Dilma diz que não leu A Privataria Tucana: “CPI se faz em caso extremo”

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Durante café da manhã com jornalistas no Planalto, Dilma não quis entrar no mérito de livro de Amaury Ribeiro Jr. | Foto: Valter Campanato/ABr

Da Redação

Em café da manhã com jornalistas, Dilma Rousseff afirmou na sexta-feira (16) não ter lido o livro A Privataria Tucana, de Amaury Ribeiro Jr, que aponta indícios de corrupção no período de privatizações do governo FHC. Segundo a presidenta, CPI é para ‘caso extremo’, mas ela não comenta se considera que denúncias se encaixam na definição. Ela diz que vai manter ‘relações civilizadas’ com oposição, pois ajuda Brasil na crise global e porque falta delas ‘é uma das piores doenças da democracia’.

O livro também indica o envolvimento do ex-ministro e adversário de Dilma na eleição de 2010, José Serra, nas irregularidades. Há também relatos dos bastidores de uma guerra por poder entre petistas na campanha presidencial de Dilma no ano passado. O presidente do PT, Rui Falcão, é um dos personagens da disputa retratada no livro e atualmente estaria processando o jornalista Amaury Ribeiro Jr, autor do livro.

Dilma evitou comentar a possibilidade de instalação de uma CPI da Privataria na Câmara dos Deputados. “Eu acho que CPI se faz em caso extremo. Não vejo como eu poderia me manifestar sobre isso”, afirmou, sem entrar no mérito específico das acusações contidas no livro.

A presidenta disse que também não leu uma biografia dela, chamada A vida quer coragem, do jornalista Ricardo Amaral, que será lançada em Brasília nesta sexta-feira (16). Amaral trabalhou na campanha presidencial de Dilma no ano passado e afirma que a realização do livro não recebeu autorização da presidenta.

Dilma diz que não fará reforma ministerial no início do ano

Durante o café da manhã, realizado no Palácio do Planalto com cerca de 50 jornalistas que acompanham o dia a dia da Presidência, Dilma fez um balanço do primeiro ano de governo e afirmou ter “relações civilizadas” com a oposição. Segundo Dilma, a convivência civilizada e o diálogo com a oposição ajudam o país a superar a crise econômica global — ao contrário, aponta a presidenta, das “relações extremamente incivilizadas, deletérias até” que acontecem em países como os Estados Unidos e parte das nações da Europa.

Dilma Rousseff disse não ter intenção de fazer uma reforma ministerial no início do próximo ano. Segundo ela, as notícias de fusão e mudanças nos ministérios só existem nos jornais. “Não me venham com essa conversa. Não haverá redução de ministério, não é isso que faz a diferença no governo. Cada ministério tem um tipo de responsabilidade”, ressaltou. Dilma considerou as trocas de ministros ocorridas neste ano como “dificuldades”, descartando vê-las como sinais de desgaste do governo.

“Vamos fazer um governo que não tem nenhum compromisso como malfeito e corrupção. É tolerância zero”, afirmou, completando: “É do ofício da Presidência ter que tomar medidas como essas. Lamento, alguns ministros que saíram são pessoas que eu considero competentes”. A presidenta também disse que não aceita ingerência de qualquer partido político em seu governo. “A partir do momento em que o nome (do ministro) for indicado, ele presta contas ao governo e a mais ninguém”, destacou Dilma.


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