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3 de fevereiro de 2011
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23:37

Governo federal garante compra e escoamento de 1,78 milhão de toneladas de grãos gaúchos

Por
Sul 21
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Ministro Wagner Rossi faz anúncio no Piratini / Ramiro Furquim/Sul21

Rui Felten

O arroz e o feijão produzidos no Rio Grande do Sul terão escoamento de 1,78 milhão de toneladas, por meio de leilões e aquisição direta pelo governo federal. Pelo Ministério da Agricultura, serão compradas 360 mil toneladas de arroz e 100 mil toneladas de feijão, através de Aquisição do Governo Federal (AGF). Já neste mês de fevereiro, serão escoadas 130 mil toneladas desse total. Os leilões, na modalidade de Prêmio de Escoamento do Produto (PEP), deverão possibilitar a saída de 1,02 milhão de toneladas de arroz e 300 mil toneladas de feijão. Maior produtor brasileiro de arroz, o Rio Grande do Sul deve colher 8 milhões de toneladas nesta safra. Para o feijão, a previsão é de 88 mil toneladas.

Ao fazer o anúncio, no final da tarde desta quinta-feira (03), no Palácio Piratini, o ministro da Agricultura, Wagner Rossi, afirmou que o governo federal tem a convicção de que “não há como o mercado do arroz não reagir com a colocação desses mecanismos em prática”. De acordo com o ministro, se houver necessidade, o governo poderá intervir novamente. “Tanto o arroz, tão importante para a economia do Rio Grande, como o feijão, estão abaixo do preço mínimo, e os produtores não podem ser penalizados”, reconheceu Wagner Rossi. O governo vai adquirir os grãos pelo preço mínimo.

No caso do arroz, o preço de mercado praticado no Rio Grande do Sul está abaixo do mínimo estabelecido pelo governo há mais de quatro meses. A saca é vendida a R$ 22,00, enquanto o valor mínimo fixado é de R$ 25,80 por saca de 60 quilos. Já a saca de feijão preto é comercializada no Estado por cerca de R$ 70,00, quando o mínimo estipulado pelo Ministério da Agricultura é de R$ 80,00. As medidas tomadas pelo governo federal, segundo Wagner Rossi, são resultado do encontro do governador Tarso Genro com a presidenta Dilma Rousseff, em Porto Alegre, no último dia 28, ocasião em que foram discutidas reivindicações dos agricultores.

Governador Tarso Genro (D) cumprimenta o ministro Wagner Rossi / Ramiro Furquim/Sul21

Financiamento

Durante a cerimônia de divulgação das iniciativas no Palácio Piratini, Tarso Genro enfatizou o estreitamento das relações do governo gaúcho com o governo federal e anunciou mais um apoio do Estado ao meio rural. Está em fase final de formatação um projeto de financiamento do Banrisul para a compra de terras por agricultores arrendatários. Quase 60% dos produtores estaduais, de acordo com o governador, estão nessa condição. O fortalecimento das relações do Rio Grande do Sul com a União e os benefícios dessa aproximação para o Estado foram ressaltados também pelo secretário da Agricultura, Luiz Fernando Mainardi.

Para o presidente do Instituto Rio-Grandense do Arroz (Irga), Cláudio Pereira, o anúncio feito pelo ministro Wagner Rossi satisfaz plenamente as expectativas do setor. “O lançamento de medidas concretas às vésperas da colheita, balizando os preços, revela um importante compromisso do governo, já com implementação imediata. É uma ação extremamente oportuna”, frisou.

O presidente da Federação das Associações de Arrozeiros (Federarroz), Renato Rocha, elogiou a rapidez com que o Ministério da Agricultura respondeu ao apelo gaúcho e às declarações da presidenta Dilma Rousseff em sua última visita ao Estado. Na ocasião — conforme lembrou Rocha –, Dilma disse que o Rio Grande do Sul tem vocação para produzir arroz e que o mérito de o produtor saber utilizar as tecnologias e transformar isso em produtividade tem de ser fator de ganho, não de perda.


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