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19 de setembro de 2011
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12:16

MST rebate matéria da IstoÉ e acusa revista de negociar reportagens

Por
Sul 21
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Da Redação

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) divulgou nota para rebater reportagem da revista IstoÉ publicada no final de semana. Na reportagem, a revista decreta “O fim do MST”, conforme o título da matéria de capa. O MST contesta números apresentados e diz que a revista “vende” reportagens, no caso, para setores contrários à reforma agrária.

De acordo com a IstoÉ, existem apenas 3.579 famílias sem terra acampadas no Brasil, das quais 1.204 seriam organizadas pelo MST, em nove acampamentos em todo o território nacional.

“Se foi um erro, além de incompetente, a direção da IstoÉ é irresponsável ao amplificá-lo na capa da revista. Se não foi um erro, há mais mistérios entre o céu e a Terra do que supõe a nossa vã filosofia, como escreveu William Shakespeare”, diz a nota do MST.

Segundo o movimento, existem pelo menos 60 mil famílias em acampamentos do MST em 24 Estados. O MST também cita um dado do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) para mostrar que há 156 mil famílias acampadas em todo o Brasil, contando os demais movimentos de luta pela terra.

A reportagem da IstoÉ visita o município gaúcho de Pontão, onde nasceu o MST, e o Pontal do Paranapanema, interior de São Paulo, berço da dissidência do movimento liderada por José Rainha Júnior. “O Movimento dos Sem-Terra é um arremedo do que foi. Está sem rumo e é incapaz de promover grandes assentamentos. O Brasil avançou e os novos líderes da organização acabaram isolados numa disputa por dinheiro público”, sustenta a revista, na abertura da matéria.

Para o MST, a revista perdeu a veia jornalística e se dedicaria, hoje, a fazer reportagens por encomenda. “Governos, empresas, partidos, entidades de classe, igrejas (vejam a capa da semana anterior) compram matérias e capas da revista. E pagam por quilo, pelo ‘peso’ da matéria”, acusa o MST. “A matéria da IstoÉ não é fruto de um trabalho jornalístico, mas de interesses de setores que são contra os movimentos sociais e a Reforma Agrária”, completa a nota.

No texto, o MST lembra o recente acampamento realizado em Brasília, depois do qual o governo prometeu aumentar o orçamento para a desapropriação de terras e assentamento de famílias. “Os resultados da jornada e a reação do latifúndio do agronegócio, por meio de uma revista, apenas confirmam que o MST é forte e representa uma resistência à transformação do Brasil numa plataforma transnacional de produção de matéria-prima para exportação e à contaminação das lavouras brasileiras pela utilização excessiva de agrotóxicos”, sustenta o movimento.


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