Da Redação
Mais de 24 horas após o naufrágio do navio de cruzeiro Costa Concordia, na costa oeste da Itália, 80 quilômetros ao norte de Roma, continuam as buscas por dezessete pessoas. Desde o sábado (14), o número de mortes confirmadas não mudou. Até agora são três: um peruano que fazia parte da tripulação e dois turistas franceses. Cerca de 50 pessoas estão feridas. Todos os brasileiros que estavam embarcados foram resgatados com vida.
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Nesta madrugada, foi salvo um casal de jovens sul-coreanos, que ficou 24 horas dentro de seu camarote enquanto o navio afundava. Eles haviam embarcado em Roma, desejando uma romântica lua-de-mel. Também foi encontrado um tripulante, com a perna quebrada, após 36 horas no navio. O número de desaparecidos também diminui quando se descobre que alguns dos turistas não estavam no navio. É o caso de dois japoneses, dados como desaparecidos, que foram até uma delegacia de Roma informar que haviam ficado na capital italiana, não seguindo viagem no cruzeiro.
O Ministério das Relações Exteriores divulgou neste sábado (14) que o Costa Concordia tinha 53 brasileiros a bordo – 47 passageiros e seis tripulantes. A informação foi disponibilizada pela empresa Costa Cruzeiros, responsável pela embarcação, que também informou que todos os brasileiros que estavam na embarcação foram localizados e já estão recebendo atendimento. A Costa Cruzeiros divulgou dois números para atendimento e busca de informações no Brasil: 55 11 2123-3673 e 55 11 2123-3679.
Comandante será acusado por homicídio
A promotoria da província de Grossetto vai denunciar o comandante do cruzeiro, Francesco Schettino, por homicídio e abandono do navio antes de cuidar do salvamento dos passageiros. Segundo o promotor Francesco Verusio, o comandante chegou perto demais da Ilha de Giglio, atingindo um rochedo. A batida abriu um rombo de 70 metros na embarcação.
O promotor, a polícia e a capitania dos portos afirmam que o impacto ocorreu às 21h45 de sexta-feira (13) – dirão os supersticiosos que foi a data a causa do acidente, e não o comandante – e que o chefe do navio deixou a embarcação às 23h30, quando grande parte dos passageiros aguardava a evacuação ainda. Os trabalhos evacuação só terminaram às 2h30, já na madrugada de sábado (14). Pelo mesmo motivo, o vice-comandante, Ciro Ambrosio, também será denunciado.
Enquanto a promotoria acredita que Schettino estava perto demais da ilha, o comandante, com 30 anos de experiência, declarou que navegava na rota normal e que as pedras não estavam no mapa. Disse que acreditava estar a 300 metros dos arrecifes: “Aquela pedra não deveria estar ali”. Ele disse ainda que conseguiu realizar uma manobra para chegar mais perto da costa, já com água entrando no navio, para facilitar o salvamento. Schettino declarou que estava na cabine no momento do impacto, enquanto testemunhas dizem que ele estava em um salão onde era servida a janta.