Últimas Notícias>Internacional|Noticias
|
20 de junho de 2011
|
20:25

Rússia cogita utilizar seu poder de veto contra resolução da ONU sobre a Síria

Por
Sul 21
sul21@sul21.com.br

Vivian Virissimo

A Rússia diverge sobre a situação política da Síria e cogita utilizar seu poder de veto no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). A declaração foi concedida ao jornal inglês Financial Times nesta segunda-feira (20) pelo presidente da Rússia, Dmitri Medvedev. De acordo com ele, o veto tem a intenção de bloquear uma resolução patrocinada pelos países ocidentais sobre a Síria, já que o texto poderia ser utilizado como pretexto para uma ação militar aos moldes da realizada atualmente na Líbia. A posição russa é um contraponto às medidas defendidas por Alemanha, França, Reino Unido e Portugal.

Leia mais:
– Em discurso, presidente da Síria nega renúncia e promete diálogo
– Em meio a protestos, Conselho de Segurança da ONU diverge sobre a Síria

Para Medvedev, a resolução aprovada em março contra a Líbia abriu as portas para uma operação militar. “O que não estou disposto a apoiar é uma resolução similar à da Líbia, porque estou profundamente convencido de que uma boa resolução foi transformada em um pedaço de papel que é utilizado para cobrir uma operação militar sem sentido”, disse.

Ao comentar a situação do presidente sírio Bashar al-Assad, que enfrenta grandes manifestações populares desde março, Medvedev afirmou que acredita que ele deseja mudanças políticas e reformas para o país. “Mas ao mesmo tempo chega um pouco tarde, por isto aconteceram as mortes que poderiam ter sido evitadas e que naturalmente pesarão sobre a consciência das autoridades”, declarou.

O presidente russo também recordou que durante a presidência de George W. Bush nos Estados Unidos não se solicitaram resoluções, em particular ao iniciar a guerra no Iraque, e agora “o mundo tem mudado e todos entendem que sem a autorização do Conselho de Segurança está mal visto meter-se (no assunto de outro país)”.

Os protestos antigovernamentais na Síria começaram no dia 15 de março, na cidade de Deraa e logo se estenderam a outras regiões do país. No último dia 8 de junho, um novo projeto foi apresentado por Alemanha, França, Reino Unido e Portugal. Entretanto, Rússia, China e Líbano tem representado uma posição contrária. Conforme fontes extra-oficiais, a violenta repressão teria causado mais de 1.200 mortos e a prisão de 10.000 oposicionistas.

Com informações da TeleSur TV e Opera Mundi


Leia também