Jorge Seadi
A Internacional Socialista acaba de expulsar o Partido Nacional Democrático (PND), de Hosni Mubarak, porque o partido do ditador egípcio “não cumpre os valores que são defendidos pela entidade”. Algumas semanas atrás, a Internacional Socialista expulsou o partido de Ben Ali, ditador da Tunísia, pelas mesmas razões.
A Internacional Socialista é uma organização global de partidos social-democratas, socialistas e trabalhistas, com sede em Londres, que reúne 159 partidos e organizações de todo o mundo e que tem o atual formato desde 1951. O Partido Democrata Trabalhista (PDT) é o único partido brasileiro participante.
A Internacional Socialista surpreende não somente por abrigar partidos como os dos ditadores Hosni Mubarak, do Egito, e de Ben Ali, da Tunísia. Surpreende também porque também tem apoiado algumas guerras imperialistas e regimes ditatoriais e, ainda. por apoiar práticas políticas de recessão econômica, atendendo recomendações de organizações internacionais quando seus partidos assumem o poder. Já foi a favor de privatizações, cortes de salários, demissões em massa e benefícios fiscais à empresas. Partidos socialistas da Espanha, França e Portugal integram a IS, assim como o Novo Trabalhismo da Grã Bretanha e o Trabalhismo de Israel responsável pela repressão contra os palestinos.
Nesta terça-feira (3), a Internacional Socialista determinou a expulsão dos partidos de Mubarak e Ben Ali por “não atender os valores defendidos pela IS”. O secretário geral da IS, o chileno Luiz Ayala, enviou uma carta ao PND informando que “a partir de agora o partido não pertence mais à organização internacional ” e disse ainda que a IS “esperava que Mubarak enviasse uma mensagem ao povo egípcio que demonstrasse clara vontade de mudar o regime atual”.
No dia 18 de janeiro, a Internacional Socialista tinha feito o mesmo com o partido do ditador Ben Ali, da Tunísia, a Reunião Constitucional Democrática (RCD). Três dias depois que Ben Ali deixou o país, o presidente da Internacional Socialista, o grego Yorgos Papandreu, e o secretário-geral Luiz Ayala tomaram a decisão de expulsar o partido da Tunísia. Mas não divulgaram a decisão. Só hoje, junto com a expulsão do PND do Egito, resolveram anunciar a decisão.
Com informações do Correspondencia de Prensa
