Jorge Seadi
O paulista Júlio Silva, 31 anos, viveu momentos especiais no começo desta semana. Pela primeira vez ele disputou o Torneio Aberto de Tênis dos Estados Unidos, em Nova York. Foi eliminado na primeira rodada mas apenas a participação num dos chamados “torneios Grand Slam” já pode ser considerada uma vitória para quem saiu da favela de Rui Barbosa, periferia de Jundiaí, São Paulo. Quando tinha quatro anos, foi abandonado pelo pai e seu grande sonho era ajudar a mãe no sustento da casa. Menino, queria ser jogador de futebol, mas conseguiu um emprego no Jundiaí Tênis Clube como apanhador de bolas e pegou gosto pelo tênis. Sempre que podia ele pegava uma raquete usada e treinava contra a parede. Um dos professores do clube viu o desejo do menino em aprender a jogar e começou a lhe ministrar aulas. Com 19 anos, Júlio Silva conseguiu seu primeiro ponto na ATP – associação de tenis profissional – disputando um torneio Future para jovens. Mesmo sem dinheiro para viajar no início da carreira, Júlio ganhou U$ 400 mil em prêmios nestes 12 últimos anos. Nada perto do que os principais jogadores do circuito mundial ganham, porém ele se diz satisfeito porque o tênis permitiu que ele comprasse uma casa para sua mãe que deixou a favela. Júlio Silva diz que ainda tem muito tênis para jogar, quer casar e ter filhos. Depois, pretende ser professor de tênis.
Com informações do Clarín.