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10 de fevereiro de 2012
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16:25

Polícia Militar do Rio de Janeiro já prendeu 59 grevistas

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Sul 21
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Paralisação de PM no Rio de Janeiro foi definida após assembleia na noite de quinta-feira | Foto: Divulgação

Da redação

Em menos de 24 horas, a greve dos policiais militares, civis e bombeiros do Rio de Janeiro já conta com 59 manifestantes detidos. O chefe do Estado Maior Administrativo da Polícia Militar, coronel Robson Rodrigues da Silva, confirma a prisão de 59 PMs por crime militar ou transgressão disciplinar. Além desses, outros estão sendo indiciados administrativamente e submetidos à corregedoria da corporação. Dentre os detidos, pelo menos 11 são líderes do movimento grevista.

Apesar de a orientação dos grevistas ser de que os PMs devem ficar aquartelados em seus batalhões, sem atender às ocorrências, o relações-públicas da corporação, coronel Frederico Caldas, garante que a população do Rio de Janeiro “pode ficar tranquila” e considera desnecessária a intervenção das Forças Armadas. O oficial ressalta que os policiais que se recusarem a trabalhar serão presos administrativamente.

Na noite desta quinta-feira (9), uma assembleia com mais de 2 mil pessoas chancelou o início de uma greve geral dos trabalhadores da segurança pública do estado do Rio de Janeiro. Bombeiros, policiais civis e militares paralisarão as atividades por tempo indeterminado em protesto por um salário de R$ 3,5 mil. Atualmente, a remuneração é de R$ 1,1 mil.

Juntas, as três corporações somam 70 mil integrantes. A ordem do movimento é para que os PMs fiquem aquartelados em seus batalhões, sem atender às ocorrências. Já policiais civis e bombeiros garantem que manterão um efetivo de 30% para situações de emergência.

Durante a assembleia que decidiu a greve, o cabo PM Wellingon Machado disse que caberá ao governo federal proporcionar a segurança no Rio de Janeiro, que está às vésperas de realizar o Carnaval. “A partir de agora, a segurança é de responsabilidade da Guarda Nacional e do Exército”, declarou.

O cabo também deu instruções aos grevistas. “Fiquem aquartelados em seus batalhões. Quem está de folga, de férias, de licença, também aquartela. Todos juntos, não tem distinção. Se puderem levem as esposas junto, é importante”, orientou.

Além da reivindicação salarial, o movimento reivindica a libertação do bombeiro Benevenuto Daciolo, que está peso em Bangu sob acusação de incitar atos violentos na greve dos policiais baianos. Ele estava em Salvador e foi detido quando chegava ao aeroporto no Rio de Janeiro.

Exército colocará 14 mil homens nas ruas do Rio de Janeiro

Atento à possibilidade de uma greve na segurança pública do Rio de Janeiro, o Exército já estava mobilizado e enviará cerca de 14 mil soldados para fazer o patrulhamento ostensivo no estado. Além disso, a Força Nacional de Segurança enviará 300 homens para auxiliar nos trabalhos da Policia Civil e do Corpo de Bombeiros.

Reivindicações dos trabalhadores repercutem na mídia internacional

A greve dos policiais militares na Bahia e as movimentações similares no Rio de Janeiro e em outros estados repercutem na mídia internacional. O jornal espanhol El País apontou o contraste entre o crescimento econômico do Brasil e a precarização de setores como a segurança pública. O periódico ainda explica que a greve na Bahia pode espalhar por outros estados, como Espírito Santo, Rio Grande do Sul, Pará e Paraná.

O maior jornal dos Estados Unidos, The New York Times, lembrou que os salários dos policiais no Brasil são muito baixos, apesar de o país ser a sexta economia do mundo. A publicação também comparou a remuneração dos agentes de segurança com a dos juízes no Rio de Janeiro, citando supersalários que chegam a R$ 87 mil.

A rede inglesa BBC News reforçou que o Carnaval carioca pode acontecer em meio à greve dos policiais. A agência publicou uma declaração de um policial que pediu para que a população ficasse em casa até que a situação se resolva.

Com informações do G1, do R7 e do Terra.


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