A expressão cubana “suelto y sin vacunar” significa algo como “solto e sem vacina”. Atualmente, o que se diz em Havana é que “Fidel esta suelto y sin vacunar”. A metáfora significa dizer que Fidel vem embalado e não há como pará-lo. Após quatro anos afastado, o antigo líder comunista fez sete aparições nas últimas três semanas. Em 26 de julho, segunda-feira, ele recebeu uma centena de intelectuais e artistas e anunciou que publicará em breve um livro sobre a guerrilha, na qual lutou durante os últimos meses.
Um dia depois (27), o jornal Granma publicou um artigo revelando que La victoria estratégica terá seu lançamento no início de agosto. Além disso, prestes a completar 84 anos, Fidel expressou intenção de escrever um segundo volume, chamado La contraofensiva estratégica final.
La victoria estratégica narra as lutas travadas no verão de 1958 contra as tropas de Fulgencio Batista. Estas faziam a última tentativa de esmagar os revolucionários. De acordo com Castro, foram batalhas que tinham, de um lado, 300 barbudos, e de outro, 10 mil soldados. “A derrota da ofensiva inimiga, após 74 dias de luta incessante, significou a virada. A partir deste momento, o destino da tirania foi finalmente selado”, porque, diz ele, ficou “iminente seu colapso militar”.
O livro, com o detalhismo típico de Fidel, faz um relato exaustivo das ações militares e pretende ser um balanço definitivo sobre esse capítulo da guerra. As forças rebeldes, garante, perderam 31 homens enquanto “o inimigo sofreu mais de mil baixas, incluindo 300 mortos e 443 prisioneiros, além de cinco unidades completas de suas forças, as quais foram aniquiladas, capturados ou desarticuladas. Ficaram em nosso poder 507 armas, dois tanques, 10 morteiros, várias bazucas e 12 metralhadoras calibre 30.” Castro acrescentou que “o efeito moral de Sierra Maestra foi de uma transcendência ainda hoje difícil de avaliar”. “Naqueles dias, a Sierra Maestra”, diz ele em tom épico, “foi libertada para sempre”.
As memórias estão organizadas em 25 capítulos e, segundo o ex-presidente, contêm muitas fotos, “na qualidade possível àquelas condições”, bem como mapas e “esquemas gráficos dos tipos de armas que usaram ambos os lados”. Com efeito, Fidel está solto.
Com informações do El Pais (Espanha)