquelas equipes que provavelmente não irão disputar o rebaixamento nem as vagas da Libertadores, mas não justifica as imensas dificuldades do Grêmio. O gol do Grêmio foi marcado contra por Egídio, lateral do Vitória, em obra marcada pelo drama e pela ausência de Jorge Larrionda para ignorá-lo. Explico: sim, o tricolor fez o gol, mas sequer alcançou as cobiçadas redes dos baianos.
As recentes atuações do Grêmio – que ontem atuou com dez jogadores da equipe que amassou o Inter há dois meses – preocupam. E muito. A partida foi assistida por 8 mil heróis que aqueceram seus ossos vaiando bastante o time.
Grêmio 1 x 1 Vitória
Grêmio: Victor; Edílson, Rafael Marques, Rodrigo e Neuton; Adílson, William Magrão (André Lima), Leandro (Maylson) e Hugo; Jonas e Borges. Técnico: Silas
Vitória : Viáfara; Nino Paraíba, Anderson Martins, Wallace e Egídio (Rafael Cruz); Vanderson, Ricardo Conceição, Fernando (Vilson) e Ramon (Soares); Elkeson e Schwenck. Técnico: Ricardo Silva
Gols: Grêmio: Egídio (contra), aos 31min do 2º tempo; Vitória: Wallace, aos 34min do 1º tempo.
Cartões amarelos
Grêmio: Hugo, Willian Magrão, Jonas, Neuton
Vitória: Ramon, Elkeson, Ricardo Conceição, Fernando, Viáfara
Quem lê o resultado, pensa que o Inter impôs-se e massacrou o Guarani. Ledo engano. Poucas vezes vimos tantos erros de passe e confusão. Do outro lado, um Guarani inteiramente reformulado (ou negociado) não era sombra do time que, antes da Copa, mantinha uma mui digna 4ª colocação no certame. Apenas dois jogadores daquela equipe entraram em campo no Brinco de Ouro na noite de ontem.
Este comentarista viu o jogo num bar. Consensualmente, o primeiro tempo mereceu o título de “O Mais Chato do Ano”, tanto que este comentarista pediu um quentão. À medida que o sangue voltava a circular por pontos mais longínquos, o Internacional tentava apresentar alguma coisa que justificasse o fato de ser um flamante semifinalista da Libertadores. E, no início do segundo tempo, premiando tentativas centenárias, Sandro finalmente acertou um chute, fazendo 1 x 0. O Guarani, jogando em casa, partiu para o ataque e as substituições.
Feliz com os efeitos da bebida sobre meu humor, notei claramente que a entrada de um jogador chamado MÁRIO LÚCIO não provocaria alterações dignas de um sismógrafo nas hostes coloradas. Logo depois, para deixar todo o bar feliz, o técnico do Guarani trocou PRETO por MORENO. Com isso, o Guarani abriu-se e tomou mais dois gols.
Guarani 0 x 3 Internacional
Guarani: Douglas; Rodrigo Heffner, Fabão, Ailson e Márcio Careca; Renan, Paulo Roberto, Preto (Moreno) e Baiano (Mário Lúcio); Mazola e Ricardo Xavier (Diogo). Técnico: Vagner Mancini
Internacional: Abbondanzieri; Nei, Bolívar, Índio (Fabiano Eller) e Kleber; Sandro, Wilson Matias (Glaydson), Giuliano (Andrezinho), D”Alessandro e Taison; Alecsandro. Técnico: Celso Roth
Cartões amarelos
Guarani: Márcio Careca e Baiano
Internacional: Wilson Mathias, Nei, Sandro e Índio
Gols: Sandro, aos 13min, Alecsandro aos 26min, e Taison aos 47min do segundo tempo.