Você conhece as diferenças entre o MST e o MTST?

Apesar de possuírem siglas semelhantes, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e o Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) são duas organizações sociais com propostas distintas.

Fundado em 1984, o MST surgiu a partir do 1° Encontro Nacional de Trabalhadores Sem Terra, no Paraná.

Seus três pilares eram a luta pela terra, pela Reforma Agrária e por mudanças sociais no Brasil.

O movimento camponês se opunha ao modelo agrícola imposto pelo governo militar brasileiro implementado em 1970, que excluía a pequena agricultura e instalava uma modernização agrícola seletiva.

Em 1988, durante a construção da nova constituinte, o MST se fez presente, garantindo os artigos 184 e 186, que preveem a desapropriação de terras que não cumpram sua função social.

Ao longo das décadas, o movimento foi adaptando seu programa agrário.

Hoje, a defesa da Reforma Agrária tem como base na produção agrícola a matriz agroecológica.

Isso significa que, além da luta pela democratização da propriedade da terra, há a defesa da produção de alimentos saudáveis em um modelo econômico que distribua renda e respeite o meio ambiente.

Partindo desses princípios, desde 2012, o MST ocupa a posição de produtor líder de arroz orgânico na América Latina.

No Rio Grande do Sul, estima-se uma colheita de mais de 15 mil toneladas para 2022.

Atualmente, mais de 450 mil famílias integram o MST, que está organizado em 24 estados, nas cinco regiões do Brasil.

Todos possuem terras, conquistadas através da luta e organização do movimento.

Enquanto o MST se concentra em zonas rurais, o Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) está presente em zonas urbanas.

Fundado em 1997, defende a luta pelo direito à moradia e à Reforma Urbana.

Organizado no início como um setor urbano do MST, o MTST ocupa imóveis irregulares
em cidades, a fim de pressionar o poder público a desapropriá-los para fins de moradia social.

Essas ações se baseiam na necessidade de moradia adequada para trabalhadores urbanos, que, por conta da desigualdade habitacional, acabam sendo jogados para as periferias das cidades.

A principal bandeira do movimento, portanto, é a luta pelo direito à moradia, que é garantido na Constituição Federal.

O MTST defende a Reforma Urbana para democratizar o território das cidades.

Aos 25 anos, o movimento estima que mais de 55 mil famílias já passaram por suas ocupações.

Ele está presente em 14 estados brasileiros.

Tanto MST quanto MTST
se apresentam como
movimentos sociais que
combatem desigualdades
territoriais, mas suas
bandeiras se distinguem,
principalmente, pelas
zonas em que atuam.

Webstory: Joana Berwanger, com informações do MST, MTST e Politize

Fotos: Luiza Castro, Guilherme Santos, Joana Berwanger e arquivos do MST e MTST

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