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9 de setembro de 2011
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19:32

Laudo diz que soldado estuprado em Santa Maria não poderia prestar serviço militar

Por
Sul 21
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Igor Natusch

Os advogados da família do soldado de 19 anos estuprado por colegas nas dependências de um quartel do Exército em Santa Maria, região central do Rio Grande do Sul, receberam no final desta semana um laudo comprovando que o recruta sofre de deficiência mental moderada. O jovem, portanto, não poderia ter ingressado no serviço militar, situação que os exames de admissão do Exército falharam em detectar. A suspeita foi noticiada pelo Sul21 no começo da semana.

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O parecer, assinado por uma junta de psiquiatras civis, não especifica o grau de deficiência, mas comprova que o soldado nunca poderia, no fim das contas, ter se tornado um soldado. Com isso, os advogados dizem ter elementos para ingressar na Justiça comum contra o Exército e a União, independente dos resultados do inquérito militar sobre o caso.

Além disso, o laudo será usado como argumento caso o soldado seja transformado em réu pelo Ministério Público Militar. O inquérito, que seria entregue à Procuradoria de Justiça Militar de Santa Maria nessa semana, tende a tratar o caso como crime de pederastia ou ato libidinoso – ou seja, conclui que o soldado fez sexo consentido com os quatro colegas de caserna. A partir das conclusões dos psiquiatras, o jovem passa a ser considerado inimputável, por não ter plenas condições mentais de enfrentar um julgamento.

O soldado de 19 anos teria sido estuprado por outros quatro colegas em maio, enquanto cumpria pena administrativa no Parque Regional de Manutenção de Santa Maria. Após a violência, permaneceu oito dias internado no hospital de guarnição do município, sob rígida vigilância e sem que seus pais recebessem informações precisas sobre o que tinha acontecido com o filho. Desde então, o caso vem sendo alvo de investigação sigilosa da Justiça Militar.


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