Jorge Seadi
Com a sucessão de Dominique Strauss-Kahn em aberto, os países europeus trabalham para manter a tradição de dirigir o Fundo Monetário Internacional (FMI) desde que ele foi fundado há 65 anos, em um acordo tácito com os Estados Unidos. “Defendo a opinião de que devemos indicar um candidato europeu”, disse Angela Merkel, primeira-ministra da Alemanha. Ela justificou afirmando que Dominique não terminou seu mandato e que “hoje, o FMI trabalha principalmente para acabar com a crise na Europa”. A dirigente alemã deu, hoje, seu apoio a ministra da Economia da França, Christine Lagarde.
Sem discussão, a briga pelo cargo é muito maior que uma simples escolha sobre a nacionalidade daquele que será 0 11º chefe do Fundo. A crise que começou em 2007 – “provocada por homens brancos de profundos olhos azuis”, como disse o ex-presidente brasileiro Lula – e está colocando à prova a liderança dos Estados Unidos e da Europa no tabuleiro internacional. Os países emergentes, especialmente China, Índia e Brasil, estão pisando forte para mudar este panorama internacional. O G-20, com a participação destes três países, está substituindo o G-7 e os países em desenvolvimento agora desejam contestar as velhas lideranças. “A Europa já não tem direitos divinos no FMI”, disse Nicolás Veron, analista do Petersen Instituto.
Atualmente, o Fundo está sendo dirigido pelo norte-americano John Lipsky que era o segundo na hierarquia do FMI. Ele afirmou que o Fundo não tem pressa para escolher o sucessor de Dominique acrescentando que o “importante é que seja um dirigente capaz e eficaz”. Até agora, no entanto, além da francesa Christine, nenhum outro nome europeu surgiu no cenário internacional. O certo é que o nome do novo dirigente do FMI poderá ser conhecido a partir da próxima semana, quando o G-8 se reúne na própria França.
Com informações do El País (Espanha) e El Clarín