Ambientalistas questionam obras no Parque Harmonia
O Parque Maurício Sirotsky Sobrinho, conhecido como Harmonia, passa por obras da Gam3 Parks, concessionária pelos próximos 33 anos
O projeto prevê grandes obras na área até 2027.
Com o início das obras, a paisagem campeira do Harmonia foi completamente descaracterizada.
O corte de árvores e a supressão da vegetação do parque chamou a atenção de vereadores, de ambientalistas e de parte da população
O Instinto Gaúcho de Estudos Ambientais (InGá) denunciou diversos danos graves à flora e à fauna em decorrência das obras e da pavimentação
“A supressão de vegetação ultrapassa pelo menos 2/3 da área, restando poucas áreas verdes, substituídas por enormes áreas de concreto"
O InGá critica a ausência de análise no corte de árvores de maneira quantitativa e qualitativa, tanto de nativas quanto exóticas
Ambientalistas também apontam que as obras podem colocar em risco dezenas de espécies de aves.
Junto com o Mascarenhas de Moraes, o Harmonia abriga a maior quantidade de espécies de POA
Além disso, o projeto em execução está sendo acusado de não ser o mesmo aprovado no Estudo de Viabilidade Urbanística (EVU) pelo Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano e Ambiental (CMDUA).
Essa hipótese é afirmada até pela própria arquiteta autora do projeto aprovado, Eliana Castilhos, contratada pela Gam3 para o trabalho.
"Saímos de um projeto que tinha uma remoção de 80 árvores para um que possui a possibilidade de remover até 435 árvores. Como não é diferente se tem um impacto tão maior na vegetação?”, questiona.
Além de não reconhecer o projeto em execução como sendo aquele que elaborou e foi aprovado, a arquiteta disse que as alterações não tiveram sua autorização, conforme manda a legislação.
A mobilização contra as obras foi parar na Justiça por meio de uma ação popular e envolveu, até mesmo, o Ibama.
O InGá pede a fiscalização urgente das obras
No dia 4 de agosto, O InGá apresentou à superintendência do Ibama-RS um requerimento de fiscalização de conformidade das obras com a legislação ambiental.
O assunto virou uma batalha judicial, em que decisões liminares garantiram a suspensão e retomada das obras.