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15 de março de 2011
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13:58

Reforma do Beira Rio:Inter procura evitar repetição dos contratos de Palmeiras e Grêmio

Por
Sul 21
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Jorge Seadi

O Internacional ainda não decidiu como vai continuar as obras de reforma do Beira Rio. Na reunião do Conselho Deliberativo, na noite desta segunda-feira (14) houve muitos debates e a votação final ficou marcada para a próxima segunda-feira, como determinado por edital publicado na imprensa no último final de semana. A direção atual quer a parceria com a Andrade Gutierrez, os dirigentes da gestão anterior desejam o autofinanciamento e o grupo Convergência Colorada apresentou uma terceira via: parceria com uma construtora, mas depois de uma concorrência pública.

A situação e o grupo Convergência devem aprovar a parceria. Dos 343 votos que compõem o conselho, as duas correntes somam aproximadamente 200, número suficiente para a aprovação. Esta decisão poderá atrasar a assinatura do contrato com a construtora parceira em até 30 dias, o que deverá desgostar a FIFA e o Comitê Local da Copa do Mundo, que desejam uma definição imediata. No entanto, o Conselho Deliberativo do clube decidiu “refletir sobre o futuro do clube”, como tantos conselheiros disseram ontem à noite e decidiram apostar que a FIFA vai acabar acatando a decisão do Internacional. Estes mesmos conselheiros garantem que o Estádio Beira Rio é o mais adiantado nas obras de reforma exigidas pela FIFA para sediar jogos da Copa do Mundo de 2014.

Palmeiras terá que pedir licença para jogar na Arena Palestra

O estádio do Parque Antárctica, do Palmeiras, está sendo demolido para dar lugar à Arena Palestra, um estádio que será construído pela empresa WTorre. Durante 30 anos o Palmeiras terá que avisar com antecedência quando irá jogar. E apenas o time principal. O time B ou as equipes de base não poderão utilizar o novo estádio. O time principal também não poderá treinar no local. E, quando jogar, terá de pagar todas as despesas… O clube não poderá realizar nenhum evento no estádio e para jogar um amistoso terá que avisar com 120 dias de antecedência.

Estes são apenas alguns pontos do contrato assinado entre o clube paulista e a construtora ainda na gestão de Beluzzo. Agora, a nova diretoria contratou diversos escritórios de advocacia para estudar o contrato assinado na busca de alguma brecha para mudar itens como os descritos acima. O atual presidente do clube, Arnaldo Tirone, disse que o “contrato é leonino para o Palmeiras”.

O documento assinado entre Palmeiras e a construtora dá plenos poderes para a empreitera em relação ao estádio. Durante 30 anos, a WTorre será dona da área. “Poderá usufruir do local sem qualquer interferência do proprietário (Palmeiras),” diz o documento. O Palmeiras será obrigado a jogar todas as partidas em que for mandante — inclusive os amistosos — na nova Arena e terá que pagar todas as despesas pelo uso do estádio como gastos com energia elétrica, por exemplo. Terá preferência do uso, desde que avise com antecedência.  A WTorre será responsável pela manutenção do estádio no dia a dia.

Se em dia de jogo oficial, a Arena estiver ocupada, o Palmeiras terá que procurar outro local para realizar a partida. A WTorre terá que pagar apenas 50% sobre a renda da partida. E o clube terá direito a apenas uma parte da receita que a construtora tiver com o novo estádio, utilizando inclusive o nome do Palmeiras, seu escudo, etc., para facilitar a venda. O contrato estabelece que a Arena deve ser construída de acordo com as normas da FIFA, mas se houve alguma alterção durante a construção a WTorre não será obrigada a aceitá-las. Se o clube quiser que as modificações sejam realizadas terá que pagar por elas.

O ex-diretor financeiro do Palmeiras, Francisco Busico, diz que o “negócio foi excelente para o clube. Participei das negociações, assinei os documentos, e afirmo que o Palmeiras vai ganhar com o negócio”.

Arena tricolor

A Arena Tricolor está sendo construída no bairro Humaitá, zona norte de Porto Alegre, pela construtora OAS. O estádio deverá estar concluído para os jogos da Copa das Confederações, em 2013. A construtora, no entanto, promete entregar o estádio ao final de 2012. Para ter uma nova Arena, o Grêmio cedeu os 8,56 hectares onde hoje está o estádio Olímpico e toda a área em volta do novo estádio. Nestes locais, a OAS promete construir torres residênciais e comerciais e especialistas dizem que o lucro da empreitera será, em valores de hoje, superior a R$ 750 milhões. A exemplo do contrato com o Palmeiras, o Grêmio só poderá usar o estádio para jogos oficiais e amistosos. Treinamentos estão vetados. O Grêmio, na verdade, será um usuário por 20 anos quando e depois disto assumirá a posse definitiva da Arena.


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